<\/a><\/p>\nQuem nunca reclamou da letra de alguns m\u00e9dicos! Seja um farmac\u00eautico, um recepcionista de laborat\u00f3rio ou voc\u00ea mesmo, caro leitor. A caligrafia dos m\u00e9dicos \u00e9 motivo frequente de coment\u00e1rios, inclusive pelo jarg\u00e3o \u201cletra de m\u00e9dico\u201d para apontar uma letra muito ruim, um verdadeiro hier\u00f3glifo. Qual dos personagens deve melhorar: o m\u00e9dico em sua letra inintelig\u00edvel ou o paciente em sua cobran\u00e7a por uma compreens\u00e3o completa sobre o tratamento prescrito?<\/p>\n
Muitas das vezes, alguns m\u00e9dicos n\u00e3o s\u00e3o sequer capazes de entender o que eles mesmos escreveram. Entretanto, o que \u00e9 mais problem\u00e1tico \u00e9 que alguns \u201cgarranchos m\u00e9dicos\u201d podem at\u00e9 alterar a prescri\u00e7\u00e3o que \u00e9 passada aos pacientes, seja pelo nome do medicamento ou pela sua dosagem. E isso pode ser extremamente perigoso, pois um tratamento contido em uma determinada receita, que est\u00e1 ileg\u00edvel, pode se transformar em outro, causando s\u00e9rios danos ao paciente.<\/p>\n
Um estudo realizado pela National Academies of Science\u2019s Institute of Medicine (IOM), dos EUA, revela que, devido \u00e0 m\u00e1 caligrafia dos m\u00e9dicos, a cada ano morrem cerca de 7.000 pessoas. Os erros mais comuns est\u00e3o nas abrevia\u00e7\u00f5es das receitas, al\u00e9m de nomes e dosagens incompreens\u00edveis. No Brasil n\u00e3o temos dados estat\u00edsticos e nem acompanhamento sobre o tema, mas a realidade n\u00e3o deve ser muito diferente, dada a enormidade de profissionais com a letra p\u00e9ssima. Claro que existem v\u00e1rios m\u00e9dicos com boa letra, o que certamente n\u00e3o \u00e9 meu caso, pois me incluo no grupo que n\u00e3o consegue fazer uma letra minimamente decente.<\/p>\n
Segundo a Associa\u00e7\u00e3o M\u00e9dica Brasileira (AMB), a letra ileg\u00edvel vem da faculdade. Alguns pesquisadores afirmam que os estudantes t\u00eam de anotar muitas coisas e de forma muito r\u00e1pida, durante os quase dez anos de forma\u00e7\u00e3o. Outros p\u00f5em a culpa na escassez do tempo no nosso dia a dia (muitos pacientes para atender em t\u00e3o pouco tempo).<\/p>\n
Para tanto j\u00e1 existe normatiza\u00e7\u00e3o para o tema. O artigo 39 da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1.601\/2000 do Conselho Federal de Medicina (CFM) determina que as prescri\u00e7\u00f5es m\u00e9dicas sejam escritas por extenso e de forma leg\u00edvel, citando que \u00e9 vedado ao m\u00e9dico \u201creceitar ou atestar de forma secreta ou ileg\u00edvel, assim como assinar em brancas folhas de receitu\u00e1rios, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos m\u00e9dicos\u201d.<\/p>\n
Para meu conforto e de meus pacientes e, acredito, para v\u00e1rios outros colegas, os registros eletr\u00f4nicos chegaram para ficar e para resolver em definitivo este problema. Entretanto, h\u00e1 ainda v\u00e1rios locais de trabalho aonde o m\u00e9dico n\u00e3o disp\u00f5e destes recursos. E, para tanto, para que n\u00e3o haja estes inconvenientes, o paciente dever\u00e1 insistir com o m\u00e9dico, caso n\u00e3o consiga entender o tratamento. N\u00e3o saia do consult\u00f3rio com d\u00favidas, muito menos com uma receita que voc\u00ea n\u00e3o sabe o que nela est\u00e1 escrito. A vida pode ser muito curta para ficar caprichando na letra, mas pode ser ainda mais curta se o farmac\u00eautico n\u00e3o entend\u00ea-la.<\/p>\n
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\u00a0Autoria do Dr. Telmo Diniz Quem nunca reclamou da letra de alguns m\u00e9dicos! Seja um farmac\u00eautico, um recepcionista de laborat\u00f3rio ou voc\u00ea mesmo, caro leitor. A caligrafia dos m\u00e9dicos \u00e9 motivo frequente de coment\u00e1rios, inclusive pelo jarg\u00e3o \u201cletra de m\u00e9dico\u201d para apontar uma letra muito ruim, um verdadeiro hier\u00f3glifo. Qual dos personagens deve melhorar: o […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[21],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28364"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=28364"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28364\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":28488,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28364\/revisions\/28488"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=28364"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=28364"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=28364"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}