<\/a><\/p>\n\u00c9 sabido que os olhos s\u00e3o o espelho da alma. Ent\u00e3o, ouso dizer que o kajal<\/i> ou kohl <\/i>\u00e9 a moldura deste espelho, em v\u00e1rias partes do mundo, inclusive no Brasil. Mas em nenhum lugar essa moldura adquire tanta intensidade quanto na \u00cdndia, onde os olhos s\u00e3o real\u00e7ados pela pintura, indiferente do sexo ou idade.<\/p>\n
Os olhos das mulheres ocidentais s\u00e3o emoldurados pelo kajal<\/i>, que aqui recebe o nome de delineador ou de l\u00e1pis delineador. No Oriente, o sexo masculino, em diversas festividades, costuma dividi-lo com o g\u00eanero oposto.<\/p>\n
O delineador de olhos<\/i> recebe o nome de kohl<\/i> em algumas partes da \u00c1frica e no Oriente M\u00e9dio, e de kajal<\/i> em alguns pa\u00edses da \u00c1sia. Mas corre a boca pequena que o kajal<\/i> indiano \u00e9 o \u00fanico efetivamente medicinal. Eu, c\u00e1 com os meus bot\u00f5es, fico com um p\u00e9 atr\u00e1s, receosa de que na sua composi\u00e7\u00e3o entre um cadinho de \u00e1gua do Ganges.<\/p>\n
O que \u00e9 na verdade o kajal<\/i>? Nada mais que uma mescla de ingredientes utilizada pela mulher desde a Idade do Bronze como tinta, para contornar os olhos. Mas, ao contr\u00e1rio de nossos ousados objetivos, dizem que no Egito, essa mistura fant\u00e1stica tinha como \u00fanica meta servir de prote\u00e7\u00e3o contra doen\u00e7as e infec\u00e7\u00f5es dos olhos. N\u00e3o sendo \u00e0 toa que as eg\u00edpcias usavam e abusavam do rem\u00e9dio, ficando irremediavelmente lindas.<\/p>\n
Na \u00cdndia, onde tudo tem duplo efeito, de acordo com as supersti\u00e7\u00f5es e cren\u00e7as que ali grassam, o kajal<\/i> \u00e9 empregado tanto para embelezar os olhos, quanto para protege-los contra doen\u00e7as, sendo usado por toda a tribo: homens, mulheres, crian\u00e7as e beb\u00eas.<\/p>\n
O kaja<\/i>l indiano ou o eg\u00edpcio de outrora era feito de uma pasta de s\u00e2ndalo, \u00f3leo de r\u00edcino, ghee e fuligem (de panela ou lampi\u00e3o). Dizem que tamb\u00e9m era feito de carv\u00e3o com cravo, canela ou pimenta.<\/p>\n
Os beb\u00eas e crian\u00e7as indianos tamb\u00e9m t\u00eam os olhos rebocados com kajal<\/i>, que \u00e9 usado como prote\u00e7\u00e3o contra o mau-olhado, inveja, olho gordo e como uma forma de trazer a prote\u00e7\u00e3o dos deuses para os seus usu\u00e1rios.<\/p>\n
\u00c9 muito comum o feiti\u00e7o virar contra o feiticeiro, pois, entre os intoc\u00e1veis e subcastas, onde a higiene passa longe, at\u00e9 por falta de \u00e1gua pot\u00e1vel, uma crian\u00e7a acaba passando infec\u00e7\u00e3o para outra, ao usar o mesmo recipiente, ficando todas com olho gordo (de bact\u00e9rias).<\/p>\n
Muitas pessoas, incluindo beb\u00eas, t\u00eam sido diagnosticadas com doen\u00e7as causadas pela presen\u00e7a de chumbo na mistura. Para quem j\u00e1 se esqueceu, o chumbo \u00e9 um metal de cor cinza, macio, male\u00e1vel, encontrado na natureza sob a forma de min\u00e9rio, chamado galena. O saturnismo, nome dado \u00e0 intoxica\u00e7\u00e3o cr\u00f4nica pelo chumbo e seus derivados, \u00e9 conhecido desde a Antiguidade.<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho \u00c9 sabido que os olhos s\u00e3o o espelho da alma. Ent\u00e3o, ouso dizer que o kajal ou kohl \u00e9 a moldura deste espelho, em v\u00e1rias partes do mundo, inclusive no Brasil. Mas em nenhum lugar essa moldura adquire tanta intensidade quanto na \u00cdndia, onde os olhos s\u00e3o real\u00e7ados pela pintura, […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1858"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1858"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1858\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45591,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1858\/revisions\/45591"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1858"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1858"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1858"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}