<\/a>
\n<\/strong><\/p>\nNa \u00e9poca da grande recess\u00e3o econ\u00f4mica japonesa, muitas menininhas eram vendidas por suas fam\u00edlias, que n\u00e3o as podiam manter, para casas especializadas (okiyas<\/i>) em preparar gueixas. Depois de compradas, as pequeninas eram levadas normalmente a uma mulher idosa, com muita tarimba no ramo, que as punha nuas e examinava-as dos p\u00e9s \u00e0 cabe\u00e7a, como se fossem um ser inanimado. Mexia-lhes no seio, apalpava-lhes as n\u00e1degas e terminavam com o golpe fatal: afastava-lhes os joelhos, metia as m\u00e3os entre as pernas e, com os dedos, realizavam a prova do toque, para certificar-se de que eram virgens. Aquelas, que n\u00e3o passavam no teste para ser gueixas, eram encaminhadas para os bord\u00e9is.<\/p>\n
Uma vez no okiya<\/i>, a crian\u00e7a era submetida aos servi\u00e7os mais rudes, at\u00e9 que se iniciasse o seu treinamento para a futura profiss\u00e3o. Nunca podia desobedecer \u00e0 dona do okiya<\/i>, a quem chamava de mam\u00e3e e apanhava por qualquer coisa. Seu treinamento consistia em frequentar a escola, onde teria aulas de m\u00fasica, dan\u00e7a, canto, cerim\u00f4nia do ch\u00e1, etiquetas e tudo aquilo que viesse a transform\u00e1-la numa companhia perfeita para os homens, pois a fun\u00e7\u00e3o de uma gueixa era entret\u00ea-los. Deveria, sobretudo, aprender a tocar um instrumento de cordas chamado shamisen<\/i>.<\/p>\n
A aspirante a gueixa era registrada num cart\u00f3rio e, al\u00e9m das aulas, deveria observar a gueixa da casa, para aprender a usar maquilagem e vestir o quimono, que obedecia a um ritual todo especial. E, por falar em maquilagem, houve uma \u00e9poca em que as gueixas usavam uma esp\u00e9cie de maquilagem branca, conhecida como \u201cargila chinesa<\/i>\u201d, que tinha chumbo na base. Descobriu-se, tempos depois, que essa argila era venenosa. O estrago estava feito. As usu\u00e1rias de tal argila ficaram com a pele arruinada, o pesco\u00e7o amarelo e enrugado.<\/p>\n
A garotinha, candidata a gueixa, era um investimento em longo prazo. Todos os gastos eram debitados em sua conta, at\u00e9 mesmo um objeto que quebrasse. Tudo, no futuro, deveria ser pago, acrescido de juros altos. Caso infringisse uma das regras abaixo, teria a vida arruinada, passando a ser servi\u00e7al do okiya<\/i>:<\/p>\n\n- tentar fugir;<\/li>\n
- tornar-se impopular com suas professoras;<\/li>\n
- n\u00e3o praticar as v\u00e1rias artes que lhe iam sendo ensinadas.<\/li>\n<\/ul>\n
Quando a aspirante a gueixa torna-se uma gueixa aprendiz, ela pinta o rosto de branco pela primeira vez e passa a ser oficialmente conhecida com um novo nome. Seu cabelo passa a ser arrumado com o estilo conhecido como \u201cp\u00eassego partido<\/i>\u201d.<\/p>\n
A dan\u00e7a \u00e9 a mais importante das artes de uma gueixa. Talvez s\u00f3 a cerim\u00f4nia do ch\u00e1 pode se comparada \u00e0 riqueza da tradi\u00e7\u00e3o da dan\u00e7a. Por isso, todas as gueixas aprendizes t\u00eam de estudar dan\u00e7a. Mas nem todas t\u00eam talento para dan\u00e7ar, por isso, s\u00f3 as mais promissoras e bonitas ser\u00e3o encorajadas a se tornar dan\u00e7arinas, em vez de serem cantoras ou tocadoras de shamisen<\/i>. Quando dan\u00e7am, o rosto precisa permanecer inexpressivo, como se fosse uma m\u00e1scara usada no teatro N\u00f4<\/i>. Tamb\u00e9m precisam aprender a mover a parte superior do corpo, independente da inferior.<\/p>\n
A maquiagem de uma gueixa \u00e9 um cap\u00edtulo \u00e0 parte. Sem essa, ela n\u00e3o passa de uma mulher comum. Rosto e pesco\u00e7o s\u00e3o pintados com uma pasta branca. Mas um pedacinho da pele nua, em torno da linha do couro cabeludo, n\u00e3o \u00e9 maquiado. Dizem que os japoneses sentem grande atra\u00e7\u00e3o pelo pesco\u00e7o de uma mulher, assim como os ocidentais sentem atra\u00e7\u00e3o pelas pernas, seios ou n\u00e1degas. Normalmente as gueixas deixam as golas de seus quimonos escancaradas atr\u00e1s, para que os homens vejam seus pesco\u00e7os. Quanto mais a maquiagem parecer uma m\u00e1scara, mais erotizados ficam eles.<\/p>\n
Colocar o quimono n\u00e3o \u00e9 tarefa f\u00e1cil, pois todos eles possuem o mesmo comprimento, n\u00e3o importando o tamanho da usu\u00e1ria.\u00a0 Por isso existem pessoas especiais, cuja fun\u00e7\u00e3o \u00e9 ajudar a vesti-los, de modo que o traje adapte-se aos contornos do corpo, o que demanda muito tempo.<\/p>\n
Em raz\u00e3o dos elaborados penteados, as gueixas n\u00e3o lavam os cabelos todos os dias, sendo as caspas um grande problema entre elas, que possuem um jeito especial de dormir, para n\u00e3o desmanchar o penteado. Usam um suporte para a base do pesco\u00e7o, de modo que o cabelo fica suspenso no ar. As gueixas tamb\u00e9m s\u00e3o extremamente supersticiosas. Nada fazem antes de consultarem um almanaque, onde buscam as datas auspiciosas.<\/p>\n
Nota:<\/span> Imagem copiada de
\nhttp:\/\/comunidademib.blogspot.com.br\/2010\/12\/verdade-sobre-as-gueixas.html<\/a><\/em><\/p>\nFonte de pesquisa:
\n<\/span>Mem\u00f3rias de uma Gueixa\/ Arthur Golden<\/p>\n\u00a0<\/i><\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho \u00a0 Na \u00e9poca da grande recess\u00e3o econ\u00f4mica japonesa, muitas menininhas eram vendidas por suas fam\u00edlias, que n\u00e3o as podiam manter, para casas especializadas (okiyas) em preparar gueixas. Depois de compradas, as pequeninas eram levadas normalmente a uma mulher idosa, com muita tarimba no ramo, que as punha nuas e examinava-as […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[3],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/323"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=323"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/323\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45505,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/323\/revisions\/45505"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=323"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=323"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=323"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}