Paisagem com a Queda de \u00cdcaro<\/em> \u00e9 uma obra mitol\u00f3gica do pintor Pieter Bruegel, o Velho, que faz uso de um tema muito conhecido em sua \u00e9poca: a queda de \u00cdcaro, mostrando o momento exato em que o rapaz afunda no mar.<\/p>\nO artista dividiu sua pintura em tr\u00eas planos, assim organizados:<\/p>\n
1\u00ba – um lavrado com seu arado lavra a terra para plantar;
\n2\u00ba – um pastor olha para os c\u00e9us, de costas para o mar, enquanto suas ovelhas pastam;
\n3\u00ba – o imenso mar, embarca\u00e7\u00f5es, rochedos, uma cidade ao loge, e \u00cdcaro.<\/p>\n
Embora se encontre pr\u00f3ximo a um barco a velas e a um homem pescando, ningu\u00e9m testemunha a ca\u00edda do pobre mo\u00e7o. Nem mesmo o p\u00e1ssaro, pousado no galho de uma pequena \u00e1rvore, voa com o barulho produzido pela queda. \u00c9 poss\u00edvel ver as pernas de \u00cdcaro, na parte inferior da pintura, \u00e0 direita, enquanto ele afunda. Tampouco foi notado pelo pastor de ovelhas e pelo campon\u00eas que faz sulcos na terra para o plantio. Nenhum ser vivo esbo\u00e7a qualquer movimento indicativo de que presencia o triste fim do jovem, que poderia ser salvo, j\u00e1 que caiu pr\u00f3ximo \u00e0costa.<\/p>\n
O lavrador com seu arado, em primeiro plano, \u00e9 quem se encontra mais distante de \u00cdcaro e mais pr\u00f3ximo do observador. Sua figura \u00e9 a mais chamativa, em raz\u00e3o de sua camisa vermelha. Ele se encontra atento a seu trabalho. Por sua vez, o pastor est\u00e1 de costas para o mar, pr\u00f3ximo a seu cachorro e rodeado por suas ovelhas. Ele observa algo no c\u00e9u. O pescador, assentado no rochedo, com o corpo inclinado para baixo, observa atentamente o mexer de seu anzol.<\/p>\n
Como era comum o fato de Bruegel repassar ensinamentos morais atrav\u00e9s de suas pinturas, muitos especulam sobre qual seriam os alusivos a esta. Alguns dizem que mostra o quanto \u00e9 descabido ambicionar coisas in\u00fateis, devendo cada um ficar satisfeito com o que tem. Outros j\u00e1 a interpretam como se mostrasse o qu\u00e3o certas pessoas podem ser indiferentes e cegas diante de novas ideias, ou ainda incapazes de prestar solidariedade a outrem.<\/p>\n
Esta composi\u00e7\u00e3o de Bruegel \u00e9 tida como uma das mais belas j\u00e1 feitas. Ela nos passa a impress\u00e3o de ter sido feita do alto, tendo o artista uma vis\u00e3o de cima para baixo, como se sobrevoasse o local. A enorme paisagem mostra-se tranquila.<\/p>\n
Segundo o poeta romano Ov\u00eddio, em seu livro denominado \u201cMetamorfoses\u201d, D\u00e9dalo, um habilidoso inventor, achou ter descoberto uma maneira de voar, como as aves, atrav\u00e9s da constru\u00e7\u00e3o de asas feitas de ceras e penas. E foi assim que pai e filho puseram-se aos c\u00e9us. \u00cdcaro, por\u00e9m, n\u00e3o ouviu os conselhos do pai, que o advertira sobre o perigo de voar muito perto do sol, pois a cera derreteria. Dito e feito, o calor derreteu as asas do coitado, que acabou caindo no mar. Ao pai s\u00f3 restou gritar por ele, sem saber onde se encontrava.<\/p>\n
Ficha t\u00e9cnica<\/span>
\nAno: 1558
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre madeira transferido para tela
\nDimens\u00f5es: 74 x 112 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Mus\u00e9e Rouaux des Beaux-Arts, Bruxelas, B\u00e9lgica<\/p>\nFonte de pesquisa
\n1000 obras-primas da pintura europeia\/ Editora K\u00f6nemann
\nBruegel\/ Editora Cosac e Naify<\/p>\n
Views: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho A composi\u00e7\u00e3o denominada Paisagem com a Queda de \u00cdcaro \u00e9 uma obra mitol\u00f3gica do pintor Pieter Bruegel, o Velho, que faz uso de um tema muito conhecido em sua \u00e9poca: a queda de \u00cdcaro, mostrando o momento exato em que o rapaz afunda no mar. O artista dividiu sua pintura […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25521"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=25521"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25521\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46902,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25521\/revisions\/46902"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=25521"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=25521"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=25521"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}