<\/a><\/p>\nAs f\u00e9rias s\u00e3o o tempo do \u00f3cio, que nos remete \u00e0 no\u00e7\u00e3o de folga, de falta de compromissos de trabalho e de estudos. E, por isso mesmo, possui uma conota\u00e7\u00e3o negativa que liga a ideia de ociosidade \u00e0 vadiagem e pregui\u00e7a. Seria o \u00f3cio um aliado para recuperar a sa\u00fade? \u00c9 disso que vamos tratar neste texto.<\/span><\/p>\nO fil\u00f3sofo e matem\u00e1tico ingl\u00eas Bertrand Russell (1872-1970) afirmava que o trabalho n\u00e3o \u00e9 \u2013 ou n\u00e3o deveria ser \u2013 o objetivo da vida de um indiv\u00edduo. Segundo ele, em um mundo ideal, todos deveriam poder se dedicar a atividades agrad\u00e1veis, usando o tempo livre (ocioso) n\u00e3o apenas para se divertir, mas tamb\u00e9m para ampliar seus conhecimentos e a capacidade de reflex\u00e3o. Bom, n\u00e3o sei como isso seria poss\u00edvel em uma sociedade p\u00f3s-moderna. Quem iria pagar nossas contas? Esta utopia poderia ser poss\u00edvel em uma tribo ind\u00edgena, onde o \u00f3cio impera \u2013 dormem, fazem sexo, alimentam na hora que bate a fome, etc.<\/span><\/p>\nNingu\u00e9m precisa de bons motivos para saber que tirar f\u00e9rias \u00e9 algo que faz bem. Um estudo realizado na Inglaterra e divulgado pelo jornal \u201cThe Daily Mail\u201d comprova que alguns dias de descanso podem trazer muitos benef\u00edcios para a sa\u00fade. Os cientistas descobriram que o simples fato de se desligar por alguns dias e visitar novos lugares \u00e9 suficiente para diminuir a press\u00e3o arterial, melhorar a qualidade do sono e eliminar o estresse. Eles tamb\u00e9m revelaram que os benef\u00edcios podem se estender por pelo menos 15 dias ap\u00f3s a viagem. Em alguns casos, o bem-estar causado pelos dias de descanso pode se prolongar por alguns meses.<\/span><\/p>\nE se isso n\u00e3o fosse o bastante, para entendermos a import\u00e2ncia do descanso, os testes tamb\u00e9m revelaram a diminui\u00e7\u00e3o nos n\u00edveis de glicose no sangue, redu\u00e7\u00e3o do risco de diabetes, perda de peso e de medidas, melhora do humor e dos n\u00edveis de energia. E todos esses sinais se mant\u00eam por no m\u00ednimo duas semanas depois de a pessoa voltar para casa. Por\u00e9m, na sociedade moderna, o \u00f3cio passou a ser algo conden\u00e1vel, que deveria ser suprimido em nome da produtividade. O trabalho passou a ser muito valorizado, em detrimento do tempo livre. Sabemos que esta despropor\u00e7\u00e3o leva, invariavelmente, a problemas de sa\u00fade a longo prazo.<\/span><\/p>\nAtualmente, muitas pessoas j\u00e1 n\u00e3o t\u00eam como meta fazer carreira em grandes empresas. Tentam abrir o pr\u00f3prio neg\u00f3cio, investir em \u00e1reas onde combinem um hobby com a profiss\u00e3o, enxergando o trabalho como uma fun\u00e7\u00e3o mais livre. Mas seria isso poss\u00edvel? Para uma pequena parcela da popula\u00e7\u00e3o, possivelmente sim! Para a massa majorit\u00e1ria, n\u00e3o.<\/span><\/p>\nEnxergamos o trabalho apenas do ponto de vista econ\u00f4mico. E, desta forma, n\u00f3s nos esquecemos de que o \u00f3cio, assim como o trabalho, s\u00e3o atos humanos. Ambos devem conviver em harmonia. Domenico De Masi, soci\u00f3logo e escritor italiano, que elaborou a obra \u201cO \u00d3cio Criativo\u201d, disse: \u201cO \u00f3cio pode transformar-se em viol\u00eancia, neurose, v\u00edcio e pregui\u00e7a, mas pode tamb\u00e9m elevar-se para a arte, a criatividade e a liberdade\u201d. Particularmente, penso que \u00f3cio permanente vira t\u00e9dio, bem como o trabalho ininterrupto vira escravid\u00e3o.<\/span><\/p>\nViews: 0<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria do Dr. Telmo Diniz As f\u00e9rias s\u00e3o o tempo do \u00f3cio, que nos remete \u00e0 no\u00e7\u00e3o de folga, de falta de compromissos de trabalho e de estudos. E, por isso mesmo, possui uma conota\u00e7\u00e3o negativa que liga a ideia de ociosidade \u00e0 vadiagem e pregui\u00e7a. Seria o \u00f3cio um aliado para recuperar a sa\u00fade? […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[21],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33448"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=33448"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33448\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":33893,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33448\/revisions\/33893"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=33448"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=33448"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=33448"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}