{"id":2909,"date":"2022-05-26T00:01:00","date_gmt":"2022-05-26T03:01:00","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=2909"},"modified":"2022-09-15T23:19:37","modified_gmt":"2022-09-16T02:19:37","slug":"sem-eira-e-nem-beira-ou","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/sem-eira-e-nem-beira-ou\/","title":{"rendered":"SEM EIRA E NEM BEIRA OU…"},"content":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho<\/strong> \u00a0<\/b>\u00a0\u00a0<\/a> \u00a0\u00a0\u00a0 <\/a> Minha av\u00f3 materna sempre contava aos netos que, quando se casou com o nosso av\u00f4, ele n\u00e3o tinha eira e nem beira<\/i>, tampouco ela. E que os dois viveram tempos muito dif\u00edceis para ensinar ao menos o beab\u00e1 aos filhos. Dizia que se n\u00f3s quis\u00e9ssemos sofrer menos na vida, ter\u00edamos que estudar muito, pois o Criador p\u00f5e a intelig\u00eancia na cabe\u00e7a da pessoa, mas \u00e9 preciso que ela v\u00e1 botando um pouquinho de \u00e1gua todo dia, para que a agudeza cres\u00e7a, pois se faltar o l\u00edquido do esfor\u00e7o, a intelig\u00eancia vai se embotando at\u00e9 morrer. Essa \u00e1gua, segundo minha v\u00f3, era o estudo di\u00e1rio.<\/p>\n As gentes antigamente, apesar de todas as dificuldades pelas quais passavam, valorizavam muito o estudo. Viam-no como se fosse a sa\u00edda para uma vida menos sofrida. Como eram poucos os exemplos que tinham de pessoas estudadas, observavam que todas as conhecidas gozavam de boa posi\u00e7\u00e3o social. A pobreza era associada \u00e0 ignor\u00e2ncia, \u00e0 falta de erudi\u00e7\u00e3o, ao analfabetismo. O sonho de toda fam\u00edlia era ter os filhos \u201cestudados\u201d, para que n\u00e3o vivessem sem eira e nem beira<\/i>, comendo o p\u00e3o que o diabo amassou. Ser\u00e1 que a minha avozinha estava certa?<\/p>\n A express\u00e3o \u201csem eira e nem beira<\/i>\u201d era muito usada em tempos idos, tendo vindo de Portugal para nosso pa\u00eds l\u00e1 pelos idos de 1500. Mas como surgiu? Vejamos primeiro o que diz o mestre Aur\u00e9lio:<\/p>\n Eira A eira <\/i>(ver ilustra\u00e7\u00e3o \u00e0 esquerda) ficava pr\u00f3xima \u00e0s casas e tinha uma beira<\/i> que impedia o vento de levar os gr\u00e3os para fora do espa\u00e7o destinado a eles. Sua presen\u00e7a demonstrava que a fam\u00edlia era rica e pr\u00f3spera, ocupando uma boa posi\u00e7\u00e3o social dentro da comunidade. As fam\u00edlias que n\u00e3o tinham nem uma eira<\/i>, ou mesmo uma beiradinha<\/i> dela, eram consideradas pobres ou at\u00e9 mesmo miser\u00e1veis. Era muito comum que se referissem a uma pessoa sem recursos como sem eira e nem beira<\/i>, sendo que os mais po\u00e9ticos acrescentavam o ramo de figueira<\/i> apenas para rimar, penso eu.<\/p>\n H\u00e1 tamb\u00e9m quem defenda que a beira<\/i> ou beiral refere-se \u00e0 aba da casa (ver ilustra\u00e7\u00e3o \u00e0 direita\/ foto Pinterest), aquela parte do telhado (marquises) que protege contra a chuva. Enquanto as casas dos necessitados n\u00e3o tinham eira<\/i> e tampouco beira<\/i>, as pessoas de posses tinham n\u00e3o apenas eira e beira<\/i>, mas tamb\u00e9m uma forte tribeira<\/i> (o telhado propriamente dito). Velha hist\u00f3ria! Antigos dias!<\/p>\n Views: 13<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Autoria de Lu Dias Carvalho \u00a0\u00a0\u00a0 \u00a0\u00a0\u00a0 Minha av\u00f3 materna sempre contava aos netos que, quando se casou com o nosso av\u00f4, ele n\u00e3o tinha eira e nem beira, tampouco ela. E que os dois viveram tempos muito dif\u00edceis para ensinar ao menos o beab\u00e1 aos filhos. Dizia que se n\u00f3s quis\u00e9ssemos sofrer menos na […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[43],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2909"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2909"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2909\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":48703,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2909\/revisions\/48703"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2909"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2909"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2909"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
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\n1. \u00c1rea de terra batida, lajeada ou cimentada, onde se malham, trilham, secam e <\/i>\u00a0 limpam cereais e legumes; almanxar.\/ 2. Terreno onde se junta o sal, ao lado das marinhas.\/ 3.\u00a0 P\u00e1tio, em algumas f\u00e1bricas de tecido.\/ 4.\u00a0 Bras. Lugar anexo \u00e0s f\u00e1bricas de a\u00e7\u00facar, onde se guardam as canas antes de serem utilizadas.<\/i><\/p>\n