<\/a><\/p>\nEm muitas cultura a chegada de um menino \u00e9 vista como auspiciosa, enquanto a vinda de uma menina \u00e9 preocupante. O filho representa o sustent\u00e1culo de sua fam\u00edlia, enquanto a filha s\u00f3 lhe trar\u00e1 despesas \u2013 assim pensam esses povos. Logo que a coitadinha chega ao mundo, os pais j\u00e1 enxergam em sua testa a palavra \u201cdote\u201d. E assim transcorre sua vida de submiss\u00e3o, at\u00e9 o dia em que passar\u00e1 a servir a uma nova fam\u00edlia, onde tamb\u00e9m carregar\u00e1 a sua carga de servilismo.<\/p>\n
N\u00e3o causa surpresa a ningu\u00e9m o conhecimento de que em certas culturas o casamento funciona como uma transa\u00e7\u00e3o comercial. O amor amor n\u00e3o apita cois\u00edssima alguma. Os pais e irm\u00e3os repassam \u00e0 fam\u00edlia do noivo o tradicional dote<\/i> (bens pagos pela fam\u00edlia da noiva \u00e0 fam\u00edlia do futuro marido). \u00c9 exatamente a exist\u00eancia de tal dote<\/i> que torna um inferno a vida das pobres meninas, pois \u201cFilhas no ber\u00e7o, dote no peito<\/i>\u201d, diz um prov\u00e9rbio russo, mas na R\u00fassia n\u00e3o mais impera a cultura do dote.<\/p>\n
Ter muitas filhas \u00e9 preocupante para qualquer fam\u00edlia, pois ter\u00e1 que se desdobrar para pagar os dotes. Muitas das fam\u00edlias acabam sendo levadas \u00e0 fal\u00eancia ou trabalhando a vida toda para pagar o prometido. Em muitos casos, n\u00e3o podendo os pais cumprir com o pagamento da d\u00edvida do dote, a filha \u00e9 devolvida, para vergonha de todos. E pouco importa se o casal j\u00e1 vive junto h\u00e1 muito tempo ou que tenha um grande n\u00famero de filhos. Por isso, \u00e9 comum o casamento entre primos, para que o dote n\u00e3o caia na m\u00e3o de uma fam\u00edlia estranha, sem falar que\u00a0 \u201cA filha de um tio materno n\u00e3o custa nenhum dinheiro<\/i>\u201d. A \u00cdndia \u00e9 um exemplo da cultura do famigerado “dote” e n\u00e3o da espiritualidade, como pensam alguns tolos.<\/p>\n
\u00a0As fam\u00edlias, por causa dos gastos que ter\u00e3o de arcar com as filhas, n\u00e3o \u00e9 \u00e0 toa que tor\u00e7am para que venham sempre meninos, mesmo que a esp\u00e9cie humana sucumba, como deixa a entender o prov\u00e9rbio hebraico: \u201cO mundo n\u00e3o existe sem machos e f\u00eameas, mas feliz \u00e9 o pai que s\u00f3 tem filhos, e desgra\u00e7ado \u00e9 o pai que s\u00f3 tem filhas<\/i>\u201d. Um prov\u00e9rbio \u00e1rabe, sem usar de salamaleques, diz na bucha qual \u00e9 o ressentimento que os pais nutrem pelas mulheres: \u201cAntes dois escorpi\u00f5es do que duas filhas<\/i>\u201d, enquanto um brasileiro, bem mais debochado, diz que \u201cQuem casa a filha, depenado fica<\/i>\u201d.<\/p>\n
Quando uma fam\u00edlia perde um filho, em tais culturas, h\u00e1 muito choro e consterna\u00e7\u00e3o, enquanto a morte de uma filha traz al\u00edvio, como reza um prov\u00e9rbio liban\u00eas: \u201cA morte de uma jovem \u00e9 bem-vinda, ainda que seja n\u00fabil<\/i>\u201d, pois \u201cCasa de mo\u00e7as, casa de ru\u00ednas<\/i>\u201d, confirma um prov\u00e9rbio \u00e1rabe. Quanto menos filhas tiver uma fam\u00edlia, menores ser\u00e3o seus gastos com o famigerado dote<\/i> e, portanto, mais ela prosperar\u00e1.<\/p>\n
O fato \u00e9 que, casada ou dispon\u00edvel, a vida da mulher \u00e9 a mesma, pois \u201cA mulher solteira obedece ao pai, a casada ao marido<\/i>\u201d, j\u00e1 que \u201cAs mo\u00e7as e a \u00e1gua v\u00e3o para onde mandam<\/i>\u201d, e ponto final.<\/p>\n
Fontes de pesquisa:
\n<\/span>Nunca se case com uma mulher de p\u00e9s grandes\/ Mineke Schipper
\nLivro dos prov\u00e9rbios, ditados, ditos populares e anexins\/ Ci\u00e7a Alves Pinto
\nProv\u00e9rbios e ditos populares\/ Pe. Paschoal Rangel<\/p>\nNota:<\/span> Imagem copiada de blogdojequi.blogspot.com<\/a><\/i><\/p>\nViews: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Em muitas cultura a chegada de um menino \u00e9 vista como auspiciosa, enquanto a vinda de uma menina \u00e9 preocupante. O filho representa o sustent\u00e1culo de sua fam\u00edlia, enquanto a filha s\u00f3 lhe trar\u00e1 despesas \u2013 assim pensam esses povos. Logo que a coitadinha chega ao mundo, os pais j\u00e1 […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[43],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3349"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3349"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3349\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":48812,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3349\/revisions\/48812"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3349"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3349"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3349"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}