{"id":24079,"date":"2015-10-18T02:20:38","date_gmt":"2015-10-18T04:20:38","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=24079"},"modified":"2022-08-12T23:01:57","modified_gmt":"2022-08-13T02:01:57","slug":"mit-orfeu-e-euridice","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/mit-orfeu-e-euridice\/","title":{"rendered":"Mit. \u2013 ORFEU E EUR\u00cdDICE"},"content":{"rendered":"

Recontado por Lu Dias Carvalho
\n<\/strong><\/p>\n

\"Ceres1\"<\/a><\/p>\n

O jovem Orfeu nasceu da uni\u00e3o entre o deus Apolo e a ninfa Cal\u00edope. Seu pai presenteou-o com uma lira, instrumento que aprendeu a dedilhar com maestria, a ponto de suplantar qualquer outro que o tocasse. Quando se punha a executar sua m\u00fasica, tudo se aquietava ao seu redor: os mortais, as \u00e1rvores, as \u00e1guas, os animais, o vento e os rochedos. At\u00e9 mesmo os animais mais ferozes deitavam-se a seus p\u00e9s como se fossem doces cordeirinhos, para escut\u00e1-lo.<\/p>\n

Orfeu uniu-se \u00e0 ninfa Eur\u00eddice. Himeneu, o deus do casamento, filho de Apolo com Afrodite, recebeu a incumb\u00eancia de aben\u00e7oar o casal. Contudo, n\u00e3o foram bons os press\u00e1gios que ali vira acontecer. Sua tocha fumeou, enchendo de l\u00e1grimas os olhos dos esposos. Como a revalidar os maus aug\u00farios, logo depois, enquanto Eur\u00eddice passeava com as ninfas suas companheiras, o pastor Aristeu viu-a e por ela quedou-se de amores. Ao fugir de t\u00e3o insistente admirador, a ninfa pisou numa cobra, sendo por ela mordida no p\u00e9, vindo logo a falecer.<\/p>\n

O jovem marido ficou pesarosamente enlutado. Sua lira acompanhava seus queixumes onde quer que se encontrasse, comovendo at\u00e9 as pedras. E n\u00e3o conseguindo sair daquele pesar, Orfeu decidiu ir a busca de Eur\u00eddice na regi\u00e3o onde habitavam os mortos, no reino do Estige. Ali chegando, atravessou grandes legi\u00f5es de fantasmas, at\u00e9 se p\u00f4r diante do trono de Plut\u00e3o (Hades), o deus dos mortos, e de Pros\u00e9rpina, sua rainha. Tomou de sua lira e cantou sua triste hist\u00f3ria, pedindo-lhes que unissem novamente os fios da vida de Eur\u00eddice, para que ela vivesse at\u00e9 o momento certo de ali retornar, como acontece a todos, mais cedo ou mais tarde. Em caso de recusa, ele prometia tamb\u00e9m ficar ali, junto a ela. Os queixumes de Orfeu eram t\u00e3o dolorosos, que at\u00e9 mesmo os fantasmas debulhavam l\u00e1grimas, paralisando tudo no reino dos mortos. Plut\u00e3o e sua esposa, compadecidos, atenderam o pedido do jovem esposo.<\/p>\n

A Orfeu foi permitido levar Eur\u00eddice, desde que, durante o trajeto, ele s\u00f3 olhasse para tr\u00e1s a fim de v\u00ea-la, ao chegar \u00e0 atmosfera superior. Os dois puseram-se a caminho. As regi\u00f5es pelas quais caminhavam eram tenebrosas, cheias de passagens escuras e \u00edngremes. Preocupado com a sua amada, Orfeu esqueceu-se da ordem recebida e olhou para tr\u00e1s, a fim de certificar-se de que Eur\u00eddice encontrava-se bem. Por isso, ela morreu pela segunda vez, s\u00f3 que dessa vez em\u00a0 seus bra\u00e7os. E imediatamente sumiu de sua presen\u00e7a. Desesperado, ele tentou retornar ao mundo dos mortos, mais foi impedido por Caronte, o barqueiro que fazia a travessia das almas para o outro mundo. O jovem apaixonado permaneceu nas margens do rio Estige durante sete dias e sete noites, sem comer ou dormir.\u00a0 Ali cantou sua desgra\u00e7a, n\u00e3o mais levantando os olhos para mulher alguma, pois somente Eur\u00eddice imperava em seu cora\u00e7\u00e3o dilacerado pelo sofrimento.<\/p>\n

Certo dia, excitadas pelos rituais do deus Baco, um grupo de mulheres tudo fez para seduzir Orfeu. Elas atiraram dardos e pedras, a fim de chamar sua aten\u00e7\u00e3o, mas um dos proj\u00e9teis atingiu-o mortalmente. Furiosas por terem sido repelidas, as mulheres estra\u00e7alharam-no, jogando sua cabe\u00e7a e sua lira no Rio Orfeu. Condo\u00eddas, as musas recolheram as partes de seu corpo, e enterraram-nas em Limetra, na Gr\u00e9cia. J\u00fapiter botou sua lira entre as estrelas, enquanto Orfeu voltou \u00e0 regi\u00e3o dos mortos, no T\u00e1rtaro, onde reencontrou a sua amada Eur\u00eddice, podendo viver juntos e olharem-se o quanto quisessem, sem jamais serem castigados.<\/p>\n

Nota:<\/span> Orfeu e Eur\u00eddice<\/em>, obra de Jean-Baptiste Camille Corot<\/p>\n

Fontes de Pesquisa<\/span>
\nMitologia\/ Thomas Bulfinch
\nMitologia\/ LM<\/p>\n

Views: 4<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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