{"id":30890,"date":"2017-02-19T23:22:46","date_gmt":"2017-02-20T02:22:46","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=30890"},"modified":"2022-08-23T20:23:00","modified_gmt":"2022-08-23T23:23:00","slug":"rousseau-a-guerra","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/rousseau-a-guerra\/","title":{"rendered":"Rousseau \u2013 A GUERRA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho
\n<\/strong><\/p>\n

\"aguer\"<\/a><\/strong><\/p>\n

Na Exposi\u00e7\u00e3o dos Artistas Independentes, no ano de 1894, A Guerra, obra do Sr. Rousseau foi certamente a tela mais not\u00e1vel. Esta imagem representa uma tentativa corajosa de criar um s\u00edmbolo. Por que a estranheza daria lugar \u00e0 zombaria?<\/em> Monsieur Rousseau encontrou o destino de todos os inovadores.<\/em> Ele continua ao longo de seu pr\u00f3prio caminho e tem o m\u00e9rito, raro hoje, de ser completamente ele mesmo, tendendo para uma nova arte.<\/em> Seria desonesto sustentar que o homem, capaz de sugerir tais ideias para n\u00f3s, n\u00e3o \u00e9 um artista. \u00a0(Louis Roy) <\/em><\/strong><\/p>\n

A composi\u00e7\u00e3o A Guerra<\/em> \u00e9 uma obra do pintor franc\u00eas Henri Rousseau. Trata-se de um quadro de grandes propor\u00e7\u00f5es, no qual o artista exp\u00f5e sua vis\u00e3o sobre a guerra, como deixa claro no subt\u00edtulo: \u201cA guerra assustadora deixa um rastro de desespero, l\u00e1grimas e destrui\u00e7\u00e3o.\u201d. Esta obra foi exposta no Sal\u00e3o dos Independentes, no ano de 1894, granjeando sarcasmo em raz\u00e3o pela tem\u00e1tica chocante, mas tamb\u00e9m entusiasmo, em raz\u00e3o da independ\u00eancia de estilo de seu criador.<\/p>\n

No ch\u00e3o pedregoso e em meio a duas grandes \u00e1rvores e a outras menores, algumas delas enegrecidas, como se estivessem carbonizadas, jazem in\u00fameros corpos deformados e outros moribundos. Ocupam as mais diferentes posi\u00e7\u00f5es e possuem distintas tonalidades, amontoados uns sobre os outros. A \u00e1rvore cinza, \u00e0 direita, com o seu tronco aberto, parece ter tido um dos seus galhos destro\u00e7ado por um raio apocal\u00edptico. Ela se inclina para dentro da composi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u00c0 esquerda escorre sangue de um coto de bra\u00e7o. A seu lado, sobre uma cabe\u00e7a de cabeleira amarela, um corvo traz no bico um peda\u00e7o de carne vermelha que tanto pode ter sido retirada do coto quanto do corpo ensanguentado a seu lado. Na altura da cauda da ave v\u00ea-se um bra\u00e7o levantado, trazendo o punho cerrado. Ao fundo, \u00e0 direita, a terra parece tragar um corpo, do qual ainda se pode ver duas pernas com botas. Quatro corvos famintos banqueteiam-se com os corpos, pois eles s\u00e3o os faxineiros da natureza.<\/p>\n

A maioria das cabe\u00e7as humanas est\u00e1 voltada para o centro da composi\u00e7\u00e3o. Observando a pilha de corpos, seis rostos est\u00e3o voltados para o observador. Um deles encontra-se, ocultamente, no tri\u00e2ngulo formado pelas pernas do homem de cal\u00e7as escuras e torso nu em primeiro plano, na parte inferior, pr\u00f3ximo ao centro da tela. O corpo quase transl\u00facido de um homem, com densos bigodes e barba, est\u00e1 de barriga para cima, como se fitasse o c\u00e9u. Uma gralha repousa sobre seu peito. Estranhamente um corpo \u00e0 direita e em primeiro plano parece ter o rosto de perfil, embora nele n\u00e3o se encontrem tra\u00e7os fision\u00f4micos. Um corvo nele repousa.<\/p>\n

Acima da aniquila\u00e7\u00e3o\u00a0paira uma figura humana, usando um vestido branco com franjas, montada em seu cavalo. Ela traz na m\u00e3o direita uma espada, apontada para cima, e na esquerda segura uma tocha da qual parte um extenso canudo de fuma\u00e7a. Seus cabelos s\u00e3o parecidos com a crina e o rabo do cavalo. Sua posi\u00e7\u00e3o no animal \u00e9 estranha, pois parece levitar ao lado dele, tendo as duas pernas \u00e0 vista. Estaria ela tomando posse do territ\u00f3rio? Seria uma deusa romana da morte e da destrui\u00e7\u00e3o ou um anjo vingador?<\/p>\n

O cavalo \u00e9 um ser bizarro, sem olhos, com a cabe\u00e7a parecendo com a de uma cobra que se posta na tela horizontalmente, sem tocar o ch\u00e3o. Suas patas dianteiras e traseiras est\u00e3o voltadas para fora, como se ele estivesse voando. Seus cascos cinzas com a base branca brilham. Sua crina e cauda eri\u00e7adas formam uma \u00fanica linha com seu lombo. Em volta as \u00e1rvores, com seus galhos nus, parecem formar uma trama diab\u00f3lica. Densas nuvens cor-de-rosa num c\u00e9u azul parecem sinalizar um inc\u00eandio.<\/p>\n

Esta obra de Rousseau, na qual impera a viol\u00eancia e a morte, mais se parece com alucina\u00e7\u00f5es sobre o fim do mundo.<\/p>\n

Ficha t\u00e9cnica<\/span>
\nAno: 1894
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nDimens\u00f5es: 114 x 195 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Museu d\u2019Orsay, Paris, Fran\u00e7a<\/p>\n

Fontes de pesquisa<\/span>
\nRousseau\/ Editora Taschen
\nhttp:\/\/www.theartstory.org\/artist-rousseau-henri-artworks.htm
\nhttps:\/\/desperadophilosophy.net\/tag\/henri-rousseau-la-guerre\/<\/p>\n

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