{"id":20073,"date":"2015-08-04T22:17:13","date_gmt":"2015-08-05T01:17:13","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=20073"},"modified":"2015-10-01T15:03:03","modified_gmt":"2015-10-01T18:03:03","slug":"cecil-joao-batista-e-o-valor-da-vida","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/cecil-joao-batista-e-o-valor-da-vida\/","title":{"rendered":"CECIL, JO\u00c3O BATISTA E O VALOR DA VIDA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Celina Telma Hohmann
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\"cecil1\"<\/a> \u00a0 \u00a0 \"tar123\"<\/a><\/p>\n

A morte do le\u00e3o abre um vasto leque de indaga\u00e7\u00f5es, indigna\u00e7\u00f5es e, bom, d\u00e1-nos a chance de perceber o quanto o homem inverte a ordem natural de tudo. \u00c9 o retrocesso humano mais uma vez mostrando os dentes, expondo sua f\u00faria como se num alerta di\u00e1rio de que o homem, dentre todas as criaturas, foi e continua sendo, a mais horrenda, trai\u00e7oeira e malfazeja de todas.<\/p>\n

Para alguns, nada t\u00e3o prejudicial, afinal, \u00e9 um esporte! Para outros \u2013 e por sorte, a maioria \u2013 um sinal de que a desenfreada necessidade do poder, do mostrar-se, da n\u00e3o valoriza\u00e7\u00e3o da vida, ainda \u00e9 a t\u00f4nica num mundo, onde existe a urg\u00eancia do voltar-se ao bem, buscar solu\u00e7\u00f5es, chorar o choro dolorido pela maldade que o mundo nos oferta diariamente. N\u00e3o sofremos \u201cs\u00f3\u201d pela morte do Cecil, afinal, era \u201cs\u00f3\u201d um le\u00e3o. Sofremos, porque, mais uma vez houve a morte pelo prazer de matar! Isso por si, mata!<\/p>\n

N\u00e3o concebo a ideia de que um homem, tenha ele a condi\u00e7\u00e3o social, forma\u00e7\u00e3o intelectual ou estrutura familiar que tiver, estaria numa posi\u00e7\u00e3o melhor ou pior para justificar um ato cruel. N\u00e3o, n\u00e3o acredito numa justificativa, seja ela qual for, exceto o dist\u00farbio mental. Aqui, afasto-me da poss\u00edvel vontade divina. Afasto-me da cren\u00e7a crua de que \u00e9 assim porque \u00e9 assim! N\u00e3o, n\u00e3o aceito! E volto, novamente, em minha afirma\u00e7\u00e3o de que somente uma mente conturbada ter\u00e1 prazer em matar.<\/p>\n

Vem-me \u00e0 lembran\u00e7a, a morte de Jo\u00e3o Batista, se buscar justificativa baseada em cren\u00e7a. Jo\u00e3o Batista foi morto pela gan\u00e2ncia, pelo poder manipulador de uma mulher, mas ele era um dos Profetas de Deus, ent\u00e3o, como justificar? E o mataram, porque Herodes, mesmo com pesar \u2013 seria isso? – viu-se obrigado a presentear Salom\u00e9, para, como homem poderoso, n\u00e3o passar vexame, voltar atr\u00e1s na promessa tola e f\u00fatil que fizera ap\u00f3s, embebecido por um rodopiar de quadris, prometer tudo, inclusive o reino \u2013 ou metade dele \u2013 para a fulaninha E note-se aqui, que a \u201cfulaninha\u201d nem levaria vantagens, pois isso era o que desejava sua m\u00e3e. Nessa morte \u2013 a de Jo\u00e3o Batista \u2013 o n\u00e3o matar significava passar por n\u00e3o cumpridor das promessas feitas mediante testemunhas, e isso era feio. Matar n\u00e3o, n\u00e3o era feio! Hoje, tal qual \u00e0 \u00e9poca de Herodes, antes dele ou depois dele, matar \u00e9 comum, algo sem valor. O que \u00e9 a vida? Nada, para muitos! Eis o homem!<\/p>\n

Mais uma vez, fica o mundo, ou parte dele, entre o aceito e at\u00e9 natural, gestos corriqueiros, e o terr\u00edvel, apavorante, desolador conhecimento de que estamos num planeta, onde o que impera \u00e9 a maldade. N\u00e3o foi esporte! Foi morte! Morte. Fim. Sacrif\u00edcio de um ser vivo que n\u00e3o fere, se n\u00e3o for ferido. N\u00e3o mata, se n\u00e3o for provocado, considerando que n\u00e3o tem capacidade mental para discernir o que \u00e9 correto, ou n\u00e3o! V\u00edtima de mentes doentias. E aqui entendo o que Otto Fenichel tanto tentava fazer aceito, quando citava que a sublima\u00e7\u00e3o, uma das caracter\u00edsticas da neurose, justificava-se como \u201ca defesa bem sucedida\u201d.<\/p>\n

A mim, o dentista, ou os que ganharam para subjugar o le\u00e3o (ou poderia ser o lince, o rinoceronte, o elefante, n\u00e3o importa, qualquer animal de grande porte) t\u00eam em si, escondido em alguma parte do c\u00e9rebro, unicamente um emaranhado de \u201cdesencapados fios\u201d, uma avassaladora e desenfreada compuls\u00e3o em satisfazer um desejo, seja financeiro \u2013 no caso dos que o ajudaram \u2013 ou uma excessiva energia negativa, onde somente o matar consegue trazer tranquilidade, satisfa\u00e7\u00e3o. E para isso, os que n\u00e3o pensam, ou seja, os animais irracionais viram as v\u00edtimas. Poderiam, tranquilamente, ser familiares, pois quem mata um animal indefeso, pode faz\u00ea-lo, com o mesmo prazer, ato semelhante com algum dos seus. A\u00ed haveria o susto! De resto, quando \u00e9 com algo “in\u00fatil” \u2013 ainda veem a natureza assim \u2013 tudo bem!<\/p>\n

O homem e suas capacidades! Todas, ou quase todas, voltadas ao mal. Uma pena! Disso n\u00e3o precisamos mais. O que faz falta e faria bem \u00e9 a conviv\u00eancia pac\u00edfica entre todos os seres, respeitados seus limites e condi\u00e7\u00f5es! Tristeza! Acho que o sentimento mais correto para exprimir o que penso. Tristeza pela impot\u00eancia de cooperar para que o Esp\u00edrito da Paz habite em todos os cora\u00e7\u00f5es! Quantos, tal qual Cecil, precisar\u00e3o nos mostrar a inutilidade de imaginar a humanidade caminhando para o bem?<\/p>\n

Acordemos! N\u00e3o fomos n\u00f3s, mas de alguma forma cooperamos! Se n\u00e3o nos dispusermos a valorizar a vida, em todas as suas formas, n\u00f3s a exterminaremos com a velocidade n\u00e3o programada pelo Ser que tudo criou. Triste pelo Cecil \u2013 ou Jo\u00e3o, Ant\u00f4nio, enfim\u2026 Triste por fazer parte de uma civiliza\u00e7\u00e3o que n\u00e3o evoluiu. E assim continuamos\u2026 E ainda opinamos! Ao menos, mostramos que nosso lado \u201cpensante\u201d, est\u00e1 funcionando. Ao menos isso!<\/p>\n

Notas:<\/span> Salom\u00e9 com a Cabe\u00e7a de S\u00e3o Jo\u00e3o Batista<\/em> – Bernardino Luini<\/p>\n

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