<\/a><\/strong><\/p>\nA mulata, para mim, \u00e9 um s\u00edmbolo do Brasil. Ela n\u00e3o \u00e9 preta nem branca. Nem rica nem pobre. Gosta de m\u00fasica, gosta do futebol, como nosso povo. <\/em><\/strong>(Di Cavalcanti)<\/em><\/strong><\/p>\n\u00a0Bem poder\u00edamos dizer que Di comp\u00f4s com imagens um outro hino nacional nosso, verdadeiro, malicioso, mesti\u00e7o. (Roberto Pontual)<\/em><\/strong><\/p>\n\u00a0As mulheres passam pela minha vida como fonte de inspira\u00e7\u00e3o. \u00c9 com elas que desenvolvo a forma e as cores da minha pintura. (Di Cavalcanti)<\/em><\/strong><\/p>\nO pintor brasileiro Emiliano Di Cavalcanti<\/em> \u00e9 muitas vezes conhecido como \u201cO Pintor das Mulatas\u201d<\/em>. \u00c9 verdade que nenhum outro artista dedicou \u00e0s cabacrochas um espa\u00e7o t\u00e3o grande em sua arte.\u00a0 M\u00e1rio de Andrade chamava-o de o\u00a0 \u201cmulatista-mor\u201c da pintura.<\/p>\n\u00c9 fato que o pintor Lasar Segall (1891-1957) nascido em Vilna, na Litu\u00e2nia, mas que aos 32 anos de idade, escolheu o Brasil como nova p\u00e1tria, onde j\u00e1 viviam tr\u00eas de seus irm\u00e3os, tamb\u00e9m retratou a mulata em seus trabalhos. Contudo, ele a via como um tipo \u00e9tnico, uma quest\u00e3o social do pa\u00eds, ao contr\u00e1rio de Di<\/em>, \u201cque a tomou por fonte de sensualidade a toda prova, entre o er\u00f3tico e o on\u00edrico, o l\u00edrico e o fant\u00e1stico, o cotidiano e o intemporal\u201d, como explica o cr\u00edtico de arte Roberto Pontual, em sua obra \u201cEntre Dois S\u00e9culos\u201d. Di Cavalcanti<\/em> sentia uma grande fascina\u00e7\u00e3o pela figura dessas mulheres corpulentas, voluptuosas e sensuais, apresentadas quase sempre nuas ou seminuas.<\/p>\nDi Cavalcanti<\/em> mostrava a mulata em sua brasilidade, como gente da terra, parte intr\u00ednseca da popula\u00e7\u00e3o do pa\u00eds. O pintor evitava o apelo ao exotismo, ainda que, vez ou outra, principalmente na fase final de sua vida, talvez inconscientemente, tivesse buscado certos elementos para obter um efeito est\u00e9tico, estilizando-as.<\/p>\nSegundo Casimiro Xavier de Mendon\u00e7a, em \u201cAs Musas de Passagem\u201d, texto de apresenta\u00e7\u00e3o do cat\u00e1logo da exposi\u00e7\u00e3o de Di Cavalcanti<\/em> na Galeria Milan, S\u00e3o Paulo, junho de 1988, \u201cDi transforma suas mulatas em odaliscas com as cores quentes dos tr\u00f3picos e o pincel ainda carregado de um dram\u00e1tico romantismo\u201d, parecendo que \u201cas suas maiores influ\u00eancias tenham sido de Braque e Delacroix.\u201d.<\/p>\nAs fascinantes e misteriosas mulatas acompanharam o artista at\u00e9 o final de sua vida. Nos \u00faltimos anos, em suas telas, elas se tornaram mais evanescentes, como se fossem apenas uma lembran\u00e7a da presen\u00e7a f\u00edsica dessas.<\/p>\n
Segundo o cr\u00edtico Fredederico Morais, \u201cEm nenhum outro artista brasileiro, a mulata recebeu tratamento pict\u00f3rico t\u00e3o alto e t\u00e3o digno. Sem paternalismos, sem menosprezo. Di deu-lhe a dignidade da madona renascentista, \u201cmadonizou\u201d a nossa mulata, o que n\u00e3o \u00e9 o mesmo que \u201cmulatizar\u201d a madona, como o fez Athayde no c\u00e9u barroco de Minas. (\u2026) Altaneiras, monumentais quase sempre, alegres ou sonhadoras, em devaneios – o gato no colo, a flor sobre o busto – apenas por alguns momentos o olhar parece triste ou vago. Porque, hedonista nato, amoroso da vida e das pessoas, Di n\u00e3o se deixa abater pelos problemas existenciais, pela inquieta\u00e7\u00e3o pol\u00edtica ou social.\u201d.<\/em><\/p>\nFicha t\u00e9cnica
\n<\/u>Obra: Samba
\nAno: 1925
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nDimens\u00f5es: 177 x 154 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Destru\u00edda em um inc\u00eandio no Rio de Janeiro,\u00a0em\u00a0 13\/08\/2012.<\/p>\n
Fontes de pesquisa
\n<\/u>Livro de arte brasileira\/ Projeto Brazilian Art<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho A mulata, para mim, \u00e9 um s\u00edmbolo do Brasil. Ela n\u00e3o \u00e9 preta nem branca. Nem rica nem pobre. Gosta de m\u00fasica, gosta do futebol, como nosso povo. (Di Cavalcanti) \u00a0Bem poder\u00edamos dizer que Di comp\u00f4s com imagens um outro hino nacional nosso, verdadeiro, malicioso, mesti\u00e7o. (Roberto Pontual) \u00a0As mulheres […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[28],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28720"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=28720"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28720\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47126,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28720\/revisions\/47126"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=28720"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=28720"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=28720"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}