<\/a><\/p>\nN\u00e3o se podia dizer que na tribo houvesse quem mais amasse os animais e as plantas do que aquele jovem \u00edndio, que com eles passava todo o tempo em que n\u00e3o estivesse ajudando seu povo. N\u00e3o apenas entendia a linguagem dos bichos como a das plantas, desde as menorzinhas \u00e0s gigantescas.<\/p>\n
Certa noite, ao observar o c\u00e9u, viu que nenhuma estrela aparecia, ainda que n\u00e3o estivesse chovendo ou amea\u00e7ando temporal. Alguma coisa estava errada. Uma noite escura n\u00e3o poderia prescindir de seus astros luminosos. Perguntou a v\u00e1rios bichos o que estava acontecendo, mas nenhum deles sabia responder ou tinha medo de contar. Por fim, encontrou a raposa que, enraivecida, contou-lhe que o culpado era o urubu-rei, que havia roubado as Estrelas para com elas ornar sua cabe\u00e7a. Em sua vaidade, ele queria ter o penacho mais resplandecente do mundo dos homens e dos animais.<\/p>\n
O \u00edndio procurou o urubu-rei para que confirmasse a hist\u00f3ria contada pela raposa. Raivoso, esse o amea\u00e7ou com suas garras afiadas e bico. Os dois entraram em luta corporal, mas o \u00edndio acabou vencendo, colocando a grande ave sob sua ordenan\u00e7a. S\u00f3 a soltaria quando\u00a0 devolvesse ao firmamento suas Estrelas, pois ainda n\u00e3o existia o Sol e nem a Lua. Ainda assim, o animal fez pouco caso do aviso recebido. O \u00edndio, ent\u00e3o, come\u00e7ou a retirar as penas que compunham o penacho do presun\u00e7oso. Cada pena tirada, e lan\u00e7ada ao ar, voava para o alto at\u00e9 atingir o firmamento, e l\u00e1 virava Estrela de novo. Quase ao final, retirou uma pena prateada e, ao lan\u00e7\u00e1-la ao ar, viu que ela havia se transformado na Lua. Uma pena dourada, que ainda restava na cabe\u00e7a da ave, ao ser lan\u00e7ada,\u00a0 encheu o c\u00e9u de tanta resplandec\u00eancia, que apagou o brilho das Estrelas e da Lua. O \u00edndio murmurou ent\u00e3o para si:<\/p>\n
– Como seria bom, se o Sol dividisse seu tempo de brilho no c\u00e9u com a Lua e as Estrelas, pois ele \u00e9 t\u00e3o poderoso, que oculta o t\u00eanue brilho delas.<\/p>\n
E n\u00e3o foi que o Sol ouviu seu pedido e atendeu-o? Foi por isso que nasceu o dia e a noite. O Sol alumia durante o dia, e as Estrelas e a Lua alumiam durante a noite. Depois de tudo nos seus devidos lugares, o \u00edndio voltou\u00a0 para sua oca e dormiu muito feliz por ter restitu\u00eddo ao firmamento os seus fulgurosos adornos, al\u00e9m de contribuir para o aparecimento do Sol e da Lua, que criaram o dia e a noite.<\/p>\n
Nota:<\/span> imagem copiada de gartic.com.br<\/em><\/p>\nViews: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Recontada por Lu Dias Carvalho N\u00e3o se podia dizer que na tribo houvesse quem mais amasse os animais e as plantas do que aquele jovem \u00edndio, que com eles passava todo o tempo em que n\u00e3o estivesse ajudando seu povo. N\u00e3o apenas entendia a linguagem dos bichos como a das plantas, desde as menorzinhas \u00e0s […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[36],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/19537"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=19537"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/19537\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46722,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/19537\/revisions\/46722"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=19537"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=19537"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=19537"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}