<\/a><\/p>\nO planeta vermelho, cujo nome originou-se de Marte, denomina\u00e7\u00e3o do deus mitol\u00f3gico romano da guerra, d\u00e1 vis\u00edveis sinais de destrui\u00e7\u00e3o. