<\/a><\/p>\nO deus P\u00e3, conhecido por Lup\u00e9rcio, Lupercus, Fauno ou Silvano, era respons\u00e1vel pelos bosques, campos, rebanhos e pastores. As grutas serviam-lhe de moradia e tinha como lazer andar por seus dom\u00ednios, ca\u00e7ando ou dan\u00e7ando com as belas ninfas, e tocando a flauta que sempre trazia consigo. N\u00e3o tinha uma apar\u00eancia muito bonita, \u00e9 verdade, pois era uma mistura de deus com animal (pernas, orelhas e chifres de bode).<\/p>\n
De uma feita, P\u00e3 ousou dizer que sua m\u00fasica era muito melhor do que a do deus Apolo. E como se s\u00f3 isso n\u00e3o bastasse, desafiou-o para uma disputa, que foi prontamente aceita. Para juiz da competi\u00e7\u00e3o foi convocado Tmolo, o deus das montanhas que, para ouvir melhor, removeu as folhas das \u00e1rvores que tapavam seus ouvidos. Muitos seres divinos e humanos estavam presentes, acompanhando o embate.<\/p>\n
P\u00e3 armou-se com a sua flauta e Apolo com a sua lira. Com os dois advers\u00e1rios a postos foi iniciada a competi\u00e7\u00e3o. Ao final, Tmolo elegeu a m\u00fasica do Rei Sol como a melhor. Todos aqueles que se encontravam presentes, acompanhando a disputa, foram un\u00e2nimes em concordar com o resultado, excetuando Midas, devoto fiel de P\u00e3. Chateado, p\u00f4s-se a falar que houve injusti\u00e7a na escolha, que o juiz fora parcial e outras coisas mais.<\/p>\n
Apolo sentiu-se chateado com a postura de Midas, pois afinal ele nada conhecia sobre m\u00fasica, tendo um ouvido nem um pouco refinado para apreciar e julgar uma melodia. Como castigo, aumentou o tamanho de suas orelhas, igualando-as \u00e0s de um burro. Nem \u00e9 preciso dizer que Midas sentiu-se flagelado com aquela deforma\u00e7\u00e3o. O \u00fanico jeito seria escond\u00ea-las debaixo de um enorme turbante. Saiu em busca de um local onde pudesse fazer tal arranjo. Ao cabeleireiro, respons\u00e1vel pela arruma\u00e7\u00e3o, foi dada a ordem de jamais contar o que havia debaixo dela, sob pena de sofrer um castigo atroz.<\/p>\n
Como guardar segredo \u00e9 coisa dolorosa, o tal cabeleireiro, n\u00e3o mais suportando carregar t\u00e3o pesado fardo, bolou uma maneira de livrar-se dele, de modo a dormir em paz. Logo ao amanhecer, quando os campos ainda se encontravam silenciosos e umedecidos pelo orvalho da deusa Aurora, escolheu um lugar n\u00e3o muito distante de sua morada, e ali cavou um buraco. Depois, abaixou-se e, com voz quase inaud\u00edvel, contou a hist\u00f3ria de Midas com suas orelhas de burro. A seguir, jogou a terra de volta, compactou-a e voltou para casa. Mas tempos depois, naquele mesmo local, nasceu uma enorme touceira de juncos, que ao crescer, passou a murmurar a hist\u00f3ria de Midas, sempre que era tocada pelo brisa.<\/p>\n
Nota:<\/span> Apolo e P\u00e3<\/em>, obra de Frans Floris<\/p>\nFontes de Pesquisa<\/span>
\nMitologia\/ Thomas Bulfinch
\nMitologia\/ LM<\/p>\nViews: 87<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Recontado por Lu Dias Carvalho O deus P\u00e3, conhecido por Lup\u00e9rcio, Lupercus, Fauno ou Silvano, era respons\u00e1vel pelos bosques, campos, rebanhos e pastores. As grutas serviam-lhe de moradia e tinha como lazer andar por seus dom\u00ednios, ca\u00e7ando ou dan\u00e7ando com as belas ninfas, e tocando a flauta que sempre trazia consigo. N\u00e3o tinha uma apar\u00eancia […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[36],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20729"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=20729"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20729\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46887,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20729\/revisions\/46887"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=20729"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=20729"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=20729"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}