{"id":32996,"date":"2017-06-27T19:09:31","date_gmt":"2017-06-27T22:09:31","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=32996"},"modified":"2017-06-27T19:28:14","modified_gmt":"2017-06-27T22:28:14","slug":"demencias-e-falta-de-politicas-publicas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/demencias-e-falta-de-politicas-publicas\/","title":{"rendered":"DEM\u00caNCIAS E FALTA DE POL\u00cdTICAS P\u00daBLICAS"},"content":{"rendered":"

Autoria do Dr. Telmo Diniz<\/strong><\/p>\n

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As dem\u00eancias est\u00e3o aumentando a passos largos no decorrer das \u00faltimas d\u00e9cadas. N\u00e3o vejo, no Brasil, pol\u00edticas p\u00fablicas voltadas para o tema e um plano de enfrentamento para o problema, como ocorre nos casos de obesidade, nas epidemias virais, nas doen\u00e7as cardiovasculares, etc. \u00c9 como se nada tivesse acontecendo. A cada dia surgem mais casos de dem\u00eancia e as fam\u00edlias simplesmente n\u00e3o sabem como lidar com o drama. A publica\u00e7\u00e3o americana Alzheimer\u2019s Disease International estima que 135 milh\u00f5es de pessoas, em todo o mundo, estar\u00e3o vivendo com dem\u00eancia at\u00e9 2050. Essa previs\u00e3o revista j\u00e1 \u00e9 17% acima das anteriores e s\u00f3 tende a aumentar, em grande parte, pelo aumento na expectativa de vida da popula\u00e7\u00e3o. Se de um lado est\u00e1 sendo bom viver mais, por outro, a qualidade est\u00e1 deixando a desejar \u2013 dem\u00eancia \u00e0 vista.<\/p>\n

O Mal de Alzheimer \u00e9 a causa mais comum de dem\u00eancia. Seus sintomas incluem perda de mem\u00f3ria, mudan\u00e7a de humor, problemas com a comunica\u00e7\u00e3o e de racioc\u00ednio. O relat\u00f3rio norte-americano diz que essa doen\u00e7a e outras formas de dem\u00eancia representam \u201cuma epidemia global\u201d. Voc\u00ea, caro leitor, deve ter um parente ou conhecido portador desta doen\u00e7a. E se vivenciou um pouco, sabe dos transtornos e dificuldades que os familiares enfrentam. Os atuais tratamentos s\u00e3o caros e p\u00edfios. Observa-se uma melhora com as medica\u00e7\u00f5es no in\u00edcio da doen\u00e7a, entretanto, nos casos moderados a graves, a situa\u00e7\u00e3o pode ficar ca\u00f3tica para os cuidadores no dia a dia. \u00c9 essencial que nos preparemos. Na verdade, o Brasil j\u00e1 est\u00e1 atrasado. A Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade (OMS) j\u00e1 encara o problema como \u201cs\u00e9rio\u201d e o tem como prioridade.<\/p>\n

Pensemos o mesmo! Amanh\u00e3 poderemos ter um ente querido portador de dem\u00eancia em casa, confuso, perdido no tempo, com falsos reconhecimentos e \u00e0s vezes agressivo. At\u00e9 que tratamentos efetivos venham \u00e0 tona, pesquisadores do King’s College de Londres sugerem que, \u00e0 medida que a popula\u00e7\u00e3o envelhece, o sistema tradicional de cuidar, feito de maneira informal pelas fam\u00edlias, amigos e comunidade, precisar\u00e1 de um apoio muito maior. Inclusive do Estado, j\u00e1 que, no Brasil, esse apoio \u00e9 falho e feito com descaso. Segundo a pesquisa, pouco mais que uma em cada dez pessoas acima de 60 anos precisa de cuidados de longo prazo, como ajuda di\u00e1ria em tarefas, como tomar banho, alimentar-se, vestir-se e usar o banheiro \u2013 as chamadas atividades da vida di\u00e1ria (AVDs). Isso pode ser um fardo para a fam\u00edlia, pois muitos dos parentes que cuidam do idoso precisam deixar o trabalho e outros afazeres do dia a dia. Tamb\u00e9m sugere maior profissionaliza\u00e7\u00e3o dos residenciais para idosos, o que pode ser uma op\u00e7\u00e3o de escolha em tempos de fam\u00edlias pequenas e atarefadas.<\/p>\n

Segundo a brit\u00e2nica Alzheimer’s Society, a dem\u00eancia \u00e9 a maior crise na \u00e1rea de sa\u00fade que o mundo enfrenta atualmente. Um alerta para governos mundo afora sobre a urg\u00eancia de investir mais em cuidado e apoio.<\/p>\n

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