<\/a>\u00a0(<\/b><\/p>\nO nosso pa\u00eds, apesar de seu tamanho territorial e de suas belezas naturais, \u00e9 ainda muito pobre no lazer direcionado \u00e0s classes mais pobres, sobrando para as fam\u00edlias que vivem com um sal\u00e1rio m\u00ednimo, apenas os maltratados parques com seus brinquedos enferrujados, seus barquinhos destrambelhados, suas montanhas russas rangentes e mais algumas outras gambiarras. Apesar disso, os parques exercem um grande fasc\u00ednio nas fam\u00edlias carentes, que pululam com seus rebentos de um brinquedo a outro, principalmente ap\u00f3s o pagamento mensal.<\/p>\n
\u00c9 contagiante sentir a alegria dos pais com suas crias, comendo pipoca, quebra-queixo, chupando picol\u00e9s gigantescos, correndo entre um brinquedo e outro. Jumentinhos ajudam a compor o quadro, carregando no lombo os molecotes. O pai vai puxando a r\u00e9dea, enquanto a m\u00e3e segura ao lado o seu tesouro. E no ar, uma multid\u00e3o de bal\u00f5es coloridos completam as alegorias. Retratistas dos anos 60 escondem-se sob o manto negro de sua parafern\u00e1lia, para clicar a meninada e os casaizinhos apaixonados.<\/p>\n
De uma feita, fui mostrar para uma prima do interior, o Parque Municipal de Belo Horizonte. Assentamo-nos perto de um lago cheio de barquinhos de pedais e de barquinhos a remo. Um casal, acompanhado de um garoto de 5 a 6 anos, esperava impacientemente a sua vez. O respons\u00e1vel pelo barco ancorou-o bem pertinho da margem, para pegar sua esdr\u00faxula carga.<\/p>\n
Pai e filho, dois palitos na magreza, tomaram a dianteira do barco, enquanto a m\u00e3e, gorduchona, assentou-se na outra ponta, atr\u00e1s. E l\u00e1 foi o pobre barquinho gemendo com sua carga, para o meio do lago, tendo o pai a comandar o remo. O lado da mulher ficava cada vez mais rente \u00e0 \u00e1gua, enquanto os dois gravetos pareciam suspensos no ar. Num dado momento, a \u00e1gua n\u00e3o se faz de rogada e encheu o barco, levando t\u00e3o gentil carga para o fundo. Primeiro, desapareceu a gorduchona, depois, sumiram os dois magricelas.<\/p>\n
Dois salva-vidas pularam na \u00e1gua e pegaram as duas tripinhas, pai e filho, jogando-os para fora do lago. Voltaram imediatamente para salvar a senhora gorducha, que tentava manter a cabe\u00e7a para fora da \u00e1gua. Enquanto isso, os espectadores dobraram em n\u00famero e em gritos. Os dois rapazolas lutavam arduamente para tirar a mulher com sua saia rodada. Trouxeram-na at\u00e9 \u00e1 beira do lago, mas n\u00e3o conseguiram levant\u00e1-la para fora. Era peso em demasia para os dois. E quem segurasse na m\u00e3o da v\u00edtima, era capaz de ser puxada para a \u00e1gua. Tr\u00eas homens grandalh\u00f5es correram para ajudar. Pegaram os bra\u00e7os roli\u00e7os da senhora, puxando-a para fora, enquanto os salva-vidas levantavam-lhe a traseira.<\/p>\n
Tudo teria terminado muito bem, se a maldita saia rodada n\u00e3o tivesse subido para a cabe\u00e7a da mulher, deixando lhe as coxas de fora, enquanto um volumoso suti\u00e3 segurava-lhe as mamas e uma cal\u00e7ola mantinha as partes pudicas escondidas dos olhares curiosos. Foi a apoteose. Gargalhada geral. \u00a0Confesso que tamb\u00e9m n\u00e3o consegui esconder o riso. Espanto-me sempre com a nossa incapacidade de segurar o riso em certos momentos t\u00e3o constrangedores para o outro.<\/p>\n
(*)<\/b> Imagem copiada de http:\/\/www.em.com.br\/app\/noticia\/gerais\/2012\/12\/15\/interna_gerais,337183\/oasis-entre-predios-parque-municipal-nasceu-antes-de-bh.shtml<\/i><\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho \u00a0( O nosso pa\u00eds, apesar de seu tamanho territorial e de suas belezas naturais, \u00e9 ainda muito pobre no lazer direcionado \u00e0s classes mais pobres, sobrando para as fam\u00edlias que vivem com um sal\u00e1rio m\u00ednimo, apenas os maltratados parques com seus brinquedos enferrujados, seus barquinhos destrambelhados, suas montanhas russas rangentes […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[16],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1982"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1982"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1982\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45573,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1982\/revisions\/45573"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1982"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1982"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1982"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}