{"id":1877,"date":"2013-03-02T09:16:32","date_gmt":"2013-03-02T12:16:32","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=1877"},"modified":"2022-07-26T15:55:51","modified_gmt":"2022-07-26T18:55:51","slug":"india-pinceladas-sobre-o-pais","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/india-pinceladas-sobre-o-pais\/","title":{"rendered":"\u00cdNDIA – PINCELADAS SOBRE O PA\u00cdS"},"content":{"rendered":"

Autoria de<\/strong> Lu Dias Carvalho<\/strong>
\n<\/b><\/p>\n

\"tajmh\"<\/a>\u00a0<\/b><\/p>\n

A \u00cdndia pode ser vista como um continente, levando em conta o tamanho de sua popula\u00e7\u00e3o, a variedade de l\u00ednguas faladas, a diversidade de clima, literatura, arte, religi\u00e3o e filosofia. Ali temos regi\u00f5es geladas que sofrem as frias rajadas de vento e o nevoeiro vindos do Himalaia, assim como o calor seco das terras do sul, bem pr\u00f3ximos dos 50\u00ba. \u00c9 o pa\u00eds das castas.<\/p>\n

Enganam-se, aqueles que pensam que foi a religi\u00e3o que determinou o n\u00famero de castas, ela apenas a refor\u00e7ou. Os invasores arianos j\u00e1 chegaram trazendo regras de endogamia (proibi\u00e7\u00e3o do casamento fora do grupo racial) e de exogamia (proibi\u00e7\u00e3o do casamento com parentes pr\u00f3ximos). Como consideraram o povo invadido inferior, embora fosse em n\u00famero bem maior do que o dos invasores, os arianos trataram de dar garantias \u00e0 pr\u00f3pria ra\u00e7a.<\/p>\n

A primeira divis\u00e3o de castas deu-se em fun\u00e7\u00e3o da cor. Os arianos eram separados dos nagas<\/i> e dravidianos<\/i> (primeiros povos da \u00cdndia). O que foi perpetuando cada vez mais e aumentando o sistema de castas. Enquanto os p\u00e1rias,<\/i> dalits<\/i> ou intoc\u00e1veis<\/i> inicialmente vinham das tribos n\u00e3o convertidas, ou eram prisioneiros de guerra ou homens condenados \u00e0 escravid\u00e3o como castigo. Hoje, basta nascer numa fam\u00edlia de intoc\u00e1veis, ou n\u00e3o obedecer ao regime das castas para se transformar num deles.<\/p>\n

O casamento obedecia a alguns estratagemas: ia do rapto da noiva \u00e0 compra dessa ou a um acordo entre as fam\u00edlias. As mulheres preferiam ser raptadas ou compradas e pagas. Achavam deprimente ser casadas atrav\u00e9s de acordos verbais.<\/p>\n

Com o in\u00edcio da pr\u00e1tica do \u201csuttee\u201d, a vida da mulher tornou-se um inferno. Ela tinha que obedecer a seu esposo, mostrando humildade, coragem e fidelidade at\u00e9 morrer. N\u00e3o podemos nos esquecer de que o contato com o islamismo contribuiu, e muito, com a derrocada da liberdade da mulher.<\/p>\n

Todas as castas deveriam seguir o dharma geral<\/i> (diz respeito \u00e0 moralidade do hindu. \u00c9 a regra de vida de cada indiv\u00edduo, determinada por sua casta. E a religi\u00e3o hindu\u00edsta sedimentou os preconceitos advindos da invas\u00e3o indiana pelos arianos, ao definir para o homem os seus direitos e limites, dentro da pr\u00f3pria casta. A f\u00e9 fan\u00e1tica levou o hindu a n\u00e3o questionar a sua condi\u00e7\u00e3o, fosse l\u00e1 qual fosse):<\/p>\n

    \n
  1. respeito aos br\u00e2manes;<\/li>\n
  2. rever\u00eancia pelas vacas;<\/li>\n
  3. respeito ao dharma<\/i> da cada casta, sem intromiss\u00e3o;<\/li>\n
  4. a obriga\u00e7\u00e3o de ter filhos.<\/li>\n<\/ol>\n

    Os filhos eram de suma import\u00e2ncia. Segundo o C\u00f3digo de Manu<\/i> um homem s\u00f3 est\u00e1 perfeito, quando \u00e9 tr\u00eas: ele, mulher e filho (eu disse filho). Levavam em conta que:<\/p>\n

