{"id":20661,"date":"2015-10-02T00:57:18","date_gmt":"2015-10-02T03:57:18","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=20661"},"modified":"2022-08-12T22:53:43","modified_gmt":"2022-08-13T01:53:43","slug":"mit-faetonte-o-filho-do-sol","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/mit-faetonte-o-filho-do-sol\/","title":{"rendered":"Mit. \u2013 FAETONTE, O FILHO DO SOL"},"content":{"rendered":"

Recontado por Lu Dias Carvalho
\n<\/strong><\/p>\n

\"dragao.1\"<\/a><\/p>\n

O deus da luz, Apolo (Febo), divindade solar, e a ninfa Climene eram os pais de Faetonte, que se sentiu chateado ao saber que era filho de um deus, mas que vivia como um mortal comum. Exigiu que a m\u00e3e desse-lhe prova da divindade que carregava. Ela lhe jurou, dizendo que ele era realmente filho do Sol. E foi assim que o rapazinho partiu para a \u00cdndia, onde seu pai dava in\u00edcio a seu trajeto. Queria tamb\u00e9m ouvir a palavra dele sobre sua origem.<\/p>\n

Ao encontrar o pal\u00e1cio do pai, situado numa alta montanha, cujas portas eram ornadas com os signos do zod\u00edaco, Faetonte entrou e foi em dire\u00e7\u00e3o ao genitor, que se encontrava num trono resplandecente de luz, rodeado por seus ajudantes: o Dia, o M\u00eas, o Ano, as Horas, a Primavera, o Ver\u00e3o, o Outono e o Inverno. Meio cego, o rapazola pediu ao Sol que provasse que era mesmo seu pai. E esse, desconhecendo o \u00edmpeto aventureiro do filho, ordenou-lhe que pedisse o que quisesse, como prova. A escolha do moleque recaiu sobre o carro de Apolo. Queria dirigi-lo por um dia. Mas esse era o \u00fanico pedido que jamais deveria ter feito ao pai.<\/p>\n

O Sol argumentou com o filho que dirigir seu carro flamejante era muito perigoso, pois demandava muita for\u00e7a e sabedoria, e que nenhum deus jamais ousara fazer aquilo. Al\u00e9m do mais, ele era mortal, podendo morrer nessa fa\u00e7anha. Queria que mudasse o pedido, uma vez que fora inconsequente na sua promessa. Mesmo depois de ouvir todas as explica\u00e7\u00f5es detalhadamente, o garoto encasquetou, n\u00e3o arredando p\u00e9. Nada restava a Febo, sen\u00e3o cumprir sua promessa, ainda que totalmente a contragosto.<\/p>\n

Dentre os muitos conselhos, Faetonte foi avisado de que n\u00e3o deveria usar o chicote nos corc\u00e9is, pois eles sabiam o caminho a fazer. Deveria apenas cont\u00ea-los, vez ou outra. Tudo lhe foi explicado com paci\u00eancia, embora o garoto mostrasse-se cada vez mais apressado para dirigir o \u201cbrinquedo\u201d e menos atencioso em ouvir as explica\u00e7\u00f5es. Ao subir no carro, n\u00e3o se lembrava da metade do que lhe dissera o Sol. Portanto, esse passeio pressagiava maus acontecimentos.<\/p>\n

Os corc\u00e9is logo deram conta de que o condutor era outro, bem mais leve e sem comando. O carro era jogado de um lado para outro na imensid\u00e3o do c\u00e9u. O moleque come\u00e7ou a tremer de medo, sem saber onde se encontrava. N\u00e3o se lembrava dos conselhos recebidos e tampouco do nome dos cavalos. N\u00e3o mais aguentava segurar as r\u00e9deas. Houve momentos em que o carro do Sol ficou t\u00e3o pr\u00f3ximo \u00e0 Terra, que seu calor p\u00f4s fogo nas planta\u00e7\u00f5es e florestas, ressecando os mares e rios, matando animais e gentes. Em suma, tudo embaixo do c\u00e9u era um caos, tudo sofria profundas e dolorosas transforma\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

A Terra, horrorizada com tanta aniquila\u00e7\u00e3o, pediu ajuda ao grande deus J\u00fapiter. Lembrou-lhe que Atlas n\u00e3o mais estava aguentando segur\u00e1-la no espa\u00e7o. E se o mar, o c\u00e9u e a terra fossem dizimados, tudo voltaria ao Caos de antes. N\u00e3o era justo que n\u00e3o fosse ele a acabar com tudo, mas um moleque mortal. Se ainda tencionava salv\u00e1-la que fosse breve, pois a cat\u00e1strofe total estava a caminho.<\/p>\n

J\u00fapiter conclamou todos os deuses para salvarem o que ainda restava da Terra. Ele trovejou e arremessou um raio contra o rapazola imprudente. Ao acert\u00e1-lo, tirou-o de dentro do carro, e ele caiu com os cabelos pegando fogo, como se fosse uma estrela cadente. O rio Eridano abriu os bra\u00e7os para receber seu corpo sem vida, refrescando-o. E as Hel\u00edadas, suas irm\u00e3s, enquanto choravam, foram transformadas em choupos, \u00e0 beira dos rios. E suas l\u00e1grimas, ao tocarem a \u00e1gua, viraram \u00e2mbar.<\/p>\n

Nota:<\/span> ilustra o texto a pintura Apolo em seu Carro<\/em>, de Luca Giordano<\/p>\n

Fontes de Pesquisa<\/span>
\nMitologia\/ Thomas Bulfinch
\nMitologia\/ LM<\/p>\n

Views: 9<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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