{"id":25254,"date":"2015-11-20T14:54:23","date_gmt":"2015-11-20T16:54:23","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=25254"},"modified":"2016-10-28T17:36:20","modified_gmt":"2016-10-28T19:36:20","slug":"piero-di-cosimo-a-morte-de-procris","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/piero-di-cosimo-a-morte-de-procris\/","title":{"rendered":"Piero di Cosimo – A MORTE DE PR\u00d3CRIS"},"content":{"rendered":"

Autoria de LuDiasBH<\/strong><\/p>\n

\"amopro\"<\/a><\/p>\n

A composi\u00e7\u00e3o denominada A Morte de Pr\u00f3cris<\/em> \u00e9 uma obra mitol\u00f3gica do pintor italiano Piero di Cosimo. Ela narra a hist\u00f3ria de um casal apaixonado, que se deixou levar pelo ci\u00fame e pela desconfian\u00e7a. Trata-se de uma das obras mais apreciadas do pintor.<\/p>\n

Na tela vemos uma mulher seminua deitada, envolta num v\u00e9u dourado transparente e noutro vermelho, de frente para o observador, sobre um relvado coberto por flores. \u00c9 poss\u00edvel notar que de sua ferida no pesco\u00e7o goteja sangue, que desce em dire\u00e7\u00e3o a seus seios nus. Seu bra\u00e7o direito est\u00e1 sujo de sangue, assim como a m\u00e3o do mesmo lado, estendida sobre a relva.<\/p>\n

Pr\u00f3ximo \u00e0 cabe\u00e7a de Pr\u00f3cris encontra-se um fauno (divindade campestre, que tem longas orelhas pontudas, chifres e p\u00e9s de bode), e aos p\u00e9s dela est\u00e1 um enorme c\u00e3o de ca\u00e7a, que a observa, aparentando tristeza. O fauno, condo\u00eddo, inclina seu corpo sobre a jovem, tocando-lhe o ombro com a m\u00e3o esquerda, e afastando seus cabelos do rosto com a direita.<\/p>\n

Ao fundo, em segundo plano, nas margens da imensa lagoa azulada, sobre a areia, podem ser vistos gar\u00e7as e tr\u00eas c\u00e3es de ra\u00e7as diferentes. Um deles \u00e9 o mesmo que se encontra aos p\u00e9s de Pr\u00f3cris. Na \u00e1gua, rente \u00e0 praia, est\u00e1 um pelicano. Gar\u00e7as voam pelo c\u00e9u azul, em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 praia. Muitas embarca\u00e7\u00f5es s\u00e3o vistas na lagoa e, mais ao fundo, as edifica\u00e7\u00f5es de uma cidade azulada. O dia est\u00e1 amanhecendo.<\/p>\n

Como o artista n\u00e3o assinava ou datava seus quadros, n\u00e3o se sabe quando este foi feito, se na juventude ou na maturidade de Piero di Cosimo. Outro tema pol\u00eamico envolve a sua significa\u00e7\u00e3o, pois, em sua exposi\u00e7\u00e3o, traz como t\u00edtulo apenas \u201cUm Tema Mitol\u00f3gico\u201d. A maioria dos historiadores tem-no como a representa\u00e7\u00e3o da morte de Pr\u00f3cris, cujo tema faz parte de uma lenda que o poeta romano Ov\u00eddio, conta em sua obra denominada “Metamorfoses”, embora a presen\u00e7a do s\u00e1tiro apresente d\u00favidas.<\/p>\n

C\u00e9falo, persongem central do mito, n\u00e3o se encontra na pintura, mas, sim, o c\u00e3o Laelaps, dado pela deusa Diana ao jovem marido. A sua presen\u00e7a na pintura pode estar associada \u00e0 fidelidade, o que faltou entre o casal m\u00edtico. Ele e o fauno s\u00e3o testemunhas tristonhas da cena.<\/p>\n

Conta o mito que o jovem C\u00e9falo j\u00e1 se encontrava de p\u00e9 antes mesmo do amanhecer, para praticar seus exerc\u00edcios e p\u00f4r-se em busca da ca\u00e7a. Ele era apaixonado por sua esposa Pr\u00f3cris. De uma feita, estava descansando de uma tarde de calor, quando uma brisa suave banhou-lhe o corpo vigoroso. Em voz alta, ele agradeceu aquele afago, suplicando \u00e0 brisa que n\u00e3o o deixasse. Contudo, uma pessoa que por ali passava, imaginando que ele estivesse a falar com uma mulher, correu para contar \u00e0 sua esposa, que ficou atordoada com tal not\u00edcia.<\/p>\n

No dia seguinte, Pr\u00f3cris saiu furtivamente atr\u00e1s do marido, escondendo-se pr\u00f3xima ao lugar, onde ele fora visto descansando. E a mesma cena aconteceu. Baseando-se apenas nas palavras ouvidas, em que o jovem elogiava a brisa, ela fez um ru\u00eddo, balan\u00e7ando a folhagem. C\u00e9falo imaginou que se tratava de uma fera e lan\u00e7ou seu dardo, que jamais errava o alvo. Ao chegar ao local, viu sua esposa toda ensanguentada. Desesperado, tentou salv\u00e1-la, sentindo-se culpado. Mas antes que exalasse seu \u00faltimo suspiro, Pr\u00f3cris reuniu for\u00e7as e pediu-lhe que n\u00e3o casasse com a aquela maldita “Brisa”, causa de seu infort\u00fanio. Ele ainda teve tempo de contar-lhe toda a verdade, fazendo com que ela morresse em paz.<\/p>\n

Ficha t\u00e9cnica<\/span>
\nAno: c. 1495
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre \u00e1lamo
\nDimens\u00f5es: 65,4 x 25,7 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: The National Gallery, Londres, Gr\u00e3-Bretanha<\/p>\n

Fontes de pesquisa<\/span>
\nLos secretos de las obras de arte\/ Taschen
\n1000 obras-primas da pintura europeia\/ K\u00f6nemann<\/p>\n

Views: 16<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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