{"id":19712,"date":"2015-07-20T23:33:10","date_gmt":"2015-07-21T02:33:10","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=19712"},"modified":"2022-08-12T19:45:53","modified_gmt":"2022-08-12T22:45:53","slug":"como-surgiu-o-curare","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/como-surgiu-o-curare\/","title":{"rendered":"COMO SURGIU O CURARE"},"content":{"rendered":"

Recontada por Lu Dias Carvalho<\/strong>
\n\"ed12\"<\/a><\/p>\n

No cora\u00e7\u00e3o da densa Floresta Amaz\u00f4nica morava um \u00edndio que, n\u00e3o se sabe a causa, desde pequenino preferira viver s\u00f3, distante de sua tribo. N\u00e3o tinha mulher, companheiros de ca\u00e7a e tampouco amigos. De manh\u00e3, ele se levantava e ia cuidar da ca\u00e7a, e, \u00e0 tarde, com a barriga cheia, partia para sua pequena lavoura, onde cultivava mandioca e milho.<\/p>\n

Certa manh\u00e3, o personagem em quest\u00e3o, partiu costumeiramente para a ca\u00e7a, matando mais bichos do que o necess\u00e1rio para a sua sobreviv\u00eancia di\u00e1ria. Dentre eles estava uma guariba. Ele olhou para o corpo do animal, e resolveu deix\u00e1-lo sobre o moqu\u00e9m para com\u00ea-lo no dia seguinte. Partiu para sua lavoura e, ao voltar, observou que o bicho estava muito diferente de como o deixara. Tinha o pelo do corpo raspado, as m\u00e3os retorcidas e os dentes \u00e0 vista, como se quisesse sorrir. O \u00edndio comeu umas ra\u00edzes de mandioca e umas espigas de milho que trouxera, e caiu na rede de tanto cansa\u00e7o e sono.<\/p>\n

O \u00edndio acordou j\u00e1 pensando em comer a macaca, mas ao encarar o animal, toda a sua vontade de com\u00ea-lo evaporou-se, como se aquilo estivesse enfeiti\u00e7ado. Mesmo assim desejou que Tup\u00e3 transformasse-a numa \u00edndia, para que tivesse uma fam\u00edlia e algu\u00e9m que dele cuidasse. Comeu alguns peixes moqueados e partiu para a lavoura. Ao voltar, por\u00e9m, encontrou a cabana arrumada, fogo aceso, \u00e1gua nas cuias, caldo de peixe e farinha. Era preciso saber quem fizera aquilo. Depois de muito procurar, encontrou uma bela \u00edndia. Ao querer saber de onde viera, ela lhe contou que era a guariba. Apesar de achar esquisito, ele n\u00e3o queria abrir m\u00e3o daquela mulher bela e fogosa, que lhe aquecera o corpo \u00e0 noite e fizera os servi\u00e7os da casa. Resolveu encerrar o assunto por ali.<\/p>\n

Certo dia, a \u00edndia resolveu convid\u00e1-lo para conhecer sua fam\u00edlia que, para seu espanto, morava na parte alta de uma castanheira. Com extrema dificuldade subiu com ela at\u00e9 o local, onde encontrou uma grande fam\u00edlia de guaribas. Ao amanhecer, a mulher disse que ia dar um passeio com os parentes, deixando o homem no alto da \u00e1rvore. S\u00f3 que ela e os s\u00edmios jamais regressaram. O \u00edndio, depois de muitos dias no topo da castanheira, s\u00f3 conseguiu descer da \u00e1rvore gigantesca com a ajuda do urubu-rei e do gavi\u00e3o-real. O \u00faltimo soltou uma gosma pelo bico que, ao endurecer, transformou-se num grosso cip\u00f3, atrav\u00e9s do qual ele desceu.<\/p>\n

O gavi\u00e3o-real, que n\u00e3o era muito afeito aos s\u00edmios, instigou o \u00edndio a vingar-se dos guaribas, ensinando-lhe como fazer o curare (veneno muito forte, de a\u00e7\u00e3o paralisante, extra\u00eddo da casca de certos cip\u00f3s), onde deveria mergulhar a ponta das flechas. Quando o bando apareceu na lavoura do \u00edndio,\u00a0 foi morto por ele a flechadas. E foi assim que surgiu o curare.<\/p>\n

Nota:<\/span> imagem copiada de rollingstone.uol.com.br<\/em><\/p>\n

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Recontada por Lu Dias Carvalho No cora\u00e7\u00e3o da densa Floresta Amaz\u00f4nica morava um \u00edndio que, n\u00e3o se sabe a causa, desde pequenino preferira viver s\u00f3, distante de sua tribo. N\u00e3o tinha mulher, companheiros de ca\u00e7a e tampouco amigos. De manh\u00e3, ele se levantava e ia cuidar da ca\u00e7a, e, \u00e0 tarde, com a barriga cheia, […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[36],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/19712"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=19712"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/19712\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46759,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/19712\/revisions\/46759"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=19712"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=19712"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=19712"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}