<\/a><\/strong><\/p>\nMinha hist\u00f3ria \u00e9 como a de muitos aqui, cheia de profundo sofrimento.<\/span><\/p>\nEstava eu de f\u00e9rias, na praia com minha fam\u00edlia, no in\u00edcio do ano. Estava tudo lindo, mas ao sair do mar tive um ataque de p\u00e2nico. Vis\u00e3o turva, falta de ar e a sensa\u00e7\u00e3o de morte, por\u00e9m isto n\u00e3o foi o pior, pois ap\u00f3s o ataque veio aquilo que minha m\u00e9dica chama de \u201cressaca p\u00f3s-crise de p\u00e2nico\u201d.<\/span><\/p>\nEu senti um vazio imenso, um medo tremendo, l\u00e1grimas que n\u00e3o paravam de vir e uma vontade de n\u00e3o viver mais, uma coisa horr\u00edvel. Corri para o psiquiatra que me receitou fluoxetina, mas ao aumentar a dose n\u00e3o me explicou como devia tomar e eu, leiga no assunto, fiz uma super dosagem. Passei esse dia todo na cama, a voz n\u00e3o saia direito, meu corpo tremia e meu pai que \u00e9 meu melhor amigo, permanecia ao meu lado, ouvindo da pr\u00f3pria filha dizer que ela queria morrer.<\/span><\/p>\nTroquei de psiquiatra e tamb\u00e9m de medica\u00e7\u00e3o. Comecei a terapia e hoje posso dizer que minha vida j\u00e1 come\u00e7a a caminhar para frente. Tenho um filho lindo de 10 anos e fui muito sincera com ele. Expliquei-lhe que eu tenho uma \u201cdoen\u00e7a\u201d que n\u00e3o pode ser vista a olho nu, mas somente sentida. Disse-lhe que \u00e0s vezes ele me veria chorar, mas que nesses dias eu precisaria de muitos abra\u00e7os e carinho, pois esse seria \u201cnosso rem\u00e9dio\u201d. E assim foi feito. Ele entendeu perfeitamente. Percebeu que sua mam\u00e3e n\u00e3o chorava por causa dele e que ele, como parte de sua linda fam\u00edlia, iria ajud\u00e1-la. J\u00e1 se passaram 10 meses da crise mais forte da minha vida, mas posso dizer que n\u00e3o desejo esta dor a ningu\u00e9m.<\/span><\/p>\nTodos n\u00f3s, portadores de transtornos mentais, precisamos saber que a vida continua, temos que ter for\u00e7as ao passar pelos momentos mais dif\u00edceis (sei que parece imposs\u00edvel), mas essa for\u00e7a nos ajuda a seguir em frente. E isso nos torna seres humanos melhores e mais sens\u00edveis aos outros seres. Quando conhe\u00e7o algu\u00e9m, que n\u00e3o tem vergonha de dizer que est\u00e1 passando por um problema ps\u00edquico, eu me solidarizo com ele, como se esta pessoa fosse da minha fam\u00edlia. Sinto um orgulho enorme dela, pois sei que est\u00e1 lutando pela sua vida e est\u00e1 se fortalecendo e se transformando em algu\u00e9m muito mais humano.<\/span><\/p>\nAo final, tudo dar\u00e1 certo. N\u00e3o devemos contar os dias para a cura (todos fazemos isso), mas viver um dia ap\u00f3s o outro. Certamente uns dias ser\u00e3o bons e outros ruins, at\u00e9 mesmo de dar medo, mas todos passam. Tenhamos f\u00e9 em Deus, na nossa fam\u00edlia e principalmente em n\u00f3s mesmos, pois todos n\u00f3s somos capazes de vencer a batalha e encontramos\u00a0 a paz.<\/span><\/p>\nPor aqui, comigo, a vida continua seguindo. Consegui um emprego novo onde me encontro muito feliz, vivendo um dia de cada vez, \u00e0s vezes com pequenas ang\u00fastias, mas isso \u00e9 a vida. Sei que o que precisar encontro aqui no blog, conversando com os amigos e amigas de luta. Somos uma fam\u00edlia POP e estamos sempre dispostos a ouvir e compartilhar os nossos desacertos e vit\u00f3rias.<\/span><\/p>\nNota:<\/span> a ilustra\u00e7\u00e3o \u00e9 uma obra do pintor Edvard Munch<\/em>.<\/span><\/p>\nViews: 0<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Anna Paula Mattos Minha hist\u00f3ria \u00e9 como a de muitos aqui, cheia de profundo sofrimento. Estava eu de f\u00e9rias, na praia com minha fam\u00edlia, no in\u00edcio do ano. Estava tudo lindo, mas ao sair do mar tive um ataque de p\u00e2nico. Vis\u00e3o turva, falta de ar e a sensa\u00e7\u00e3o de morte, por\u00e9m isto […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[32],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34084"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=34084"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34084\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":34099,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34084\/revisions\/34099"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=34084"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=34084"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=34084"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}