      \n
    • os filhos traziam vantagens econ\u00f4micas para os pais, sobretudo na velhice;<\/li>\n
    • eram respons\u00e1veis por manter a adora\u00e7\u00e3o dos ancestrais (oferecendo alimento aos mortos, pois sem esses as almas morreriam de inani\u00e7\u00e3o).<\/li>\n<\/ul>\n

      Mal nascia o rebento, os pais j\u00e1 come\u00e7avam os arranjos do cas\u00f3rio. N\u00e3o se podia ficar solteiro, sob o risco de virar um p\u00e1ria<\/i>, sem considera\u00e7\u00e3o social, cuja virgindade prolongada era uma desgra\u00e7a para a fam\u00edlia e o cidad\u00e3o.<\/p>\n

      Vejamos as vantagens que atribu\u00edam ao casamento:<\/p>\n

      1- \u00a0era de mais interesse para a casta e a sociedade do que para o casal;
      \n2- \u00a0a paix\u00e3o s\u00f3 trazia cegueira e maus resultados;
      \n3- \u00a0tinha que ser arranjado antes que o sexo metesse a colher de pau (na verdade uma outra casta);
      \n4- \u00a0forma de o pai proteger a menina contra as sensibilidades er\u00f3ticas do macho;
      \n5- \u00a0o casamento por escolha m\u00fatua era permitido, mas n\u00e3o respeit\u00e1vel e, segundo o C\u00f3digo de Manu<\/i> era apenas o filho do desejo sexual.<\/p>\n

      Mahatma Gandhi<\/i> opunha-se vigorosamente ao casamento infantil, quando dizia:\u201cA mim repugna o casamento infantil. Arrepia-me ver uma crian\u00e7a vi\u00fava. N\u00e3o sei de supersti\u00e7\u00e3o mais grosseira que a que atribui ao clima da \u00cdndia a causa da precocidade sexual. A verdadeira causa est\u00e1 na atmosfera mental e moral da fam\u00edlia indiana.\u201d<\/i><\/p>\n

      A prostitui\u00e7\u00e3o era confinada aos templos. As devadasis<\/i> eram as \u201cservas de Deus\u201d, as \u201cmulheres sagradas\u201d (prostitutas) cuja fun\u00e7\u00e3o era dan\u00e7ar e cantar diante dos \u00eddolos e depois divertir os br\u00e2manes. Algumas eram reclusas, outras levavam os seus servi\u00e7os a quem pagasse. E, como n\u00e3o poderia deixar de ser, parte da f\u00e9ria ia para os sacerdotes.<\/p>\n

      Na \u00cdndia, as paix\u00f5es n\u00e3o influem no casamento. \u00c0 mulher compete amar o esposo e trat\u00e1-lo com paciente devo\u00e7\u00e3o. \u201cAo esposo cabe dar \u00e0 esposa, n\u00e3o afei\u00e7\u00e3o rom\u00e2ntica, mas sol\u00edticita prote\u00e7\u00e3o.\u201d, reza o C\u00f3digo de Manu.<\/p>\n

      Vejam como o C\u00f3digo de Manu<\/i> refere-se, t\u00e3o \u201ccordialmente\u201d, \u00e0 mulher:<\/p>\n

      1- \u00a0\u00e9 a fonte de desonra;
      \n2- \u00a0\u00e9 a fonte de disc\u00f3rdia;
      \n3- \u00a0\u00e9 a fonte de mundanidade;
      \n4- \u00a0cumpre, portanto, evitar a mulher.<\/p>\n

      A mulher que desobedecia ao marido tornava-se chacal <\/i>na pr\u00f3xima encarna\u00e7\u00e3o. Ao marido bastava alegar que a esposa n\u00e3o era casta para obter o div\u00f3rcio. Mas a v\u00edtima tinha que aguentar o sujeito at\u00e9 o fim de seus dias. N\u00e3o podia divorciar. Sendo que, a vi\u00fava fiel n\u00e3o deve desejar sobreviver ao marido, e sim queimar orgulhosamente com ele na fogueira (contam alguns, que essa era uma forma, para impedir que as mulheres envenenassem os maridos.).Dizem, ainda, que os br\u00e2manes se opuseram a tal pr\u00e1tica no come\u00e7o, mas depois de \u201cmuita ilumina\u00e7\u00e3o\u201d, aceitaram-na, interpretando-a como a eternidade do casamento: a mulher que se casava, casada ficava pra sempre, nesta e na outra vida.<\/p>\n

      Nota:<\/span> Imagem copiada de http:\/\/www.chorten.com.br\/apresentacoes-da-viagem-a-india<\/i><\/p>\n

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