{"id":319,"date":"2013-02-23T02:02:36","date_gmt":"2013-02-23T02:02:36","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=319"},"modified":"2022-07-26T11:41:56","modified_gmt":"2022-07-26T14:41:56","slug":"a-escravidao-no-mundo-atual","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/a-escravidao-no-mundo-atual\/","title":{"rendered":"A ESCRAVID\u00c3O NO MUNDO ATUAL"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/b>
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\"isalen\"<\/a><\/p>\n

A escritora chilena, Isabel Allende, sobrinha de Salvador Allende, presidente do Chile morto no golpe militar de 1973, \u00e9 uma das autoras mais conhecidas da Am\u00e9rica Latina. Sua obra liter\u00e1ria \u00e9 composta por 15 romances, al\u00e9m de livros de contos e pe\u00e7as de teatro. Seu livro A Casa dos Esp\u00edritos, 1982, fez tanto sucesso, que acabou virando filme em 1993. Em 1995 ela lan\u00e7ou o livro Paula, que escreveu para sua filha, que estava em coma devido a um ataque de porfiria. (Porfiria \u00e9 um grupo de dist\u00farbios herdados ou adquiridos e que se manifestam atrav\u00e9s de problemas na pele e\/ou com complica\u00e7\u00f5es neurol\u00f3gicas). Como n\u00e3o sabia se a mem\u00f3ria da filha voltaria ap\u00f3s a sa\u00edda do coma, resolveu contar a sua hist\u00f3ria, para auxili\u00e1-la a se lembrar dos fatos. Paula passa ent\u00e3o a ser um retrato autobiogr\u00e1fico. Sua filha n\u00e3o volta do coma e morre um tempo depois.<\/p>\n

Isabel Allende acaba de lan\u00e7ar o seu mais novo livro, A Ilha sob o Mar, que conta a saga de uma escrava, no s\u00e9culo XIX, no Haiti. Embora alguns possam imaginar que o tema n\u00e3o mais retrata os tempos de hoje, a verdade n\u00e3o \u00e9 bem assim. A autora diz que o seu livro tamb\u00e9m serve de alerta para a escravid\u00e3o, que jaz oculta atualmente. Os movimentos abolicionistas conseguiram abolir a escravid\u00e3o no mundo apenas oficialmente. A verdade \u00e9 que a situa\u00e7\u00e3o hoje \u00e9 mais ca\u00f3tica, pois \u00e9 dif\u00edcil combater o que est\u00e1 oculto, mascarado e clandestino, como \u00e9 o caso do trabalho escravo, que acontece tanto nos pa\u00edses ricos quanto nos pobres.<\/p>\n

Embora todos os pa\u00edses tenham firmado acordos, para acabar com a pr\u00e1tica escravagista, diz a autora, ela ainda n\u00e3o foi abolida. Existem atualmente cerca de 27 milh\u00f5es de escravos em todo o mundo. S\u00f3 na agricultura, h\u00e1 um milh\u00e3o de seres escravizados no Paquist\u00e3o. \u00c9 a famosa servid\u00e3o ocasionada por uma d\u00edvida que nunca se paga, mesmo que filhos e netos do campon\u00eas trabalhem juntos para sanar a d\u00edvida. As filhas d\u00e3o a sua contribui\u00e7\u00e3o ao serem vendidas como empregadas dom\u00e9sticas, ou para trabalhar em casas de prostitui\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Embora o Haiti seja um pa\u00eds onde os negros lutaram por sua independ\u00eancia, existem ali milhares de crian\u00e7as em trabalhos dom\u00e9sticos for\u00e7ados, tentando sobreviver, pois os pais n\u00e3o podem sustent\u00e1-las. No Nepal, diz Isabel que meninas entre 5 e 7 anos s\u00e3o vendidas por uma quantia equivalente a um par de cabras. Em certos pa\u00edses, crian\u00e7as s\u00e3o negociadas, em troca de dotes, para se casarem. No Sudoeste Asi\u00e1tico o tr\u00e1fico de pessoas n\u00e3o sofre nenhum controle por parte dos governos.<\/p>\n

Isabel Allende define o escravo como algu\u00e9m que \u00e9 obrigado a trabalhar contra a sua vontade, sem remunera\u00e7\u00e3o alguma, sob amea\u00e7a de viol\u00eancia. E diz que isso acontece mesmo nos pa\u00edses considerados de primeiro mundo, onde os imigrantes ilegais trabalham sob a amea\u00e7a da viol\u00eancia ou do medo de serem denunciados.<\/p>\n

A escritora afirma que as rela\u00e7\u00f5es humanas n\u00e3o mudaram muito at\u00e9 os dias de hoje. O poder funciona como passe livre para a impunidade. E essa rela\u00e7\u00e3o de poder n\u00e3o est\u00e1 somente entre o amo e o servo, mas tamb\u00e9m entre os militares, de modo que um oficial graduado pode subjugar os subalternos. Os carcereiros subjugam os presos. Nas ditaduras, a pol\u00edcia pode prender, matar e torturar. Mesmo dentro da fam\u00edlia \u00e9 poss\u00edvel ver pai abusando da esposa e dos filhos, etc.<\/p>\n

Isabel lamenta o estado atual do Haiti, pa\u00eds de um povo extremamente sofrido, que foi invadido e ocupado v\u00e1rias vezes. Est\u00e1 falido e vive da caridade do mundo. E, para piorar, foi atingido por furac\u00f5es e terremotos. Muito foi prometido aos haitianos, mas pouco chegou at\u00e9 l\u00e1. N\u00e3o h\u00e1 dinheiro para a reconstru\u00e7\u00e3o do pa\u00eds.<\/p>\n

A escritora diz que os livros possuem o poder de mudar mentalidades. Ela cita A Cabana do Pai Tom\u00e1s, livro americano que marcou o movimento abolicionista. Portanto, fica aqui a minha sugest\u00e3o, para que os leitores coloquem na lista dos livros a serem lidos e presenteados: A Ilha sob o Mar \u2013 Isabel Allende\/ Editora Bertrand Brasil.<\/p>\n

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