Enterro de Cristo \u2014<\/em> trata-se de uma obra do pintor barroco italiano Caravaggio. \u00c9 tida como uma das pinturas mais monumentais de seu reconhecido trabalho. Na sua tela o artista colocou um grupo compacto e sim\u00e9trico de seis figuras sobre uma laje de pedra, formando uma diagonal, a partir da direita superior.<\/p>\nO corpo seminu e sem vida de Cristo, j\u00e1 com o rosto arroxeado e a boca aberta, com ossos, m\u00fasculos e veias salientes sob a pele l\u00edvida, est\u00e1 cingido por um pano branco que lhe cobre a regi\u00e3o pubiana. Sua m\u00e3o esquerda encosta-se na pedra, sobre o \u00e2ngulo que vai em dire\u00e7\u00e3o ao observador, enquanto a direita dobra-se sobre a barriga. Ele est\u00e1 seguro pelas pernas e tronco por dois de seus ap\u00f3stolos, Jo\u00e3o Evangelista, com seu manto vermelho, e Nicodemos, apoiado na beirada da laje. O primeiro apoia o corpo sem vida do Mestre em seu joelho direito.<\/p>\n
No meio do compacto grupo est\u00e1 Maria, a m\u00e3e de Jesus, com os bra\u00e7os abertos e com os olhos voltados para o filho morto. Seu rosto sem vi\u00e7o expressa uma profunda dor e sua m\u00e3o direita parece tentar alcan\u00e7\u00e1-lo ou aben\u00e7o\u00e1-lo. Ao seu lado est\u00e1 Maria Madalena, com os cabelos divididos ao meio e tran\u00e7ados, tamb\u00e9m com a cabe\u00e7a baixa e os olhos direcionados para o corpo inerte do Mestre. Ela chora e limpa as l\u00e1grimas com um len\u00e7o. Atr\u00e1s dela, Maria de Cleofas ergue as m\u00e3os e os olhos para o c\u00e9u em sinal de desespero e s\u00faplica, destoando do comportamento contido dos demais personagens.<\/p>\n
Mais uma vez o magistral Caravaggio busca entre o povo os modelos para sua pintura. Recusa-se a pintar Cristo e seu grupo como belos e divinos. Ao contr\u00e1rio, retrata-os em sua humanidade, como gente do povo sofrida e simples. As figuras est\u00e3o dobradas ou reclinadas sobre o corpo nu e amortalhado de Jesus Cristo, excetuando o ap\u00f3stolo e a jovem mulher que, emocionada, levanta suas m\u00e3os e olhos para cima. O branco da mortalha destaca ainda mais o corpo sem vida do Mestre. O contraste entre o vermelho, o verde-escuro e o castanho brilhante de um lado e do outro o marfim e o branco torna a cena muito forte.<\/p>\n
Ao contr\u00e1rio de outros artistas, que pintaram a descida do corpo de Cristo da cruz ou o seu sepultamento, Caravaggio deu um novo enfoque \u00e0 sua magistral composi\u00e7\u00e3o. N\u00e3o mostrou nem uma coisa e nem outra, mas apenas o momento em que o corpo do Mestre est\u00e1 sendo colocado por Jo\u00e3o Evangelista e Nicodemos sobre a \u201cPedra da Un\u00e7\u00e3o\u201d (antes vista como a porta do t\u00famulo), ou seja, a pedra usada para apoiar o corpo de Jesus, enquanto ele era ungido e vestido para seu sepultamento. Presentes no momento est\u00e3o tamb\u00e9m as tr\u00eas Marias: Maria m\u00e3e de Jesus, Maria Madalena e Maria de Cleofas. Foi somente a partir do s\u00e9culo XVII que esta tela passou a ser vista como uma cena do sepultamento de Cristo.<\/p>\n
O fundo escuro da composi\u00e7\u00e3o p\u00f5e ainda mais em evid\u00eancia o grupo escultural que parece projetar-se na dire\u00e7\u00e3o do observador. No canto inferior esquerdo da tela Caravaggio pintou uma pequena planta denominada verbasco.<\/p>\n
Ficha t\u00e9cnica<\/span>
\nAno: c. 1602 \u2013 1604
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nDimens\u00f5es: 300 x 2003 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Pinacoteca Vaticana, Roma, It\u00e1lia<\/p>\nFontes de pesquisa<\/span>
\nBarroco\/ Taschen
\nCaravaggio\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
\nCaravaggio\/ Abril Cole\u00e7\u00f5es
\nEnciclop\u00e9dia dos Museus\/ Mirador
\nhttps:\/\/pt.wikipedia.org\/wiki\/O_Sepultamento_de_Cristo_%28Caravaggio%29<\/p>\nViews: 177<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho A composi\u00e7\u00e3o denominada O Sepultamento de Cristo \u2014 tamb\u00e9m conhecida por A Deposi\u00e7\u00e3o no T\u00famulo ou O Santo Enterro e ainda Enterro de Cristo \u2014 trata-se de uma obra do pintor barroco italiano Caravaggio. \u00c9 tida como uma das pinturas mais monumentais de seu reconhecido trabalho. Na sua tela o […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11,42],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26051"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=26051"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26051\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46977,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26051\/revisions\/46977"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=26051"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=26051"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=26051"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}