{"id":33456,"date":"2023-07-14T12:05:00","date_gmt":"2023-07-14T15:05:00","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=33456"},"modified":"2023-07-14T13:54:30","modified_gmt":"2023-07-14T16:54:30","slug":"possessividade-e-baixa-autoestima","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/possessividade-e-baixa-autoestima\/","title":{"rendered":"POSSESSIVIDADE E BAIXA AUTOESTIMA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho
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A possessividade \u00e9 uma caracter\u00edstica de quem \u00e9 possessivo, ou seja, daquele que possui um sentimento exacerbado de posse. Se o sentimento extremado de possuir um objeto \u00e9 ruim, quando direcionado a uma pessoa, numa rela\u00e7\u00e3o de possu\u00eddo e possuidor, torna-se extremamente perigoso. N\u00e3o se trata mais de tirar uma vantagem econ\u00f4mica, mas de desavergonhada e imoralmente assenhorear-se da vida de outrem. Sob o prisma existencial ningu\u00e9m \u00e9 dono de coisa alguma, pois tudo nos \u00e9 emprestado para que usemos dentro de um espa\u00e7o de tempo muito curto.<\/p>\n

A exist\u00eancia humana \u00e9 cruelmente ef\u00eamera. De m\u00e3os abanando todos chegam \u00e0 Terra e de m\u00e3os vazias deixam-na, quaisquer que sejam as\u00a0 posses nela adquiridas. E se ningu\u00e9m \u00e9 dono de coisa alguma, muito menos o \u00e9 de pessoas, pois essas devem exercer o direito de ter vontade pr\u00f3pria.<\/p>\n

A possessividade nada mais \u00e9 que o retrato da baixa autoestima, do vazio e do descontentamento do indiv\u00edduo possessivo com sua pr\u00f3pria vida. Como uma sanguessuga ele se agarra a coisas e pessoas na tentativa de dar sentido \u00e0 sua exist\u00eancia. Quando impossibilita uma pessoa de ser ela mesma, repassa uma leitura ruim de si mesmo e, consequentemente, deixa \u00e0s claras a dificuldade que tem de lidar com o mundo.<\/p>\n

A possessividade jamais significou amor por outrem, pois n\u00e3o passa de um relacionamento de sujei\u00e7\u00e3o de senhor para servo. O \u00faltimo \u00e9, na verdade, as \u201cmuletas\u201d de seu dono psicologicamente enfraquecido, mas que usa e abusa de sua serventia. A pessoa supostamente amada, ao descobrir a farsa que vive, tende a afastar-se, negando fazer parte do jogo, uma vez que a durabilidade de todo e qualquer relacionamento encontra-se no equil\u00edbrio, onde impera o respeito e a admira\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A possessividade transforma o outro (a v\u00edtima) em mero joguete, pois por ele n\u00e3o nutre o menor respeito. E se h\u00e1 uma coisa que o possessivo sabe fazer muito bem \u00e9 jogar com todas as cartas, ainda que o fa\u00e7a de maneira incorreta. Uma de suas t\u00e1ticas nocivas \u00e9 apelar para a vitimiza\u00e7\u00e3o, passando-se por coitado, vitimizando-se. Isso \u00e9 por demais cansativo e desgastante para quem est\u00e1 do outro lado do tabuleiro.<\/p>\n

A possessividade faz de todas as pessoas que vivem em volta do indiv\u00edduo possessivo objetos e n\u00e3o sujeitos. Ele pensa que s\u00f3 se sentir\u00e1 bem quando estiver acionando as cordas dos fantoches, tentando ser o dono da situa\u00e7\u00e3o, capaz de tutelar tudo e todos, direcionando-lhes a exist\u00eancia, num jogo inst\u00e1vel e perigoso de emo\u00e7\u00f5es contidas. O outro lado da hist\u00f3ria \u00e9 que ningu\u00e9m quer ser objeto, mas sujeito da pr\u00f3pria vida. Nada mais terr\u00edvel do que se sentir um fantoche na m\u00e3o de outrem.<\/p>\n

A possessividade \u00e9 cruenta, uma vez que o possessor tem por objetivo diminuir o valor do outro na tentativa de superestimar o seu. Acha que quanto mais insignificante for quem vive \u00e0 sua volta, mais facilmente ter\u00e1 o controle da situa\u00e7\u00e3o. \u00c9 incapaz de perceber que todo e qualquer relacionamento (amoroso, familiar, entre amigos e colegas) s\u00f3 tende a crescer quando existe valoriza\u00e7\u00e3o de ambos os lados. N\u00e3o h\u00e1 outro caminho.<\/p>\n

Nada mais sufocante do que participar de um relacionamento que vive numa gangorra desenfreada. Quando se est\u00e1 ao lado de quem ama, o que se quer \u00e9 paz, companheirismo, incentivo, compreens\u00e3o e momentos bons. A sujei\u00e7\u00e3o torna-se, com o tempo, um constrangimento para o possu\u00eddo e vai matando qualquer possibilidade de uni\u00e3o duradoura. Um relacionamento doentio precisa de tratamento, se quiser persistir. Fora disso a palavra-chave \u00e9 “liberta\u00e7\u00e3o”.<\/p>\n

Reconhecer que precisa mudar \u00e9 um grande passo na vida de um indiv\u00edduo possessivo, pois toda e qualquer mudan\u00e7a deve nascer primeiro da vontade. \u00c9 preciso come\u00e7ar sentindo bem na pr\u00f3pria companhia, lembrar-se de que quem cobra muito \u00e9 porque tudo lhe falta e, por isso, tenta preencher com a vida do outro o seu pr\u00f3prio vazio.<\/p>\n

Aquele que coloca sua felicidade no outro ser\u00e1 eternamente infeliz, pois s\u00f3 se pode viver a pr\u00f3pria vida. Se isto for dif\u00edcil demais para compreender e agir, deve-se buscar ajuda especializada o mais r\u00e1pido poss\u00edvel, a menos que se queira passar a exist\u00eancia toda como um derrotado. A prop\u00f3sito, qual \u00e9 a sua posi\u00e7\u00e3o nos relacionamentos?<\/p>\n

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