{"id":31141,"date":"2017-10-23T11:30:16","date_gmt":"2017-10-23T13:30:16","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=31141"},"modified":"2024-10-30T12:59:02","modified_gmt":"2024-10-30T15:59:02","slug":"a-lenda-da-cotovia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/a-lenda-da-cotovia\/","title":{"rendered":"A LENDA DA COTOVIA"},"content":{"rendered":"

Recontada por Lu Dias Carvalho<\/b>
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O velho eremita h\u00e1 muito abandonara o contato com os homens, descontente com as maldades por eles praticadas, preferindo a companhia da natureza em sua pureza e ingenuidade. Dentre os animais presentes na floresta, uma cotovia tomara-o como companheiro de todas as horas. Mesmo nos intensos per\u00edodos de suas medita\u00e7\u00f5es ela ficava inerte sobre uma das pedras da caverna, fitando-o, como se fosse capaz de compreender o que lhe ia pela mente. Coisa alguma a fazia arredar p\u00e9 do local, onde se encontrava o eremita.<\/span><\/p>\n

De uma feita, o ermit\u00e3o foi procurado pelos emiss\u00e1rios de um nobre sob a alega\u00e7\u00e3o de que seu filho encontrava-se muito doente, tendo sua morte como certa. O homem solit\u00e1rio e a cotovia acompanharam os mensageiros na mesma hora, n\u00e3o tardando a chegar \u00e0 mans\u00e3o do nobre, onde o filho agonizava, rodeado por quatro impotentes m\u00e9dicos.
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De p\u00e9 na porta do quarto, o eremita s\u00f3 fazia observar a cotovia que se apoiara no peitoril da janela e fitava demoradamente o pequeno enfermo. Repentinamente ouviu-se a voz modulada do ermita, avisando \u00e0 fam\u00edlia do garoto que ele iria viver. Estupefatos, os m\u00e9dicos riram daquele campon\u00eas grotesco de barbas compridas, cabelos brancos e unhas enormes que queria se mostrar douto, superior a eles.<\/span><\/p>\n

O doentinho abriu lentamente os olhos e fitou a diminuta ave na janela, abrindo um largo sorriso, pedindo algo para comer. Antes que todos se apercebessem, o eremita desapareceu, seguido de sua pequenina ave, embrenhando-se na escurid\u00e3o da noite, que n\u00e3o tardaria em se fazer dia.<\/span><\/p>\n

Uma semana depois, estando o garoto totalmente restabelecido, uma comitiva parou na entrada da gruta, onde vivia o homem solit\u00e1rio e sua ave. O nobre ofereceu ao ermit\u00e3o in\u00fameros presentes, os quais ele prontamente recusou, dizendo que n\u00e3o fora o respons\u00e1vel pela cura do menino, mas, sim, a cotovia. E pacientemente explicou-lhe:<\/span><\/p>\n

– A cotovia \u00e9 um p\u00e1ssaro muito sens\u00edvel e s\u00e1bio. Ao ser colocada perto de um enfermo, se ela n\u00e3o o fitar, significa que n\u00e3o h\u00e1 esperan\u00e7as para ele, mas, se o mirar, significa que esse ir\u00e1 se restabelecer. Poucos sabem que essa ave, atrav\u00e9s do poder de seu olhar, ajuda na cura das pessoas, assim como o fazem tantas outras. \u00c9 uma pena que tais seres sirvam de alvo para homens insens\u00edveis que desconhecem as in\u00fameras divindades que habitam a natureza e seus mist\u00e9rios.
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E assim falando, o ermit\u00e3o pediu licen\u00e7a para mais uma vez retirar-se do conv\u00edvio com os homens.<\/span><\/p>\n

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