<\/a><\/strong><\/p>\nComo todos os anos, a aproxima\u00e7\u00e3o do Natal vinha acompanhada de grandes expectativas. Para minha m\u00e3e, su\u00ed\u00e7a, vinda de sua terra com 15 anos de idade, a \u00e1rvore de Natal era coisa obrigat\u00f3ria e a cada ano sua montagem ganhava algum acr\u00e9scimo na ornamenta\u00e7\u00e3o. Desde muito crian\u00e7a participei dessas montagens, ajudando minha m\u00e3e com uma dedica\u00e7\u00e3o quase religiosa.<\/span><\/p>\nOs ornamentos da \u00e1rvore eram de muitas formas e me deixavam sempre deslumbrado pelo seu brilho. Al\u00e9m das bolotas coloridas, as velinhas e o seu cheiro ajudavam na forma\u00e7\u00e3o de um ambiente que para mim era m\u00e1gico. No topo de nossa \u00e1rvore ia o adorno mais bonito e mais cheio de significado: uma estrela reluzente com um dispositivo para adapt\u00e1-la \u00e0 ponta de nosso pinheiro. \u00c0 medida que ia se aproximando a noite do Papai Noel, minha expectativa ia num crescendo de ansiedade. Ao chegar a noite de Natal minha ansiedade quase n\u00e3o me deixava dormir. A grande expectativa era pelos presentes que o bondoso Papai Noel deixaria aos p\u00e9s da \u00e1rvore naquela manh\u00e3 de Natal.<\/span><\/p>\nNuma dessas noites de intensa ansiedade, eu estava mais agitado que de h\u00e1bito. Esse agitamento estava impedindo que eu fosse dormir e, com isso, estava amolando meus pais com meu anseio desmedido. Eu n\u00e3o queria ir para a minha cama que ficava junto a uma janela. Mesmo na cama eu insistia em ficar de p\u00e9. Meu pai, talvez j\u00e1 impaciente com minha insist\u00eancia para ver a \u201cchegada\u201d do Papai Noel, ordenou para que eu me deitasse. Diante de minha \u201cresist\u00eancia\u201d em obedecer, ele procurou me explicar: \u201cN\u00e3o adianta esperar, porque o Papai Noel vem de muito longe\u201d. \u2013\u201cMas vem de onde?\u201d \u2013\u201cEle vem de uma estrela, l\u00e1 do c\u00e9u\u201d, disse ele.<\/span><\/p>\nEm p\u00e9 em minha cama junto \u00e0 janela, eu olhei para fora, e devo ter visto uma estrela. Pela primeira vez uma estrela deixava de ser apenas o adorno maior de nossa \u00e1rvore de Natal, e passava a ter o sentido de um lugar distante, de onde vinha o t\u00e3o esperado Papai Noel. Esta \u00e9 minha mais remota mem\u00f3ria da palavra estrela.<\/span><\/p>\nNota:<\/u> Extra\u00eddo do livro \u201cCorrupira\u201d, ainda in\u00e9dito, do autor.<\/span><\/p>\nViews: 0<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria do Prof. Rodolpho Caniato Como todos os anos, a aproxima\u00e7\u00e3o do Natal vinha acompanhada de grandes expectativas. Para minha m\u00e3e, su\u00ed\u00e7a, vinda de sua terra com 15 anos de idade, a \u00e1rvore de Natal era coisa obrigat\u00f3ria e a cada ano sua montagem ganhava algum acr\u00e9scimo na ornamenta\u00e7\u00e3o. Desde muito crian\u00e7a participei dessas montagens, […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[16],"tags":[],"class_list":["post-33060","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-flagrantes-da-vida-real"],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33060","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=33060"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33060\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":34128,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33060\/revisions\/34128"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=33060"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=33060"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=33060"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}