{"id":19728,"date":"2015-07-15T23:36:02","date_gmt":"2015-07-16T02:36:02","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=19728"},"modified":"2022-08-12T19:34:31","modified_gmt":"2022-08-12T22:34:31","slug":"como-surgiu-o-amendoim","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/como-surgiu-o-amendoim\/","title":{"rendered":"COMO SURGIU O AMENDOIM"},"content":{"rendered":"

Recontada por Lu Dias Carvalho
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\"amen\"<\/a>\u00a0 \u00a0 \"amen1\"<\/a><\/p>\n

H\u00e1 muito e muito tempo, tempo esse que nem mais \u00e9 poss\u00edvel precisar, numa tribo cravada no cora\u00e7\u00e3o da Floresta Amaz\u00f4nica, havia um indiozinho muito amoroso e inteligente, que adorava as matas e tudo que nela existia. Apesar de pequeno, j\u00e1 conhecia a maioria dos animais, frutos silvestres e ra\u00edzes. Sempre que seus pais iam pescar, ele ia atr\u00e1s, perguntando sobre tudo que via. O molequinho conhecia as aves s\u00f3 pelo canto que emitiam. E elas pareciam nutrir por ele certo encantamento, pois vinham comer em suas m\u00e3os. Algumas empoleiravam em seus ombros, outras na cabe\u00e7a, mais outras nos bra\u00e7os, num pipiar festivo, deixando-o no maior encantamento.<\/p>\n

Na vida dos silv\u00edcolas, n\u00e3o apenas o Bem estava presente, vez ou outra o Mal fazia-se notar, n\u00e3o tanto quanto acontece na vida do homem branco. E foi assim que certo garoto da mesma tribo do indiozinho, movido pela inveja, que lhe instigava o Jurupari (dem\u00f4nio), por n\u00e3o ter o mesmo amor dos animais, assim que viu o menino entre seus passarinhos, acertou um sabi\u00e1, que se encontrava num galho pr\u00f3ximo, com o seu estilingue. O bichinho caiu no ch\u00e3o tentando se safar do sofrimento, mas o moleque mau pisoteou-o.<\/p>\n

O indiozinho, penalizado, correu para o animalzinho, tomou-o nas m\u00e3os, abriu-lhe o biquinho e ficou soprando, tentando ressuscit\u00e1-lo. Levou-o at\u00e9 um pequeno igarap\u00e9, onde botou got\u00edculas de \u00e1gua em seu biquinho quebrado. A seguir, encostou-o em seu peito, e ficou ali deitado, pedindo ao Esp\u00edrito dos Animais que lhe desse vida. Tudo em v\u00e3o. O sabi\u00e1 havia partido para o c\u00e9u dos passarinhos. O menininho abriu uma cova aos p\u00e9s de uma castanheira e l\u00e1 enterrou o corpo da avezinha. Entristecido, voltou para casa, chorando. Nada o consolava. Jamais imaginara que algu\u00e9m pudesse matar um passarinho, que n\u00e3o fazia mal nenhum e ainda alegrava a mata com seu cantar. Suas l\u00e1grimas abundantes iam pingando pelo caminho, por onde passava.<\/p>\n

Os pais do menino \u00edndio, j\u00e1 incomodados com sua aus\u00eancia, estavam a procur\u00e1-lo. Ao v\u00ea-lo, perceberam que, por onde passava, as l\u00e1grimas ca\u00eddas de seus olhos escuros davam origem a uma nova plantinha verde, que logo crescia, e sua raiz mostrava-se carregadinha de frutos subterr\u00e2neos. Toda a tribo foi chamada para conhecer aquela nova planta, que recebeu o nome de M\u00e3du`i<\/em>, que significa “gr\u00e3os que alimentam e trazem bondade ao cora\u00e7\u00e3o”<\/em>. Mas na l\u00edngua portuguesa ela ganhou o nome de amendoim<\/em>, sendo tamb\u00e9m conhecida por amendo\u00ed<\/em>, amendo\u00eds<\/em>, mandobi<\/em>, mandubi<\/em>, mendubi, mendu\u00ed<\/em> e mindubi<\/em>.<\/p>\n

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