Os historiadores militares h\u00e1 muito observaram que na guerra, os l\u00edderes tomam decis\u00f5es irrespons\u00e1veis no limite da ilus\u00e3o. As invas\u00f5es da R\u00fassia por Napole\u00e3o e, um s\u00e9culo mais tarde por Hitler, s\u00e3o exemplos infames. (Steven Pinker)<\/em><\/strong><\/p>\nAlgumas pessoas deixam-se aprisionar pelo excesso da chamada \u201cilus\u00e3o positiva\u201d. Acreditam que est\u00e3o com \u201co corpo fechado\u201d e, portanto, nada lhes far\u00e1 mal. Acham-se as mais inteligentes, habilidosas, competentes e dotadas de uma sorte genu\u00edna. Nada temem! Insensatas, extrapolam seus pr\u00f3prios direitos, avan\u00e7ando sobre os dos outros,\u00a0 considerando-se imunes a qualquer tipo de justi\u00e7a. Criam para si um mundo fict\u00edcio, onde esperam que a realidade seja plasmada de acordo com seus desejos. Alguns estudiosos dizem que tal comportamento n\u00e3o passa de uma \u201ct\u00e1tica de barganha\u201d, de um \u201cblefe\u201d, de modo a intimidar outras pessoas, como vemos acontecer recentemente em nosso pa\u00eds. Mas chega uma hora em que, pelo excesso de confian\u00e7a, a casa cai.<\/p>\n
A \u201cilus\u00e3o positiva\u201d tem como objetivo extrapolar os \u201cenganosos\u201d pontos fortes do sujeito, que jacta for\u00e7a e poder, de modo a ganhar aliados que, por sua vez, optam por pertencer ao grupo do mais forte, uma vez que se sentem fracos, quando sozinhos. Eles n\u00e3o se bastam, dependendo de um muro de arrimo em que possam se escorar. O mais engra\u00e7ado nesse tipo de jogo \u00e9 que os exageros do indiv\u00edduo \u201cpoderoso\u201d n\u00e3o podem soar canhestros, de modo a arriscar sua credibilidade. \u00c9 por isso que, quando o vitimado pela ilus\u00e3o do \u201cpode tudo\u201d cai, deixa para tr\u00e1s um monte de filhos abandonados ao pr\u00f3prio destino, que levam um bom tempo para sentirem que foram engabelados por uma falsa soberania. Em nenhum espa\u00e7o \u00e9 mais exercitada a \u201cilus\u00e3o positiva\u201d do que no mundo da pol\u00edtica partid\u00e1ria, onde as pessoas agem como se fossem chimpanz\u00e9s, atentas ao comando do chefe do grupo, at\u00e9 que um mais forte, mais ladino e arguto e sangrento, aplica a mesma t\u00e9cnica e joga por terra o poderio do l\u00edder anterior, pois n\u00e3o h\u00e1 uma s\u00f3 p\u00e1gina da hist\u00f3ria em que sujeitos desse naipe n\u00e3o tenham ca\u00eddo por terra mais cedo ou mais tarde.<\/p>\n
O perigo da \u201cilus\u00e3o positiva\u201d \u00e9 que, ainda que no in\u00edcio o \u201cpoderoso iludido\u201d trabalhe com um vislumbre de realidade, com o passar dos dias ele a perde e passa a n\u00e3o mais medir consequ\u00eancias, a ter qualquer centelha de escr\u00fapulos, por achar que sua sorte \u00e9 verdadeiramente inata, de modo que nada possa atingi-lo. Em hip\u00f3tese alguma imagina que o seu oponente possa ter meios para resistir, apesar de sua aparente fragilidade. E isso acontece tamb\u00e9m nas guerras, pois, segundo o humanista Steven Pinker, a teoria de Robert Trivers sobre o autoengano \u00a0sugere que \u201ca incompet\u00eancia militar \u00e9 ami\u00fade n\u00e3o uma quest\u00e3o de informa\u00e7\u00e3o insuficiente ou de equ\u00edvocos de estrat\u00e9gia, mas de excesso de confian\u00e7a.\u201d<\/em>. Ele complementa falando sobre a guerra do Iraque, em que, apesar da ilus\u00e3o positiva demonstrada por George W. Bush, ele fracassou redondamente ao tentar transformar aquele pa\u00eds numa democracia est\u00e1vel, \u201cn\u00e3o levando em conta avalia\u00e7\u00f5es contradit\u00f3rias, for\u00e7ando o consenso e censurando d\u00favidas individuais.\u201d<\/em>. Bush estava picado, excessivamente, pela mosca da \u201cilus\u00e3o positiva\u201d.<\/p>\nFonte de pesquisa<\/span>
\nOs anjos bons da natureza humana\/ Steven Pinker<\/p>\nViews: 0<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Lembre-se sempre, por mais seguro que voc\u00ea esteja de que pode vencer facilmente, de que n\u00e3o haveria uma guerra se o outro sujeito n\u00e3o pensasse que tamb\u00e9m tem uma chance. (Winston Churchill) Os historiadores militares h\u00e1 muito observaram que na guerra, os l\u00edderes tomam decis\u00f5es irrespons\u00e1veis no limite da ilus\u00e3o. […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[9],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27717"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=27717"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27717\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47057,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27717\/revisions\/47057"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=27717"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=27717"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=27717"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}