<\/a><\/em><\/strong><\/p>\nComo pode algu\u00e9m pegar seu pr\u00f3prio filho e estrangul\u00e1-lo at\u00e9 a morte? […] Mas a resposta que emergiu de minha pesquisa indica que uma das coisas mais \u201cnaturais\u201d em um ser humano pode ser matar voluntariamente sua descend\u00eancia, quando confrontado com uma variedade de situa\u00e7\u00f5es de tens\u00e3o. (Larry Milner)
\n<\/em><\/strong><\/p>\nO infantic\u00eddio adv\u00e9m mais da dureza da vida do que da dureza do cora\u00e7\u00e3o. (Edward Tylor)<\/em><\/strong><\/p>\nOutrora, todas as fam\u00edlias praticavam o infantic\u00eddio. Todos os Estados trazem em suas origens o sacrif\u00edcio infantil. Todas as religi\u00f5es principiaram com a mutila\u00e7\u00e3o e o assassinato de crian\u00e7as. (Lloyde deMause)<\/em><\/strong><\/p>\nA parte que cabe \u00e0 mulher na reprodu\u00e7\u00e3o da esp\u00e9cie humana nunca foi das mais f\u00e1ceis. E quando tratamos de tal assunto referindo-nos a tempos mais remotos, mais dif\u00edcil ela se mostra. O infantic\u00eddio tem estado presente em toda a hist\u00f3ria humana, conforme mostram os historiadores de nossa heran\u00e7a cultural. Al\u00e9m disso, existia tamb\u00e9m o sacrif\u00edcio de crian\u00e7as a deuses; a venda dos pequeninos com a finalidade de serem escravizados; o casamento e servid\u00e3o religiosa; o trabalho em chamin\u00e9s e t\u00faneis de carv\u00e3o, as torturantes puni\u00e7\u00f5es f\u00edsicas, etc. Havia in\u00fameros motivos para que um beb\u00ea fosse eliminado, como por exemplo:<\/p>\n
\n- ser fruto de adult\u00e9rio;<\/li>\n
- nascer deformado ou doente;<\/li>\n
- n\u00e3o ter possibilidade de sobreviver at\u00e9 a maturidade;<\/li>\n
- ser g\u00eameo (aumentava os gastos) ou ser menina;<\/li>\n
- ter um irm\u00e3o de idade bem pr\u00f3xima;<\/li>\n
- n\u00e3o contar com a ajuda do pai;<\/li>\n
- nascer numa fam\u00edlia com dificuldades financeiras, etc.<\/li>\n<\/ul>\n
As meninas sempre foram as maiores v\u00edtimas do infantic\u00eddio, conforme mostram as diferen\u00e7as num\u00e9ricas entre homens e mulheres em pa\u00edses como a \u00cdndia e a China, por exemplo. Pelo fato de o filho ser o amparo dos pais na velhice, enquanto a\u00a0 filha passa a pertencer \u00e0 fam\u00edlia do marido, a cultura asi\u00e1tica, de modo geral, sempre optou pelos\u00a0 meninos em detrimento das meninas.\u00a0 O fato \u00e9 t\u00e3o absurdo que em certos pa\u00edses, a mulher, ao submeter-se ao teste de ultrassonografia, e constatar que carrega uma menina, poder\u00e1 fazer o aborto logo que o queira, embora se diga que alguns deles est\u00e3o tomando medidas para que o uso do exame de ultrassonografia s\u00f3 seja feito quando realmente necess\u00e1rio.<\/p>\n
Segundo o escritor e humanista canadense Steven Pinker, \u201co infantic\u00eddio feminino (genderc\u00eddio) vem sendo documentado na China e na \u00cdndia h\u00e1 mais de dois mil anos.\u201d<\/em>. Na China, o m\u00e9todo mais comum era o balde com \u00e1gua. As parteiras deixavam-no ao lado, onde o beb\u00ea era afogado, se fosse menina. Na \u00cdndia havia diversos m\u00e9todos, tais como: fazer o beb\u00ea engolir uma p\u00edlula de tabaco ou Cannabis sativa<\/em>; afog\u00e1-lo em leite; passar \u00f3pio no seio da m\u00e3e ou sumo venenoso de estram\u00f4nio; colocar um emplastro feito com esterco de vaca nos l\u00e1bios, antes que o beb\u00ea respirasse, etc. E as meninas sobreviventes ainda se encontravam em perigo, uma vez que os pais dedicavam toda aten\u00e7\u00e3o aos filhos homens, reservando-lhes a maior parte da alimenta\u00e7\u00e3o. Enquanto os meninos eram imediatamente socorridos quando doentes, as meninas eram relegadas \u00e0 pr\u00f3pria sorte.<\/p>\nO infantic\u00eddio tamb\u00e9m aconteceu na Gr\u00e9cia e na Roma antigas, assim como na Idade M\u00e9dia e na Renascen\u00e7a europeias, onde eram mortos meninas e meninos, com preval\u00eancia das meninas. Diz Pinker que \u201cComumente uma fam\u00edlia matava todas as filhas que engendrava at\u00e9 que viesse um menino; s\u00f3 ent\u00e3o permitiam que as filhas subsequentes vivessem.\u201d<\/em>. No Ocidente, as leis tornaram-se severas quanto ao infantic\u00eddio, ainda que as m\u00e3es justifiquem se encontrarem em situa\u00e7\u00f5es dif\u00edceis para criar o beb\u00ea, ou o pai seja desconhecido, ou o casal prefira um filho a uma filha. Ainda assim, \u00e9 poss\u00edvel encontrar rec\u00e9m-nascidos no lixo, principalmente por parte de mulheres que ocultaram a gravidez e pariram sozinhas. Tamb\u00e9m t\u00eam sido relatados casos de padrastos que agridem e matam \u00a0beb\u00eas, al\u00e9m de m\u00e3es com depress\u00e3o, que levam o beb\u00ea consigo, ao se matarem.<\/p>\nA criminaliza\u00e7\u00e3o do infantic\u00eddio no Ocidente contribui para diminuir suas estat\u00edsticas. A ideologia crist\u00e3, que sustenta que a vida pertence a Deus e somente ele poder\u00e1 tir\u00e1-la, refor\u00e7ou ainda mais a condena\u00e7\u00e3o ao mesmo. E as pr\u00e1ticas de contracep\u00e7\u00e3o permitem impedir a chegada de um beb\u00ea n\u00e3o desejado. Mas ainda h\u00e1 muito a ser discutido, como o feto gerado atrav\u00e9s de um estupro, ou quando a mulher n\u00e3o goza de sa\u00fade para ter um beb\u00ea.<\/p>\n
Indica\u00e7\u00e3o de leitura:
\n<\/u>Cora\u00e7\u00e3o Duro\/Vida Dura \u2013 Larry Milner<\/p>\n
Nota:<\/u> imagem copiada de minutodosaber.com<\/a><\/em><\/p>\nFonte de pesquisa
\n<\/u>Os anjos bons da natureza humana\/ Steven Pinker<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho Como pode algu\u00e9m pegar seu pr\u00f3prio filho e estrangul\u00e1-lo at\u00e9 a morte? […] Mas a resposta que emergiu de minha pesquisa indica que uma das coisas mais \u201cnaturais\u201d em um ser humano pode ser matar voluntariamente sua descend\u00eancia, quando confrontado com uma variedade de situa\u00e7\u00f5es de tens\u00e3o. (Larry Milner) O […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[35],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27629"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=27629"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27629\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47055,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27629\/revisions\/47055"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=27629"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=27629"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=27629"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}