<\/a><\/p>\nN\u00e3o existe nada mais bem distribu\u00eddo no mundo do que o bom senso, pois todo mundo julga estar t\u00e3o bem dotado dele que, mesmo os mais dif\u00edceis de contentar em outras <\/i><\/b>coisas<\/strong>, n\u00e3o costumam desejar dele mais do que possuem. (Descartes)<\/i><\/b><\/p>\nNo estudo dos prov\u00e9rbios torna-se necess\u00e1rio diferenciar bom senso<\/i> de senso comum<\/i>, pois, enquanto o primeiro trabalha com a raz\u00e3o, o segundo nem sempre est\u00e1 de acordo com ela. O senso comum<\/i> nasce do saber simples, da observa\u00e7\u00e3o emp\u00edrica, sem qualquer base cient\u00edfica, o que muitas vezes leva ao erro, principalmente quando se trata de uma verdade mais complexa, ao contr\u00e1rio do bom senso<\/i>.<\/p>\n
Os prov\u00e9rbios podem ser divididos em populares <\/i>e eruditos<\/i>. Os populares s\u00e3o os ditos, ditados, rif\u00f5es e anexins. Os eruditos costumam ser chamados de aforismos, axiomas, apotegmas, m\u00e1ximas, senten\u00e7as, ad\u00e1gios, etc. Os prov\u00e9rbios populares s\u00e3o sempre an\u00f4nimos, nascidos em meio \u00e0 gente comum, embora observadora e sagaz, que cai no agrado do povo e vai viajando mundo afora. A maioria deles origina-se da vida rural. Embora sejam uma express\u00e3o da sabedoria popular, muitas vezes arguta e inteligente, \u00e9 natural encontrar alguns nascidos de experi\u00eancias superficiais, desprovidos de virtudes. Portanto, \u00e9 natural encontrar neles tanto o bom senso<\/i> quanto o senso comum<\/i>, ou os dois misturados. Com a sa\u00edda do homem rural do campo para a cidade, os prov\u00e9rbios populares foram tamb\u00e9m migrando para as grandes cidades. Hoje \u00e9 comum encontrar um tipo e outro, aonde quer que se v\u00e1.<\/p>\n
Os prov\u00e9rbios eruditos, ao contr\u00e1rio dos populares, s\u00e3o urbanos, embora nem todo prov\u00e9rbio urbano seja erudito. Eles trazem o nome do autor e s\u00e3o revestidos de uma filosofia culta, muitas vezes inacess\u00edvel \u00e0s pessoas comuns, ou mesmo impopular, onde costuma predominar o bom senso, contrariando o senso comum. As senten\u00e7as proverbiais populares s\u00e3o quase sempre bem-humoradas e ir\u00f4nicas, pois o povo costuma rir da pr\u00f3pria desgra\u00e7a. Mesmo nos prov\u00e9rbios eruditos, n\u00f3s encontramos escritores bem-humorados como Voltaire, Rousseau e Descartes.<\/p>\n
Exemplos de prov\u00e9rbios eruditos:<\/p>\n
\n- Ningu\u00e9m promete tanto quanto quem n\u00e3o pretende cumprir. (Francisco de Quevedo)<\/li>\n
- Nada se deve imputar aos dementes e aos namorados. (Machado de Assis)<\/li>\n
- Eleva a tal ponto a tua alma, que as ofensas n\u00e3o a possam alcan\u00e7ar. (Descartes)<\/li>\n
- Ultrapassar o alvo \u00e9 t\u00e3o ruim quanto n\u00e3o atingi-lo. (Conf\u00facio)<\/li>\n
- N\u00e3o desejes, e ser\u00e1s o homem mais rico do mundo. (Cervantes)<\/li>\n
- Toda ambi\u00e7\u00e3o deveria ser feita de pano mais resistente. (Shakespeare)<\/li>\n<\/ol>\n
Exemplos de prov\u00e9rbios populares:<\/p>\n
\n- Em grota de surucucu n\u00e3o desce nem urubu.<\/li>\n
- Antes burro que me leve que cavalo que me derrube.<\/li>\n
- Urubu quando \u00e9 azarado, o de baixo suja o de cima.<\/li>\n
- Em rio que tem piranha, jacar\u00e9 nada de costas.<\/li>\n
- Quem anda com perereca tem que aprender a pular.<\/li>\n
- Quando a esmola \u00e9 grande o santo desconfia.<\/i><\/li>\n<\/ol>\n
Fontes de pesquisa:
\n<\/span>A Sabedoria Condensada em Prov\u00e9rbios\/ Nelson Carlos Teixeira
\nProv\u00e9rbios e Ditos Populares\/ Pe. Paschoal Rangel
\nNunca se Case com uma Mulher de P\u00e9s Grandes\/ Mineke Shipper
\nEntre Palavras\/ Nereu de Cesar Moraes<\/p>\nViews: 18<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho N\u00e3o existe nada mais bem distribu\u00eddo no mundo do que o bom senso, pois todo mundo julga estar t\u00e3o bem dotado dele que, mesmo os mais dif\u00edceis de contentar em outras coisas, n\u00e3o costumam desejar dele mais do que possuem. (Descartes) No estudo dos prov\u00e9rbios torna-se necess\u00e1rio diferenciar bom senso […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1965"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1965"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1965\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45613,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1965\/revisions\/45613"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1965"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1965"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1965"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}