laurus<\/em>, significando \u201cVitorioso\u201d, \u201cTriunfal\u201d. J\u00e1 trouxe no nome a for\u00e7a e, hoje, em plena fase de abrir todas as portas e janelas, \u00e0s voltas com os tormentos do existir. Voc\u00ea tem a facilidade da escrita, que \u00e9 o que h\u00e1 de mais dif\u00edcil, posto que nem todos s\u00e3o detentores deste poder que \u00e9 grande. Se escreve t\u00e3o bem e faz pesquisas com um quase assustador meio de decifrar-se, tem o discernimento para descobrir que faz consigo o que muitos \u2013 e a\u00ed me incluo \u2013 usam da autossabotagem para n\u00e3o prosseguir, como uma pregui\u00e7a que d\u00f3i e nos prende ao nada.<\/p>\nLaura, voc\u00ea disp\u00f5e dos recursos que a muitos n\u00e3o \u00e9 acess\u00edvel. Sobra em si uma sabedoria formal, at\u00e9 al\u00e9m daquela que sua idade permite, adquirida, ao que demonstra, pela sua facilidade em aprender, mesmo quando cita que o ensino foi algo a que nem deu muito valor. Primeira das suas negativas \u00e9 essa. Voc\u00ea soube extrair do ensino o melhor que ele lhe ofereceu, mesmo n\u00e3o dispondo das sonhadas \u201cferramentas fornecidas pela Prefeitura\u201d. N\u00e3o nos tornamos melhores ou piores se faltam ou sobram possibilidades. N\u00e3o as tendo, podemos encontr\u00e1-las em n\u00f3s mesmos, n\u00e3o esperando ou culpando fracassos (que n\u00e3o \u00e9 o seu caso) pela falta de oportunidades. Oportunidades s\u00e3o exatamente o qu\u00ea? J\u00e1 fui jovem. J\u00e1 tive vinte anos e, como voc\u00ea, tamb\u00e9m me senti perdida, sabe por qu\u00ea? Porque eu estava acima da m\u00e9dia, como muitos est\u00e3o, mas dentro da mesmice que nos chateia\u2026<\/p>\n
Meu primeiro trabalho foi aos treze anos e nunca mais parei, at\u00e9 que, parando, veio o vazio real. Obviamente voc\u00eas, jovens de hoje, t\u00eam menos chances de um trabalho formal, considerando que nosso pa\u00eds n\u00e3o oferece muito aos jovens que est\u00e3o \u00e0 busca de trabalho, mas isso n\u00e3o os p\u00f5em na condi\u00e7\u00e3o de in\u00fateis, vazios\u2026Voc\u00eas n\u00e3o s\u00e3o isso, exceto se desejarem! O olhar para o passado \u00e9 bom, mas olhar s\u00f3 para justificar o caos do presente \u00e9 destruir a semente que j\u00e1 est\u00e1 germinando. Abra-se para o novo, minha linda! Arregace as mangas, descubra-se capaz (e o fa\u00e7a com fidelidade absoluta)! Colha, depois, o que plantou, pois, se plantar amarguras, ter\u00e1 uma colheita sofrida.<\/p>\n
Entendo como voc\u00ea se sente, Laura, ao n\u00e3o saber qual dire\u00e7\u00e3o tomar. Cada um de n\u00f3s, aqui neste cantinho, veio com l\u00e1grimas, por vezes reprimidas, mas com tanta necessidade de sair do casulo, que o passo, por vezes t\u00e3o doloroso, resultou n\u00e3o no rem\u00e9dio imediato, mas na compreens\u00e3o, que \u00e9 o que buscamos. Colocamos nossas hist\u00f3rias em trechos, por vezes desrespeitando a concord\u00e2ncia, a reg\u00eancia, o correto uso da escrita, mas na busca desesperada por um ombro amigo que parecia distante.<\/p>\n
A vida \u00e9 uma sinfonia, Laura, na qual se encontram partes que poder\u00e3o nos deliciar com as mais suaves notas e outras que nos far\u00e3o sofrer. Um dedilhar descuidado, um ouvido n\u00e3o atento ou um cora\u00e7\u00e3o em compasso desajustado n\u00e3o resultar\u00e1 em harmonia, embora ela seja t\u00e3o procurada e na maior parte das vezes t\u00e3o menosprezada. Existe, mas n\u00e3o a ouvimos e se ouvimos, n\u00e3o conseguimos decifrar o novo som\u2026 Nossa capacidade em afastar o que nos faz bem \u00e9 grande. Carregamos o poder de destruir nossos sonhos.<\/p>\n
Laura, n\u00e3o existe vida sem sonhos! Vegetar n\u00e3o faz parte do nosso processo, n\u00e3o, em seu estado mais natural! Sei que deveria lhe dar o colo que precisa, olhar em seus olhos, segurando suas m\u00e3os e dizer: menina, siga! N\u00e3o est\u00e3o no mundo as respostas que busca. O mundo se basta a si mesmo. Ele \u00e9 e pronto! Fazer dele bom ou mau depende de cada um de n\u00f3s. E aqui, \u00e9 importante esclarecer que n\u00e3o podemos culpar os outros, ou esperar dos outros, ou pelos outros que nossos caminhos se abram. Quando nossas primeiras c\u00e9lulas, de forma maravilhosa foram se duplicando, multiplicando, fazendo-nos um humano, j\u00e1 estava escrito o que ser\u00edamos: uma pessoa!<\/p>\n
Voc\u00ea \u00e9 GENTE, Laura, portanto, seu compromisso consigo mesma \u00e9 descobrir seu melhor lado e com ele explorar todo o potencial que tem \u2013 e tem muito \u2013 e fazer o gol (obviamente chutando a bola) e correr para o abra\u00e7o. A vida precisa que voc\u00ea d\u00ea a ela o valor que ela lhe deu, criando-a perfeita em todas as suas faculdades f\u00edsicas e intelectuais. Atrav\u00e9s dela, voc\u00ea recebeu a b\u00ean\u00e7\u00e3o de ser algu\u00e9m especial. Quando houver conflitos de sentimentos, considere-se normal, mas jamais, em hip\u00f3tese alguma se d\u00ea o direito de julgar-se mais sofrida ou inferior a quem quer que seja. Se no calor que sufoca buscamos a sombra e no frio exagerado o mais quentinho dos abrigos, ent\u00e3o, na sofreguid\u00e3o da alma e nas buscas por respostas, fa\u00e7amos o mesmo! Sempre haver\u00e1, num cantinho, por vezes ainda n\u00e3o explorado! N\u00e3o se sinta s\u00f3!<\/p>\n
Um abra\u00e7o quente, uma compreens\u00e3o meio durona, mas um carinho \u00e0 doce fase da juventude!<\/p>\n
Nota:<\/u> a ilustra\u00e7\u00e3o \u00e9 uma obra de Pablo Picasso, Mulher Adormecida com Persianas<\/em>.<\/p>\nViews: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Celina Telma Hohmann Laura! Do latim laurus, significando \u201cVitorioso\u201d, \u201cTriunfal\u201d. J\u00e1 trouxe no nome a for\u00e7a e, hoje, em plena fase de abrir todas as portas e janelas, \u00e0s voltas com os tormentos do existir. Voc\u00ea tem a facilidade da escrita, que \u00e9 o que h\u00e1 de mais dif\u00edcil, posto que nem todos […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[32],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34272"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=34272"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34272\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":34277,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34272\/revisions\/34277"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=34272"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=34272"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=34272"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}