<\/a><\/p>\nVivemos a era da afli\u00e7\u00e3o an\u00edmica em que nossa alma afligida, entre ser o que desejamos e descobrir que nem sempre \u00e9 poss\u00edvel, p\u00f5e-nos em conflitos que, aos poucos, afundam-nos sem que demos conta disso. Hoje \u00e9 at\u00e9 natural assumir que estamos passando pela devassa dos transtornos mentais, mas sabemos que alguns os confundir\u00e3o com falta de f\u00e9, chilique e falta de empenho. N\u00e3o devemos nos preocupar com os outros e a opini\u00e3o que t\u00eam sobre um mal que ainda n\u00e3o conhecem. S\u00e3o sortudos por n\u00e3o t\u00ea-lo, mas n\u00e3o imunes a ele.<\/span><\/p>\nN\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil descobrir que se est\u00e1 passando pela fase do p\u00e2nico. Viver muito tempo dentro dessa s\u00edndrome \u00e9 pior ainda. S\u00f3 quem passou ou passa por ela conhece seus segredos que na verdade nem se mostram, mas v\u00e3o sendo decifrados diariamente. Ela \u00e9 a surpresa di\u00e1ria, a companheira que n\u00e3o \u00e9 bem vista, tampouco deve ser aceita como parte da pr\u00f3pria vida. N\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil livrar-se dela num estalar de dedos, mas, com o tempo, esse terror inicial vai se dizimando, virando fuma\u00e7a e a\u00ed, num dia, ele some. Nunca se sabe se \u00e9 para sempre, mas ele acaba. Basta que se cuide e tome consci\u00eancia plena de que \u00e9 preciso, muito mais que antes, aceitar que todos os seres humanos s\u00e3o pass\u00edveis de males inimagin\u00e1veis.<\/span><\/p>\nSempre uso, talvez como consolo (mas que tomo como verdade absoluta) que os sens\u00edveis, cheios de sensibilidade genu\u00edna, s\u00e3o os mais vulner\u00e1veis aos transtornos mentais, problemas esses que tolhem, derrubam e assustam. Penso que se fossem indiferentes ao que os rodeiam nada disso os atingiria. Muitos indiv\u00edduos passam pela vida praticamente sem conflito algum. \u00a0S\u00e1bios, santos ou alienados? N\u00e3o sei! Quem n\u00e3o se importa com o mundo n\u00e3o se defronta com os medos e a sensa\u00e7\u00e3o de impot\u00eancia diante dele. Mas n\u00f3s, detentores de problemas mentais, importamo-nos com a vida! E humanos em condi\u00e7\u00e3o, fragilizados por conta de maldades que n\u00e3o aceitamos, vemo-nos presas de um turbilh\u00e3o de sentimentos que n\u00e3o entendemos e que, ao final, leva-nos a conhecer o caminho complicado das confus\u00f5es mentais, do p\u00e2nico, do medo absurdo daquilo que antes n\u00e3o nos causava temor algum.<\/span><\/p>\nHoje, com a alta incid\u00eancia de necessidades que n\u00e3o havia antes, exig\u00eancias que n\u00e3o faziam parte do dia a dia das pessoas, a exagerada exig\u00eancia de perfei\u00e7\u00e3o e o querer fazer tudo da melhor forma e o mais r\u00e1pido poss\u00edvel, \u00e9 imposs\u00edvel seguir saudavelmente nessa linha, o que acaba gerando a paralisia. Normal? N\u00e3o! Ruim, muito ruim! Fazemos parte de um novo clube. H\u00e1 buscas, perguntas, por vezes bem confusas e nem sempre respostas imediatas, que existem, mas descobri-las \u00e9 um caminho que demoramos a descobrir. Mas existe um consolo: h\u00e1 um novo olhar sobre o que nos aflige, a Ci\u00eancia caminha a passos largos. Tudo ficar\u00e1 no passado, sim, bastando dar ao tempo o tempo que ele pede.<\/span><\/p>\nN\u00f3s, portadores de transtornos mentais, precisamos vivenciar nossas inseguran\u00e7as com toler\u00e2ncia, sem que as sinta como amigas, mas descobrindo que n\u00e3o est\u00e3o a\u00ed por puro acaso. Cuidemos de n\u00f3s. Apenas nos encontramos temporariamente em crise. N\u00e3o estaremos submetidos a ela eternamente! N\u00e3o, mesmo! Medicamentos s\u00e3o necess\u00e1rios. Nosso c\u00e9rebro tamb\u00e9m \u00e9 uma maquininha complexa que, por vezes, nos assusta. E como nossa alma, tamb\u00e9m precisa do b\u00e1lsamo. Os rem\u00e9dios ajudam. Inicialmente nos deixam meio tontos, amedrontados, mas ao final tudo se acerta.<\/span><\/p>\nConhe\u00e7o os florais e n\u00e3o os tomei por sempre brincar que, no meu caso, eu teria que ter planta\u00e7\u00f5es a perder de vista de plantas e flores com aromas e gostos variados. Algumas pessoas conseguem um bom resultado, mas \u00e9 preciso considerar que a formula\u00e7\u00e3o \u00e9 individual, devendo o m\u00e9dico dizer qual o melhor caminho. Onde quase sempre pecamos \u00e9 no que diz respeito \u00e0 medica\u00e7\u00e3o que precisa ser bem orientada. Ela leva um tempo mais ou menos longo, dependendo de cada caso. Os transtornos mentais n\u00e3o nos deixar\u00e3o pelo simples fato de acharmos que estamos prontos para abandonar a medica\u00e7\u00e3o, sem passar pelo parecer m\u00e9dico. Isso \u00e9 ilus\u00f3rio e pode trazer consequ\u00eancias do\u00eddas. Nosso c\u00e9rebro \u00e9 quimicamente programado e os antidepressivos, quimicamente desenvolvidos em laborat\u00f3rios, t\u00eam por objetivo repor o que perdemos.<\/span><\/p>\nNota:<\/u> a ilustra\u00e7\u00e3o \u00e9 uma obra de Edvard Munch<\/span><\/p>\nViews: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
\u00a0Autoria de Celina Telma Hohmann Vivemos a era da afli\u00e7\u00e3o an\u00edmica em que nossa alma afligida, entre ser o que desejamos e descobrir que nem sempre \u00e9 poss\u00edvel, p\u00f5e-nos em conflitos que, aos poucos, afundam-nos sem que demos conta disso. Hoje \u00e9 at\u00e9 natural assumir que estamos passando pela devassa dos transtornos mentais, mas sabemos […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[32],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33943"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=33943"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33943\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":33945,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/33943\/revisions\/33945"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=33943"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=33943"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=33943"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}