{"id":20764,"date":"2015-10-07T21:56:56","date_gmt":"2015-10-08T00:56:56","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=20764"},"modified":"2022-08-12T23:07:29","modified_gmt":"2022-08-13T02:07:29","slug":"mit-glauco-sila-e-a-feiticeira-dirce","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/mit-glauco-sila-e-a-feiticeira-dirce\/","title":{"rendered":"Mit. \u2013 GLAUCO, SILA E A FEITICEIRA DIRCE"},"content":{"rendered":"

Recontado por Lu Dias Carvalho
\n<\/strong><\/p>\n

\"casimro2<\/a><\/p>\n

O jovem Glauco pescava todos os dias. Normalmente voltava para casa com pesadas fieiras de peixe. Certa vez, depois de ter apanhado a cota de peixes do dia, notou que esses, at\u00e9 ent\u00e3o jogados na relva, come\u00e7aram a voltar \u00e0 vida e, subitamente, todos pularam na \u00e1gua ao mesmo tempo. Perplexo com a situa\u00e7\u00e3o, chegou a imaginar que fosse a erva usada para apanh\u00e1-los ou a a\u00e7\u00e3o de algum deus.<\/p>\n

Para tirar suas d\u00favidas, Glauco colocou algumas folhas da erva usada na pr\u00f3pria boca. Imediatamente sentiu-se excitado por uma vontade incontida de cair na \u00e1gua. N\u00e3o mais aguentando refrear seu desejo, pulou nas \u00e1guas, mergulhando profundamente. Bem no fundo, moravam os deuses da \u00e1gua (Oceano e T\u00e9tis), que o receberam carinhosamente, sendo, inclusive, retirado de si qualquer vest\u00edgio de humanidade, transformando-o num ser imortal. Agora, n\u00e3o seria mais necess\u00e1rio dedicar-se \u00e0 pesca.<\/p>\n

O imortal Glauco, em um de seus constantes passeios pelas \u00e1guas, observou na praia uma linda jovem de nome Sila, protegida das ninfas da \u00e1gua. Ela procurava um local menos \u00edngreme, onde pudesse entrar no rio. Mas ao notar a presen\u00e7a de Glauco, voltou, repentinamente, \u00e0 procura de um local seguro, a fim de avaliar se era ele um deus ou um animal marinho. Quando esse lhe disse que era um deus, acima de Trit\u00e3o e Proteu, ela se acalmou. A seguir, contou-lhe sua hist\u00f3ria de humano at\u00e9 transformar-se em deus. Por\u00e9m, reclamou por n\u00e3o possuir o cora\u00e7\u00e3o de Sila, por quem havia se apaixonado assim que a vira. Ela fugiu amedrontada diante de tais palavras.<\/p>\n

Glauco, apaixonado, resolveu pedir ajuda \u00e0 feiticeira Circe, que morava numa ilha, a mesma em que Ulisses havia desembarcado. E falou-lhe de seu grande amor por Sila, pedindo-lhe que usasse suas ervas para fazer com que a jovem retribu\u00edsse sua paix\u00e3o. Mas o fato \u00e9 que a feiticeira tamb\u00e9m se sentiu atra\u00edda pelo deus, e, portanto, aconselhou-o a gostar de quem dele gostasse, assim como ela. Deveria retribuir o desprezo de Sila com o mesmo desprezo recebido, devendo procurar algu\u00e9m que tamb\u00e9m dele gostasse, pois n\u00e3o valia a pena sofrer por quem nos desmerecia.<\/p>\n

Diante dos conselhos de Circe, Glauco reafirmou-lhe que jamais poderia deixar de amar Sila, deixando a deusa feiticeira indignada. Como n\u00e3o podia castig\u00e1-lo por ser ele um deus, e tamb\u00e9m por am\u00e1-lo, resolveu supliciar Sila. Mesmo os deuses, tomam sempre os pobres como v\u00edtimas e neles descontam suas decep\u00e7\u00f5es. Portanto, \u00e0s plantas de poderoso veneno, Circe acrescentou feiti\u00e7arias e encanta\u00e7\u00f5es, e partiu para a Sic\u00edlia, em busca de Sila. E na ba\u00eda, onde a jovem banhava-se, jogou a mistura venenosa, acompanhada de palavras m\u00e1gicas.<\/p>\n

Ao chegar ao lugar costumeiro, Silas enfiou-se na \u00e1gua, cobrindo-se at\u00e9 a cintura. Mas para seu horror, notou que havia uma ninhada de serpentes e monstros \u00e0 sua volta. Ao tentar fugir deles, notava que continuavam perto dela. Por fim, observou que eram parte de si. E ali teve que permanecer, para sempre, como castigo. Revoltada, e com toda a raz\u00e3o, passou a devorar os marinheiros que dela se aproximavam, dentre eles seis companheiros de Ulisses. Os deuses transformaram-na em rochedo, tentando minimizar seu \u00f3dio. E ainda assim, o rochedo a que deu forma, continua a amedrontar os marinheiros que passam perto dele.<\/p>\n

Nota:<\/span> Glauco e Sila<\/em>, pintura de Bartholom\u00e4us Spranger<\/p>\n

Fontes de Pesquisa<\/span>
\nMitologia\/ Thomas Bulfinch
\nMitologia\/ LM<\/p>\n

Views: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Recontado por Lu Dias Carvalho O jovem Glauco pescava todos os dias. Normalmente voltava para casa com pesadas fieiras de peixe. Certa vez, depois de ter apanhado a cota de peixes do dia, notou que esses, at\u00e9 ent\u00e3o jogados na relva, come\u00e7aram a voltar \u00e0 vida e, subitamente, todos pularam na \u00e1gua ao mesmo tempo. […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[36],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20764"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=20764"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20764\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46866,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20764\/revisions\/46866"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=20764"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=20764"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=20764"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}