Bartolom\u00e9 Esteban Murillo<\/em> (1618-1682) nasceu na cidade de Sevilha, uma das mais importantes cidades da Andaluzia. Seus pais eram muito pobres, mas ainda assim queriam que o filho tivesse uma vida melhor do que a deles, embora o pa\u00eds passasse por uma decad\u00eancia pol\u00edtica e econ\u00f4mica, contrastando com sua grandeza art\u00edstica e cultural. Antes que o garoto completasse 11 anos, seus genitores faleceram, ficando o pequeno aos cuidados de um tio que, ao notar sua queda pelo desenho, levou-o ao est\u00fadio do pintor Juan del Castillo, com quem ele estudou e trabalhou durante 10 anos, at\u00e9 que esse se mudou para C\u00e1diz. O futuro pintor viria a participar do clima cultural e conservador de Sevilha, imbu\u00eddo de profundas ra\u00edzes populares.<\/p>\nAp\u00f3s a partida de Juan del Castillo, o jovem artista passou a criar trabalhos modestos, de pouca qualidade, para sustentar-se. Pintava imagens sacras, retratos de pessoas conhecidas e paisagens. Seus quadros tinham boa sa\u00edda nas feiras. Por\u00e9m, ap\u00f3s o retorno de seu companheiro de estudos, Pedro Moya, da Inglaterra para Sevilha, trazendo c\u00f3pias de obras do mestre flamengoVan Dyck, Murillo encantou-se tanto com elas, a ponto levar sua arte a novos rumos. Alguns cr\u00edticos dizem que, em raz\u00e3o disso, ele teria ido a Madri, enquanto outros contestam, dizendo que o pintor nunca saiu de sua regi\u00e3o natal \u2013 Andaluzia.<\/p>\n
Ao criar telas para ornamentar o claustro dos franciscanos de Sevilha, Murillo passou a ganhar fama inesperadamente. E \u00e9 partir desse momento que acontece realmente o in\u00edcio de sua carreira, em que revela os conhecimentos apreendidos. Ele passa a ser o pintor preferido das comunidades religiosas de sua cidade natal, para as quais destina in\u00fameras composi\u00e7\u00f5es. O tema dos trabalhos estava a gosto do artista, um homem profundamente religioso, que teve tr\u00eas filhos ordenados padres.<\/p>\n
Quando j\u00e1 contava com seus 60 anos, Murillo foi convidado para decorar a igreja dos capuchinhos com uma gigantesca tela, referente aos \u201cEsponsais de Santa Catarina\u201d. Durante o trabalho, o pintor sofreu uma queda do andaime em que se encontrava e, apesar de todo o tratamento, n\u00e3o conseguiu recobrar sua sa\u00fade, vindo a falecer dois anos ap\u00f3s o acidente.<\/p>\n
A pintura de Murillo baseia-se nas cenas do cotidiano, no intimismo de momentos familiares, na delicadeza e na ingenuidade das crian\u00e7as do povo. Ainda que alguns cr\u00edticos digam se tratar de um mundo \u201cmenor\u201d, esse n\u00e3o deixa de ser belo e aut\u00eantico, sendo temperado pela realidade da \u00e9poca. O fato \u00e9 que o artista criou uma pintura caseira, cheia de um misticismo \u00edntimo, dom\u00e9stico e popular. Al\u00e9m disso, \u00e9 tido como o maior representante do Barroco sevilhano, situando-se entre os mais conhecidos pintores da Espanha.<\/p>\n
Al\u00e9m de Juan del Castillo, Murillo tamb\u00e9m recebeu influ\u00eancias das obras de Francisco Zuber\u00e1n\u00a0 e de\u00a0 Jusepe Ribera. Posteriormente veio a interessar-se pelos trabalhos de Anthony van Dyck, Peter Paul Rubens e Rafael. Seu estilo era leve e transparente. Ele fazia uso de contornos suaves e cores p\u00e1lidas.<\/p>\n
Fontes de pesquisa
\n<\/u>Murillo\/ Abril Cultural
\n1000 obras-primas da pintura europeia<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho O pintor espanhol Bartolom\u00e9 Esteban Murillo (1618-1682) nasceu na cidade de Sevilha, uma das mais importantes cidades da Andaluzia. Seus pais eram muito pobres, mas ainda assim queriam que o filho tivesse uma vida melhor do que a deles, embora o pa\u00eds passasse por uma decad\u00eancia pol\u00edtica e econ\u00f4mica, contrastando […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30119"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=30119"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30119\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47322,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30119\/revisions\/47322"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=30119"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=30119"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=30119"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}