V\u00eanus e Ad\u00f4nis <\/em>\u00e9 uma obra mitol\u00f3gica do pintor maneirista italiano Paolo Veronese. Ela j\u00e1 mostra a op\u00e7\u00e3o do artista pelo uso da sombra. O crep\u00fasculo, que come\u00e7a a aparecer em suas pinturas, coincide com o ocaso de sua pr\u00f3pria vida. Ele passa a trabalhar de uma nova maneira na distribui\u00e7\u00e3o de luz e sombra, mas, ainda que a claridade diminua, a qualidade de seu trabalho permanece imut\u00e1vel. Nesta pintura \u00e9 imposs\u00edvel n\u00e3o se quedar diante da sensibilidade do artista. O pintor Vel\u00e1zquez encantou-se tanto com este quadro, que o comprou e levou-o para o rei Filipi IV, na Espanha, onde se encontra at\u00e9 hoje.<\/p>\nA hist\u00f3ria mitol\u00f3gica, que narra a paix\u00e3o da deusa V\u00eanus pelo jovem Ad\u00f4nis e sua morte durante uma ca\u00e7ada, foi usada como tema por in\u00fameros pintores. Veronese retratou o casal em meio a um bosque, debaixo de uma \u00e1rvore, sob o crep\u00fasculo vespertino, com um c\u00e9u de nuvens pesadas, como se fossem o press\u00e1gio da trag\u00e9dia que n\u00e3o tardaria a acontecer. Enquanto Ad\u00f4nis dorme descontra\u00eddo, V\u00eanus mostra-se resplandescente em sua beleza. Ao contr\u00e1rio da obra de igual tem\u00e1tica de Ticiano, esta n\u00e3o inspira dramaticidade.<\/p>\n
V\u00eanus, semidespida, usando um manto azul florido, do umbigo para baixo, encontra-se sentada. No pesco\u00e7o traz um colar de p\u00e9rolas, que tamb\u00e9m enfeitam seus cabelos. Seu rosto triste, voltado para a esquerda, mostra que est\u00e1 perdida em pensamentos. Com a m\u00e3o esquerda, acaricia os cabelos escuros do amado, enquanto traz na direita um leque com o qual abana o jovem. Ela pressente que o destemido Ad\u00f4nis n\u00e3o voltar\u00e1 da ca\u00e7a, e tenta ret\u00ea-lo perto de si num esfor\u00e7o desesperado. Seu manto cor-de-rosa est\u00e1 jogado debaixo de uma gigantesca \u00e1rvore, atr\u00e1s de Cupido e do c\u00e3o.<\/p>\n
O intr\u00e9pido Ad\u00f4nis dorme tranquilamente no colo de V\u00eanus, numa dif\u00edcil posi\u00e7\u00e3o, com o corpo vigoroso tombado para a direita, tendo uma perna dobrada e elevada e a outra apoiada no ch\u00e3o, indicativas de que ir\u00e1 partir assim que terminar seu descanso. Debaixo de sua m\u00e3o direita est\u00e1 a trompa que usar\u00e1 na ca\u00e7a. Em torno de seu ombro e torso encontra-se enrolada a corda que prender\u00e1 os c\u00e3es. Entre suas pernas desce um pequeno riacho.<\/p>\n
Cupido, filho de V\u00eanus, com seu cetro de ouro entre as perninhas, est\u00e1 abra\u00e7ado a um dos dois c\u00e3es, como se quisesse impedi-lo de partir, enquanto o outro se encontra deitado na relva, em meio ao espa\u00e7o formado pelo bra\u00e7o de Ad\u00f4nis e a perna direita de V\u00eanus. O pequeno deus olha para longe, com o rostinho meio tenso, como se fizesse for\u00e7a para reter o animal que se mostra inquieto.<\/p>\n
Ficha t\u00e9cnica
\n<\/u>Ano: c. 1570\/1580
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nDimens\u00f5es: 212 x 191
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Museu do Prado, Madri, Espanha<\/p>\n
Fontes de pesquisa
\n<\/span>Veronese, Abril Cultural
\nEnciclop\u00e9dia dos Museus\/ Mirador<\/p>\nViews: 7<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
\u00a0Autoria de Lu Dias Carvalho Os dois protagonistas perdem-se no mesmo encantamento, como Rinaldo e Amidad e Tasso. (R. Pallucchini) A composi\u00e7\u00e3o V\u00eanus e Ad\u00f4nis \u00e9 uma obra mitol\u00f3gica do pintor maneirista italiano Paolo Veronese. Ela j\u00e1 mostra a op\u00e7\u00e3o do artista pelo uso da sombra. O crep\u00fasculo, que come\u00e7a a aparecer em suas pinturas, […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11,42],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30350"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=30350"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30350\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47463,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/30350\/revisions\/47463"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=30350"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=30350"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=30350"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}