{"id":27529,"date":"2016-04-15T01:09:43","date_gmt":"2016-04-15T04:09:43","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=27529"},"modified":"2022-08-14T20:40:17","modified_gmt":"2022-08-14T23:40:17","slug":"nos-tempos-da-bruxaria","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/nos-tempos-da-bruxaria\/","title":{"rendered":"NOS TEMPOS DA BRUXARIA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho
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\"saba5\"<\/a><\/p>\n

Uma pessoa suspeita de bruxaria era amarrada e jogada num lago; se flutuasse, era prova de que era bruxa, e ent\u00e3o a enforcavam; se afundasse e se afogasse, provava sua inoc\u00eancia. (Steven Pinker)<\/em><\/strong><\/p>\n

O ser humano sempre buscou uma explica\u00e7\u00e3o para as coisas desagrad\u00e1veis que lhe acontece. Muitas pessoas, ainda hoje, acham que isso ou aquilo lhes acontece de mal foi causado\u00a0 por algu\u00e9m com poderes sobrenaturais. Esse ser \u201csuperpoderoso\u201d recebe o nome de bruxo (feiticeiro, mago, mandingueiro, macumbeiro, etc.). E quanto mais distanciada estiver uma cultura da Ci\u00eancia, mais as pessoas estar\u00e3o apegadas \u00e0s supersti\u00e7\u00f5es. Podemos citar um fato presente em nossos dias: a situa\u00e7\u00e3o dos albinos <\/b><\/i>(saru\u00ea) na Tanz\u00e2nia <\/i>e no Burundi,<\/i> \u00c1frica Ocidental, mortos para que os ossos sirvam de amuleto. (\u00c1FRICA – ALBINISMO E FEITI\u00c7ARIA)<\/a><\/p>\n

A bruxaria sempre foi respons\u00e1vel por um grande n\u00famero de mortes, em raz\u00e3o das vingan\u00e7as, desde a \u00e9poca em que os povos eram ca\u00e7adores\/coletores e viviam em sociedades tribais. Como n\u00e3o tinham conhecimento do ciclo da vida, imaginavam que a morte de algu\u00e9m era motivada por outrem. Se um le\u00e3o matava o sujeito na ca\u00e7ada, tudo bem, pois o fato fora observado por seus companheiros. Contudo, se a pessoa morria de doen\u00e7a, a\u00ed a coisa mudava. Quem a teria matado, sen\u00e3o algu\u00e9m que tinha poderes sobre as for\u00e7as sobrenaturais! \u00a0Mas por debaixo de tal ignor\u00e2ncia tamb\u00e9m haviam interesses escusos, pois, segundo pesquisas antropol\u00f3gicas, os parentes afins eram muitas vezes exterminados como bruxos, para favorecer certos interesses do chefe tribal, que deles queria se livrar. Muitos rivais tamb\u00e9m eram eliminados sob a acusa\u00e7\u00e3o de bruxaria. \u00a0Era mais f\u00e1cil usar tal ardil.<\/p>\n

O manual Malleus Maleficarum<\/em> foi\u00a0 escrito e publicado por dois monges, no s\u00e9culo XV, atrav\u00e9s do qual ensinavam como identificar um bruxo ou uma bruxa. Segundo o escritor canadense Steven Pinker, \u201cInstigados por essas revela\u00e7\u00f5es e inspirados pela injun\u00e7\u00e3o em \u00caxodo 22, 17 \u2018A feiticeira n\u00e3o deixar\u00e1s viver\u2019, ca\u00e7adores de bruxas franceses e alem\u00e3es mataram entre 60 mil e 100 mil pessoas acusadas de bruxaria (85% mulheres) durante os dois s\u00e9culos seguintes.\u201d<\/em>. Essas pessoas eram normalmente queimadas em fogueiras, depois de passarem por uma excruciante tortura, na qual reconheciam ter cometido v\u00e1rios crimes, como os citados por Pinker em seu livro “Os Anjos Bons da Natureza Humana”:<\/p>\n