<\/a><\/p>\nEram poucas as ang\u00fastias vividas pelas pessoas da \u00e9poca do Imp\u00e9rio Romano em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s afli\u00e7\u00f5es existenciais, uma vez que filosofia, devo\u00e7\u00e3o e religi\u00e3o n\u00e3o tinham muito sentido para elas. Quest\u00f5es como \u201cQuem sou? De onde vim e para onde vou?\u201d, que nos trazem desassossego e perturba\u00e7\u00e3o, n\u00e3o eram comuns \u00e0quela gente, pois tais indaga\u00e7\u00f5es nasceram com o advento do cristianismo. A filosofia hoje, al\u00e9m de ser ensinada na escola, \u00e9 parte de nossa cultura. E cada religi\u00e3o traz consigo exerc\u00edcios espirituais e ensinamentos de regras de vida. A ideia da vida p\u00f3s-morte, nos dias de hoje, varia de acordo com a doutrina de cada uma. Ou seja, h\u00e1 credos para todos os gostos, bem diferente do que se vivia no Imp\u00e9rio Romano.<\/p>\n
\u00a0Os povos antigos n\u00e3o atrelavam \u00e0 religi\u00e3o os preceitos de vida e os exerc\u00edcios espirituais, mas tinham-nos como parte daquilo que podemos chamar de \u201cfilosofia\u201d. A religi\u00e3o encontrava-se mais ou menos separada dos conceitos sobre morte e al\u00e9m. Mesmo as seitas existentes traziam apenas um car\u00e1ter filos\u00f3fico. Elas tinham por objetivo ensinar normas de vida a quem as quisesse. Se o indiv\u00edduo optava por ser epicurista (epicurismo: doutrina de Epicuro, fil\u00f3sofo materialista grego) ou estoico (estoicismo: designa\u00e7\u00e3o comum \u00e0s doutrinas dos fil\u00f3sofos gregos Zen\u00e3o de C\u00edcio e seus seguidores), por exemplo, ele seguia as convic\u00e7\u00f5es de sua seita.<\/p>\n
A preocupa\u00e7\u00e3o com o al\u00e9m-t\u00famulo, envolvendo a imortalidade da alma, inexistia no Imp\u00e9rio Romano. Isso n\u00e3o era um sofrimento existencial para aquela gente. As seitas epicurista e estoica n\u00e3o acreditavam na eternidade. A religi\u00e3o pag\u00e3 tampouco interferia em tal ponto de vista na tentativa de anul\u00e1-lo. Os que acreditavam no al\u00e9m constitu\u00edam um grupo separado, dividido em pequenas seitas. A opini\u00e3o mais disseminada era a de que \u201ca morte era um nada”, “um sono eterno\u201d e que o mundo das Sombras n\u00e3o passava de uma f\u00e1bula. Nenhuma doutrina apregoava a exist\u00eancia de uma vida ap\u00f3s a morte. Portanto, pelo fato de n\u00e3o ter uma doutrina comum, tais indaga\u00e7\u00f5es n\u00e3o faziam parte da vida da imensa maioria dos romanos, e, como consequ\u00eancia, eles n\u00e3o criam em nada. O que importava era a vida terrena.<\/p>\n
Os romanos, de modo geral, tinham a morte como um local de descanso ap\u00f3s uma jornada na Terra. A imagem de um navio ou cavalo encontrado em sarc\u00f3fagos n\u00e3o alude a uma viagem \u00e0 eternidade, mas \u00e0 viagem constitu\u00edda pelo caminhar durante a perman\u00eancia na vida terrena. Embora eles tivessem uma semana no m\u00eas de fevereiro para celebrar seus mortos, levando-lhes oferendas, n\u00e3o acreditavam que eles se alimentassem com elas. Tal procedimento n\u00e3o passava de um mero ritual.<\/p>\n
Nota:<\/u> Mosaico encontrado em Pompeia. Representa \u201cGozemos enquanto \u00e9 tempo.\u201d. O esquadro, instrumento de medida apresentado, mostra que a morte \u00e9 igual para todos e d\u00e1 a verdadeira medida de tudo. (N\u00e1poles, Museu Arqueol\u00f3gico)<\/p>\n
\u00a0Fonte de pesquisa
\n<\/u>Hist\u00f3ria da Vida Privada I \/ Comp. das Letras<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho Eram poucas as ang\u00fastias vividas pelas pessoas da \u00e9poca do Imp\u00e9rio Romano em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s afli\u00e7\u00f5es existenciais, uma vez que filosofia, devo\u00e7\u00e3o e religi\u00e3o n\u00e3o tinham muito sentido para elas. Quest\u00f5es como \u201cQuem sou? De onde vim e para onde vou?\u201d, que nos trazem desassossego e perturba\u00e7\u00e3o, n\u00e3o eram comuns […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[35],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30103"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=30103"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30103\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47309,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30103\/revisions\/47309"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=30103"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=30103"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=30103"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}