{"id":27250,"date":"2016-03-15T01:45:06","date_gmt":"2016-03-15T04:45:06","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=27250"},"modified":"2016-03-19T19:17:00","modified_gmt":"2016-03-19T22:17:00","slug":"o-lado-bom-da-desospitalizacao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/o-lado-bom-da-desospitalizacao\/","title":{"rendered":"O LADO BOM DA DESOSPITALIZA\u00c7\u00c3O"},"content":{"rendered":"

Autoria do Dr. Telmo Diniz<\/strong><\/p>\n

\"depre2\"<\/a><\/p>\n

Muita gente acredita que, caso vier a ficar doente, \u00e9 no hospital que receber\u00e1 um melhor atendimento. As pessoas enxergam o hospital desta forma, pois \u00e9 no \u00e2mbito hospitalar que existem todos os recursos humanos e de alta tecnologia ao nosso alcance. Isto pode estar correto, dependendo do caso. Entretanto, por outro lado, o tratamento fora do hospital tem in\u00fameros benef\u00edcios. A desospitaliza\u00e7\u00e3o pode ser um bom recurso para todos: hospitais, planos de sa\u00fade e pacientes.<\/p>\n

A desospitaliza\u00e7\u00e3o \u00e9 uma tend\u00eancia mundial. Em pa\u00edses de primeiro mundo, como Inglaterra e Estados Unidos, a utiliza\u00e7\u00e3o da infraestrutura de um grande hospital acontece apenas nos per\u00edodos mais cr\u00edticos da doen\u00e7a, ou seja, o leito hospitalar somente \u00e9 utilizado nas fases agudas e n\u00e3o em fases cr\u00f4nicas. Um bom exemplo para o leitor entender melhor o tema \u00e9 de uma pessoa que teve um acidente vascular cerebral (AVC). Na fase aguda, ele fica no CTI, em m\u00e9dia, cinco dias ap\u00f3s o evento. Ap\u00f3s este per\u00edodo, quando ocorre a estabiliza\u00e7\u00e3o do quadro, o paciente \u00e9 transferido para uma unidade de menor complexidade e, da\u00ed, para o quarto; entretanto, continua no hospital. Nos sistemas onde a desospitaliza\u00e7\u00e3o \u00e9 comum, que este paciente, saindo do quadro agudo, ir\u00e1 se recuperar em unidades extra-hospitalares. Sai mais barato para o plano de sa\u00fade e melhor para o paciente, que se recupera mais r\u00e1pido.<\/p>\n

Continuando com o mesmo exemplo, esse paciente com sequela de AVC e que precisa de um suporte m\u00e9dico, de enfermagem e de reabilita\u00e7\u00e3o fisioter\u00e1pica, nos EUA e Europa, normalmente \u00e9 encaminhado para institui\u00e7\u00f5es de reabilita\u00e7\u00e3o (chamadas de \u201cNursing Homes\u201d ou \u201cAssisted Living\u201d). Quando o tratamento de recupera\u00e7\u00e3o estiver terminado, recebe alta para casa. No Brasil, alternativas s\u00e3o oferecidas aos pacientes e suas fam\u00edlias para reduzir o tempo de interna\u00e7\u00e3o, entre as quais, hospitais de retaguarda, o j\u00e1 conhecido sistema de \u201chome care\u201d, no qual toda a estrutura hospitalar \u00e9 montada na casa da pessoa ou para as institui\u00e7\u00f5es de longa perman\u00eancia para idosos credenciados. Estas \u00faltimas ainda n\u00e3o exploradas pelas operadoras de sa\u00fade, pois certamente conseguiriam liberar leitos hospitalares, reabilitar os pacientes a um custo cinco vezes menor.<\/p>\n

O objetivo da desospitaliza\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 dar alta precoce ao paciente. \u00c9 fornecer todo o suporte para que o tratamento tenha continuidade com \u00eaxito por meio de iniciativas de tratamento extra hospitalar. Grandes hospitais mant\u00eam, atualmente, um servi\u00e7o permanente de detec\u00e7\u00e3o dos pacientes que est\u00e3o internados, mas clinicamente est\u00e1veis. O hospital, ent\u00e3o, entra em contato com os m\u00e9dicos assistentes e se a desospitaliza\u00e7\u00e3o for um caminho vi\u00e1vel e seguro, inicia-se uma conversa com a fam\u00edlia sobre essa possibilidade de tratamento longe do hospital. Quando a ideia \u00e9 bem aceita por todos, a alta \u00e9 programada.<\/p>\n

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