<\/a><\/p>\nGente m\u00e1 existiu e sempre existir\u00e1 neste mundo, em quaisquer que sejam as \u00e9pocas. E numa delas, em que se pode precisar o tempo, como sendo o da escravid\u00e3o, aconteceu um fato muito triste aqui em nosso pa\u00eds.<\/p>\n
Certo fazendeiro, que mais se parecia com o filho do diabo do que do Criador, era senhor de muitas terras, muitas reses e muitos escravos. A sua riqueza evolu\u00eda na mesma propor\u00e7\u00e3o em que sua maldade crescia em rela\u00e7\u00e3o aos menos favorecidos. Assim, esse tal senhor, no inverno de certo ano, por sinal muito g\u00e9lido, comprou duas d\u00fazias de reses da melhor e mais cara esp\u00e9cie, encarregando um meninote negro, ainda imberbe, para delas cuidar, quando no pasto estivessem.<\/p>\n
O molecote levava todos os dias o gado para a pastagem e, \u00e0 tardinha, voltava com ele, estando na maioria das vezes faminto, pois tinha que se valer com as frutas que encontrava pelo caminho. De uma feita, ao contar as reses, o que fazia diariamente, o homem deu pela falta de um novilho. Depois de castigar impiedosamente o garoto, fez com que ele retornasse ao campo em busca da r\u00eas desgarrada.<\/p>\n
J\u00e1 estando muito cansado de tanto procurar o novilho e j\u00e1 sendo noitinha, o garoto, usando um toco de vela, encontrou-o, por sorte, pastando detr\u00e1s de uma moita alta de capim. La\u00e7ou-o, mas seu cavalo e suas for\u00e7as eram fracas para conter um animal no auge de sua resist\u00eancia. O la\u00e7o rompeu-se e o novilho desapareceu em disparada. J\u00e1 era noite alta, quando o rapazola voltou para contar ao amo o que lhe acontecera. Como castigo, o menino negro, depois de apanhar muito, foi amarrado pelos p\u00e9s e m\u00e3os, e deixado nu dentro de uma cova, que n\u00e3o era outra coisa sen\u00e3o um formigueiro aberto.<\/p>\n
No dia seguinte, o fazendeiro mau, acompanhado de um grande s\u00e9quito, a quem queria\u00a0 mostrar sua valentia e dar exemplo, retornou ao lugar, onde se encontrava o menino negro, para dar continuidade ao supl\u00edcio. O grupo foi parado inesperadamente por uma nuvem que se levantava da cova, tendo em seu seio o pequeno m\u00e1rtir, ascendendo aos c\u00e9us, como um santo.<\/p>\n
Conta-se que, at\u00e9 os dias de hoje, as pessoas do lugar e adjac\u00eancias, quando perdem alguma coisa, fazem promessas ao Negrinho do Pastoreio para encontr\u00e1-la, sendo comumente ouvidas.<\/p>\n
Nota:<\/span> imagem copiada de www.studioclio.com.br<\/em><\/p>\nFonte de pesquisa<\/span>
\nLiteratura oral para a inf\u00e2ncia e a juventude\/ Henriqueta Lisboa<\/p>\nViews: 16<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Recontada por Lu Dias Carvalho Gente m\u00e1 existiu e sempre existir\u00e1 neste mundo, em quaisquer que sejam as \u00e9pocas. E numa delas, em que se pode precisar o tempo, como sendo o da escravid\u00e3o, aconteceu um fato muito triste aqui em nosso pa\u00eds. Certo fazendeiro, que mais se parecia com o filho do diabo do […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[36],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18831"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=18831"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18831\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46718,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18831\/revisions\/46718"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=18831"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=18831"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=18831"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}