<\/a> <\/strong><\/p>\nN\u00e3o te iludas com o vestido de noiva, menina, pois ele esconde muito sofrimento. (Prov. \u00e1rabe)<\/em><\/strong><\/p>\n\u00a0<\/em><\/strong>At\u00e9 mesmo nas n\u00fapcias fica expl\u00edcito o car\u00e1ter machista da cerim\u00f4nia em algumas culturas, o que leva a crer que seja a mulher a parte beneficiada com o matrim\u00f4nio, como se o homem fizesse-lhe um grande favor. Ela se torna o centro das aten\u00e7\u00f5es, recebendo muitos olhares, \u00e0s vezes de inveja e noutras de pena, dependendo de quem seja o\u00a0 futuro marido. A sua apar\u00eancia \u00e9 tamb\u00e9m motivo de muitos coment\u00e1rios. Diz um prov\u00e9rbio holand\u00eas que \u201cNoiva feia gasta muito no v\u00e9u\u201d, enquanto um espanhol reza que \u201cAs p\u00e9rolas da noiva s\u00e3o as l\u00e1grimas que ir\u00e1 derramar depois\u201d.<\/p>\nS\u00e3o tantas as apreens\u00f5es da futura esposa que, segundo um prov\u00e9rbio porto-riquenho, \u201cNa boda, quem menos come \u00e9 a noiva\u201d. E um ditado chin\u00eas tem o atrevimento de dizer que \u201cA noiva \u00e9 respeitada por um dia\u201d. E um dito russo, mais insolente ainda, reza que \u201cToda noiva nasce para o bem do noivo\u201d. Um prov\u00e9rbio hindi parece ser mais realista em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 escolha de certas fam\u00edlias, uma vez que a noiva n\u00e3o apita na sociedade indiana, quanto \u00e0 escolha do parceiro, ao dizer que \u201cA mo\u00e7a sai de casa numa carruagem e s\u00f3 regressa num caix\u00e3o\u201d, isso porque ela \u00e9 tirada do contato com sua fam\u00edlia, passando a fazer parte do cl\u00e3 de seu marido.<\/p>\n
Muitas culturas esperam que toda noiva chore de alegria no dia do cas\u00f3rio, ainda que se case com algu\u00e9m que possa ser seu av\u00f4. Suas l\u00e1grimas s\u00e3o tidas como um sinal que prenuncia sua felicidade por ter conseguido um marido. Um prov\u00e9rbio chin\u00eas avisa que \u201cA noiva ter\u00e1 azar, se n\u00e3o chorar no dia da boda\u201d. Al\u00e9m disso, at\u00e9 o tempo que se faz no dia das n\u00fapcias entra na dan\u00e7a quanto aos aug\u00farios, como relatam os prov\u00e9rbios: \u201cChuva na boda \u00e9 um bom sinal\u201d (russo); \u201cSe chover no colo da noiva, ela em breve engravidar\u00e1\u201d (holand\u00eas); \u201cSe os noivos molharem os p\u00e9s, em menos de um ano ser\u00e3o tr\u00eas\u201d (franc\u00eas). Mas o sol tamb\u00e9m \u00e9 festejado pelos ingleses: \u201cFeliz a noiva que \u00e9 iluminada pelo sol\u201d. Observem que nada faz men\u00e7\u00e3o ao noivo. Ele \u00e9 o tal!<\/p>\n
Os ditos populares deixam claro que o homem n\u00e3o \u00e9 confi\u00e1vel, podendo dar o fora at\u00e9 mesmo no dia do cas\u00f3rio, pois n\u00e3o \u00e9 afeito \u00e0 fidelidade. Um prov\u00e9rbio vietnamita avisa: \u201cBasta uma mulher se insinuar que a jovem perde o noivo\u201d. E se a noiva n\u00e3o tem pai ou irm\u00e3o, a coisa \u00e9 pior ainda, conforme explica um dito oromo: \u201cFilha sem pai, boda fora de casa\u201d, aludindo ao fato de que a noiva pode ser raptada, pois esse \u00e9 um costume em v\u00e1rias culturas. E um prov\u00e9rbio \u00e1rabe refor\u00e7a, como sendo natural tal procedimento: \u201cNem mesmo quando se veste para a boda, a noiva sabe com quem se casar\u00e1\u201d, e ainda: \u201cO primo tem o direito de tirar a noiva do lombo da \u00e9gua\u201d. Outro insulto!<\/p>\n
Dentre as preocupa\u00e7\u00f5es da noiva est\u00e1 o fato de ter que conviver com a fam\u00edlia do marido, como manda a maioria das tradi\u00e7\u00f5es. Um prov\u00e9rbio japon\u00eas chega a adverti-la de que \u201cN\u00e3o se alimenta quem foi pescado\u201d, e um prov\u00e9rbio iraniano afirma que \u201cA casa do marido tem sete barris de bile\u201d. O casamento entre uma jovem e um homem velho tamb\u00e9m \u00e9 aconselhado em algumas sociedades. Um prov\u00e9rbio holand\u00eas afirma que \u201cUma jovem e um velho libertino enchem o ber\u00e7o durante anos\u201d. Outros, por\u00e9m, ironizam esse tipo de uni\u00e3o, pregando: \u201cUm homem rico nunca est\u00e1 velho para uma jovem\u201d (franc\u00eas), ou \u201cA juventude do anci\u00e3o est\u00e1 na sua carteira\u201d (porto-riquenho). Outros ditos populares s\u00e3o ainda mais ironistas:<\/p>\n
\n- Velho casado com mulher nova compra um livro para outro ler. (Brasil)<\/li>\n
- Velho casado com mulher jovem n\u00e3o se afasta de casa. (Porto Rico)<\/li>\n
- Homem velho e mulher nova resultam em corno ou cova. (Brasil)<\/li>\n
- Um velho \u00e9 uma cama cheia de ossos. (Reino-Unido)<\/li>\n
- As jovens s\u00e3o os cavalos em que os velhos cavalgam para o inferno. (Pol\u00f4nia)<\/li>\n
- A jovem \u00e9 o ata\u00fade do velho. (Fr\u00edsio)<\/li>\n
- Quando um velho casa-se com uma jovem, a morte desata a rir. (Israel)<\/li>\n<\/ul>\n
\u00a0<\/em><\/strong>Fontes de pesquisa
\n<\/u>Nunca se case com uma mulher de p\u00e9s grandes\/ Mineke Schipper
\nLivro dos prov\u00e9rbios, ditados, ditos populares e anexins\/ Ci\u00e7a Alves Pinto
\nProv\u00e9rbios e ditos populares\/ Pe. Paschoal Rangel<\/p>\nViews: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho N\u00e3o te iludas com o vestido de noiva, menina, pois ele esconde muito sofrimento. (Prov. \u00e1rabe) \u00a0At\u00e9 mesmo nas n\u00fapcias fica expl\u00edcito o car\u00e1ter machista da cerim\u00f4nia em algumas culturas, o que leva a crer que seja a mulher a parte beneficiada com o matrim\u00f4nio, como se o homem fizesse-lhe […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[43],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30313"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=30313"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30313\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47774,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30313\/revisions\/47774"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=30313"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=30313"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=30313"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}