<\/a><\/p>\nCeix era filho de V\u00e9sper (Estrela-d\u2019Alva) e esposo de Alc\u00edone, filha de \u00c9olo (o deus dos ventos). Era tamb\u00e9m rei da Tess\u00e1lia, sendo muito amado por seus s\u00faditos. Sua vida s\u00f3 n\u00e3o era completa em raz\u00e3o da morte de seu irm\u00e3o, levando-o a crer que os deuses n\u00e3o gostavam dele, e, por isso, deveria viajar para consultar o or\u00e1culo de Apolo, a fim de conhecer toda a verdade. Queria saber em que consistia o seu erro, para receber tal castigo.<\/p>\n
Alc\u00edone, que conhecia a c\u00f3lera dos ventos, tentou dissuadi-lo de tal inten\u00e7\u00e3o. Pediu-lhe ent\u00e3o que a levasse consigo, mas em v\u00e3o. Ele n\u00e3o queria submeter a mulher amada a tanto perigo. E assim partiu em seu navio, deixando sua esposa abatida pela dor. Pressentimentos horr\u00edveis comprimiam seu cora\u00e7\u00e3o. Restava-lhe apenas pedir aos deuses para que zelassem pelo esposo, que haveria de atravessar tempos dif\u00edceis, que ela bem conhecia por causa de seu pai.<\/p>\n
Os ventos, que come\u00e7aram como uma brisa suave, enfureceram-se no meio da viagem. A tormenta cruel jogou a embarca\u00e7\u00e3o de um lado para outro, como se fosse uma caixinha de papel\u00e3o, at\u00e9 vir\u00e1-la. Marinheiros e Ceix viram-se perdidos. Esse trazia nos l\u00e1bios o nome de sua amada Alc\u00edone. Sabia que iria morrer. Pediu ent\u00e3o \u00e0s ondas que levassem seu corpo at\u00e9 sua mulher, para que ela fizesse seu funeral. Nenhum dos homens conseguiu se salvar em meio a t\u00e3o violenta tempestade. Ceix morreu junto.<\/p>\n
Alc\u00edone aguardava o marido dia e noite, de olho no mar. Seus joelhos traziam calos de tanto orar aos deuses, principalmente a Juno, por ele. Pedia, inclusive, que ele n\u00e3o encontrasse outra a quem pudesse amar mais do que a ela. A deusa Juno sentiu-se compadecida com o sofrimento daquela esposa, que orava pelo marido j\u00e1 morto. Pediu ent\u00e3o a \u00cdris, sua mensageira, para que fosse ter com o Rei Sono e pedisse-lhe para enviar uma vis\u00e3o de Ceix a Alc\u00edone, para que ela conhecesse toda a verdade. Esse, por sua vez, incumbiu seu filho Morfeu de cumprir tal miss\u00e3o. E assim aconteceu.<\/p>\n
Enquanto dormia, Alc\u00edone recebeu a vis\u00e3o do marido, dizendo-lhe que morrera no Mar Egeu. Ao despertar-se, a pobre mulher arrancou os cabelos em sua grande dor. N\u00e3o via mais sentido em sua vida. Segui-lo-ia em sua morte. Dirigiu-se \u00e0 praia, e procurou o rochedo de onde vira Ceix pela \u00faltima vez. Ali, enquanto revivia a cena, viu um corpo boiando nas \u00e1guas. Pensou que fosse o de um pobre marinheiro, e tamb\u00e9m sofreu por sua esposa. Somente ao aproximar-se bastante dela \u00e9 que reconheceu o corpo do marido.<\/p>\n
Ao saltar nas \u00e1guas, Alc\u00edone foi transformada numa ave. Tentava beijar o corpo de Ceix com seu bico. Condo\u00eddos com a cena, os deuses, que a tudo observavam, transformaram Ceix tamb\u00e9m numa ave. Juntos, o casal de p\u00e1ssaros acasala-se e reproduz at\u00e9 os dias de hoje.<\/p>\n
Nota:<\/span> Ceix e Alc\u00edone<\/em>, autor an\u00f4nimo, Escola Francesa (1750)<\/p>\nFontes de pesquisa<\/span>
\nO Livro de Ouro da Mitologia\/ Thomas Bulfinch
\nMitologia\/ LM<\/p>\nViews: 13<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Recontado por Lu Dias Carvalho Ceix era filho de V\u00e9sper (Estrela-d\u2019Alva) e esposo de Alc\u00edone, filha de \u00c9olo (o deus dos ventos). Era tamb\u00e9m rei da Tess\u00e1lia, sendo muito amado por seus s\u00faditos. Sua vida s\u00f3 n\u00e3o era completa em raz\u00e3o da morte de seu irm\u00e3o, levando-o a crer que os deuses n\u00e3o gostavam dele, […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[36],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/24365"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=24365"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/24365\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46894,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/24365\/revisions\/46894"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=24365"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=24365"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=24365"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}