<\/a><\/p>\nO or\u00e1culo estava sempre a mudar o destino dos humanos. E foi por isso que Laio, rei de Tebas, foi obrigado a abrir m\u00e3o de seu filho rec\u00e9m-nascido, ap\u00f3s ser advertido por um or\u00e1culo de que, caso esse viesse a crescer, tanto seu trono quanto sua vida correriam s\u00e9rio perigo. Diante de tal infort\u00fanio, o rei delegou a um pastor a tarefa de mat\u00e1-lo. Mas condo\u00eddo por ter que dar cabo a um beb\u00ea, e tamb\u00e9m com medo de desobedecer a seu rei, o pobre homem amarrou a crian\u00e7a de cabe\u00e7a para baixo numa \u00e1rvore, e ali a deixou para que perecesse. Por\u00e9m, um campon\u00eas encontrou-a e levou-a para seus amos, que a adotaram como filho, dando-lhe o nome de \u00c9dipo.<\/p>\n
Muitos e muitos anos depois, j\u00e1 sendo \u00c9dipo um belo rapaz, o rei Laio, a caminho de Delfos, encontrando-se em seu carro, acompanhado por um de seus escravos, deparou-se com o rapaz, tamb\u00e9m em seu carro, na mesm\u00edssima estrada. Esse se recusou a ceder o caminho ao rei, tendo por isso um dos cavalos morto pelo escravo. Revoltado, \u00c9dipo acabou matando o rei e o servo que o seguia, cumprindo-se a profecia do or\u00e1culo.<\/p>\n
Poucos anos ap\u00f3s tal acontecimento, Tebas viu-se sob o poder de um terr\u00edvel monstro denominado Esfinge, metade le\u00e3o (parte inferior) e metade mulher (parte superior), que era o terror dos viajantes, pois, do alto de um rochedo, obrigava todos a pararem, a fim de decifrar o enigma que lhes propunha. Quem respondesse seria salvo, e quem se desse mal seria morto. Nem \u00e9 preciso dizer que todos pereciam. Ningu\u00e9m mais queria ir a Tebas, tamanho era o amedrontamento dos viajores. At\u00e9 que \u00c9dipo tomou para si a tarefa de dar fim \u00e0 Esfinge, ainda que os relatos ouvidos fossem tenebrosos. E foi assim que, ao encontr\u00e1-la, ouviu o seu p\u00e9rfido enigma:<\/p>\n
– Qual \u00e9 o animal que anda com quatro p\u00e9s de manh\u00e3, com dois \u00e0 tarde e com tr\u00eas \u00e0 noite?<\/p>\n
– \u00c9 o homem, pois na inf\u00e2ncia ele engatinha, na juventude caminha ereto e na velhice, al\u00e9m dos dois p\u00e9s, ainda usa um bast\u00e3o. \u2013 respondeu-lhe prontamente o jovem \u00c9dipo.<\/p>\n
Envergonhada, pois achava-se a tal, a Esfinge jogou-se do alto do rochedo, espatifando-se no ch\u00e3o. E Tebas passou a viver em paz. Em agradecimento, o povo da cidade proclamou \u00c9dipo como rei, dando-lhe a m\u00e3o da rainha Jocasta, que ficara vi\u00fava com a morte do rei Laio, em cas\u00f3rio. Portanto, o jovem her\u00f3i n\u00e3o apenas matou o pai, como acabou se casando com a pr\u00f3pria m\u00e3e, por desconhecer sua origem. Sem culpa alguma.<\/p>\n
Tempos depois, a cidade de Tebas viu-se novamente devastada por outro flagelo \u2013 a peste. E de novo houve uma consulta ao or\u00e1culo, que revelou a causa daquela desgra\u00e7a: o rei \u00c9dipo havia cometido dois crimes abomin\u00e1veis, ao matar o pai e casar-se com a m\u00e3e. Horrorizada, Jocasta matou-se, enquanto \u00c9dipo, desvairado, furou os pr\u00f3prios olhos e abandonou Tebas. Todos os que o amavam abandonaram-no, exceto suas filhas, que o acompanharam em sua cegueira. Mas os deuses apiedaram-se desse homem inocente, restituindo-lhe a vis\u00e3o, ap\u00f3s longo tempo de caminhada.<\/p>\n
Nota:<\/span> \u00c9dipo e a Esfinge<\/em>, obra de Gustave Moreau<\/p>\nFontes de Pesquisa<\/span>
\nMitologia\/ Thomas Bulfinch
\nMitologia\/ LM<\/p>\nViews: 7<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Recontado por Lu Dias Carvalho O or\u00e1culo estava sempre a mudar o destino dos humanos. E foi por isso que Laio, rei de Tebas, foi obrigado a abrir m\u00e3o de seu filho rec\u00e9m-nascido, ap\u00f3s ser advertido por um or\u00e1culo de que, caso esse viesse a crescer, tanto seu trono quanto sua vida correriam s\u00e9rio perigo. […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[36],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/23880"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=23880"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/23880\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46880,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/23880\/revisions\/46880"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=23880"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=23880"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=23880"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}