{"id":1984,"date":"2013-03-02T11:42:38","date_gmt":"2013-03-02T14:42:38","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=1984"},"modified":"2022-07-26T15:46:19","modified_gmt":"2022-07-26T18:46:19","slug":"o-vexame-de-cair-na-rua","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/o-vexame-de-cair-na-rua\/","title":{"rendered":"O VEXAME DE CAIR NA RUA"},"content":{"rendered":"<p style=\"text-align: justify;\"><b><b>Autoria de<\/b> <strong>Lu Dias Carvalho<\/strong><br \/>\n<\/b><\/p>\n<p style=\"text-align: center;\"><a href=\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/03\/saltalt.jpg\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"aligncenter wp-image-2276\" src=\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/03\/saltalt.jpg\" alt=\"saltalt\" width=\"250\" height=\"153\" \/><\/a><\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">A mo\u00e7a empertigada de olhar altivo desceu de seu carro, passou indiferente por mim, e seguiu \u00e0 minha frente com seu salto de 15 cent\u00edmetros, visivelmente tensa, com medo de cair. Nas m\u00e3os, trazia um belo embrulho que, por seu formato, parecia alguma guloseima, enfiada no bra\u00e7o carregava uma colorida sacola. Pelos trajes, dava para ver que ia a um anivers\u00e1rio.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">C\u00e1 com os meus bot\u00f5es, eu me perguntava como algu\u00e9m podia se equilibrar em saltos t\u00e3o finos e altos, quando um barulho esquisito tirou a minha concentra\u00e7\u00e3o. L\u00e1 estava ela, a mo\u00e7a empertigada e de olhar altivo, estatelada no ch\u00e3o. O embrulho espatifou-se a uns dois metros de dist\u00e2ncia, a sacola rasgou-se, um dos sapatos ficou sem salto e o p\u00e9 estava todo escalavrado. Um dos saltos agulha da infeliz ficou preso entre dois paralelep\u00edpedos.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">Confesso que mordi a l\u00edngua para n\u00e3o rir, enquanto as pessoas que se encontravam num ponto de \u00f4nibus pr\u00f3ximo ca\u00edam em sonoras gargalhadas. Aproximei-me da deselegante mo\u00e7a de olhar cabisbaixo e a ajudei se levantar. Um rapaz que vinha em nossa dire\u00e7\u00e3o abaixou-se para tentar recolher a torta que se espatifara no ch\u00e3o.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">Levei-a at\u00e9 o edif\u00edcio, onde acontecia o encontro festivo e me pus a caminho. Continuei indagando dos meus bot\u00f5es, por que \u00e9 t\u00e3o dif\u00edcil conter o riso em certas situa\u00e7\u00f5es? \u00a0Alguns atestam que o homem \u00e9 o \u00fanico animal que ri. Eu c\u00e1 tenho as minhas d\u00favidas, pois acho que as hienas gargalham, meus gatos sorriem, assim como macacos, cavalos, c\u00e3es e etc.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">Segundo os estudiosos no assunto, quando rimos, todos os \u00f3rg\u00e3os de nosso corpo levam vantagem: diminui\u00e7\u00e3o dos batimentos card\u00edacos, est\u00edmulo do apetite, perda de calorias, juventude, endorfinas, analg\u00e9sicos naturais&#8230; O neurologista Henri Rubenstein diz que um minuto de boas gargalhadas pode nos proporcionar at\u00e9 45 minutos de relaxamento. E o professor William Fry, por sua vez, chegou \u00e0 conclus\u00e3o de que 100 risadas possuem o mesmo efeito de uma sess\u00e3o de 10 minutos de gin\u00e1stica abdominal, com aparelhos.<\/p>\n<p style=\"text-align: justify;\">Mas o que sei \u00e9 que, mesmo tendo conhecimento de toda esta terapia proporcionada pelo riso, nada consola quem passa pelo vexame de cair na rua. Se duvidarem, perguntem \u00e0 mo\u00e7a n\u00e3o mais elegante e de olhar altivo.<\/p>\n<p>Views: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Autoria de Lu Dias Carvalho A mo\u00e7a empertigada de olhar altivo desceu de seu carro, passou indiferente por mim, e seguiu \u00e0 minha frente com seu salto de 15 cent\u00edmetros, visivelmente tensa, com medo de cair. 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