<\/a><\/p>\nMulheres e homens nunca tiveram tanto cuidado com os cabelos como nos dias de hoje. O Brasil \u00e9 o segundo pa\u00eds no consumo de cosm\u00e9ticos, com grande prepoder\u00e2ncia para os produtos espec\u00edficos para a beleza dos fios capilares. A cada dia cai por terra a ditadura dos cabelos lisos, com cada grupo \u00e9tnico assumindo os seus, tais como s\u00e3o, pois todos s\u00e3o belos. A nova filosofia \u00e9 a de que n\u00e3o existem cabelos \u201cruins\u201d, mas, sim, maltratados. Adeus escovas progressivas, alizantes e chapinhas, agora \u00e9 liberdade total para os t\u00e3o sofridos fios.<\/p>\n
Desde a Antiguidade, os cabelos t\u00eam ocupado um lugar central na hist\u00f3ria das civiliza\u00e7\u00f5es, sendo lavados, hidratados, tingidos, penteados e enfeitados, e tidos, na maioria delas, como um elemento de sedu\u00e7\u00e3o. Tamb\u00e9m j\u00e1 serviram de arma de contesta\u00e7\u00e3o, como aconteceu nos anos 70, quando as cabeleiras avolumaram-se, em rep\u00fadio \u00e0s normas sociais vigentes. Durante muito tempo, a cor dos cabelos esteve associada a certas defini\u00e7\u00f5es: louros (feminilidade, encanto e ingenuidade), inerentes a princesas e fadas; escuros (sedu\u00e7\u00e3o e for\u00e7a), ligados \u00e0s bruxas; e ruivos (impertin\u00eancia, tempestuosidade), espec\u00edficos das feiticeiras. Mas hoje, com a infinidade de cores usadas pelas mulheres, que podem mudar a cor dos cachos a bel-prazer, cairam por terra tais bizarras defini\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
Na Gr\u00e9cia Antiga, a virgindade de meninas e meninos era oferecida ao deus Hip\u00f3lito, filho de Teseu e de Hip\u00f3lita, segundo a mitologia grega. Eles realizavam tal oferenda raspando a cabe\u00e7a em homenagem ao deus. S\u00f3 assim estariam liberados para casarem-se. As mulheres de uma tribo africana denominada Wafiomi, por exemplo, n\u00e3o podiam cortar os cabelos durante o per\u00edodo que ia da puberdade ao casamento. As madeixas funcionavam como um indicativo da virgindade das garotas. N\u00e3o apenas os cabelos da cabe\u00e7a tinham uma rela\u00e7\u00e3o simb\u00f3lica com a virgindade, mas os pelos do corpo tamb\u00e9m. Mesmo as sociedades primitivas, que nada sabiam sobre a sexualidade, compreendiam que o surgimento de pelos na puberdade era indicativo do in\u00edcio do amadurecimento sexual de meninos e meninas.<\/p>\n
Em muitas culturas, com a do Egito, Gr\u00e9cia e Roma da Antiguidade, as mulheres usavam a depila\u00e7\u00e3o para retirar os pelos do corpo. Imaginavam que isso seria capaz de tornar suas formas mais belas. Mas ao contr\u00e1rio dessas, no s\u00e9culo XVI, as mulheres francesas, pertencentes \u00e0 nobreza, queriam que seus pelos pubianos atingissem o maior tamanho poss\u00edvel, para que pudessem decor\u00e1-los com la\u00e7os de fita. Elas faziam usos de unguentos para apressarem o crescimento dos fios. Como moda \u00e9 quest\u00e3o de tempo, houve certa \u00e9poca na Idade M\u00e9dia, em que as mulheres usavam pedra-pomes para remover os pelos do corpo. Tal pr\u00e1tica foi trazida pelos cruzados para suas mulheres. A pr\u00e1tica de retirar os pelos do corpo ainda persiste nos dias de hoje. Prevalece o conceito de beleza que relaciona\u00a0 a aus\u00eancia de cabelos no corpo da mulher com a feminilidade e, em contrapartida, os pelos masculinos est\u00e3o ligados \u00e0 virilidade. Tudo n\u00e3o passando de bobos e arragaidos conceitos.<\/p>\n
A hist\u00f3ria de Sans\u00e3o e Dalila, assim como a fren\u00e9tica vida sexual do imperador Carlos Magno, do rei Henrique VIII e do monge Raspuntin, famosos por suas estripulias amorosas, todos eles donos de grande cabeleira, refor\u00e7am o mito sobre os cabelos compridos, mas esses tamb\u00e9m eram associados \u00e0 perversidade. E como ficavam os calvos, na hist\u00f3ria? Napole\u00e3o Bonaparte \u00e9 um exemplo de como a alopecia afetava a vaidade masculina. E n\u00e3o foram poucos os m\u00e9todos usados pelos homens do passado, a fim de evit\u00e1-la. No s\u00e9culo XVI, ra\u00edzes de malva eram esfregadas onde havia a queda de cabelo. E no s\u00e9culo XVIII, os homens passavam no couro cabeludo sementes de salva, para prevenirem-se contra a alopecia. Ainda hoje, o medo da calv\u00edcie acompanha muitos homens, embora essa n\u00e3o esteja mais ligada ao \u201cdecr\u00e9scimo\u201d do poder sexual. Sabe-se hoje que a calv\u00edcie masculina nada tem a ver com a pot\u00eancia sexual, sendo ocasionada por diferentes motivos. \u00c9 geralmente mais percept\u00edvel no couro cabeludo, mas pode ocorrer em qualquer parte do corpo onde haja pelos.<\/p>\n
Por muito tempo, barbas e bigodes tamb\u00e9m foram associados \u00e0 masculinidade e ao poder. Um fio de bigode selava um contrato, diziam os antigos. Hoje n\u00e3o passam de modismo.<\/p>\n
\u00a0Nota:<\/u> Mulheres \u00e0 Beira-Mar<\/em>, de 1879, obra de Puvis de Chavannes (Louvre)<\/p>\nFonte de pesquisa
\n<\/u>Enciclop\u00e9dia do Casal de Hoje\/ Editora Tr\u00eas<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho Mulheres e homens nunca tiveram tanto cuidado com os cabelos como nos dias de hoje. O Brasil \u00e9 o segundo pa\u00eds no consumo de cosm\u00e9ticos, com grande prepoder\u00e2ncia para os produtos espec\u00edficos para a beleza dos fios capilares. A cada dia cai por terra a ditadura dos cabelos lisos, com […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[35],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/31791"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=31791"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/31791\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47508,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/31791\/revisions\/47508"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=31791"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=31791"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=31791"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}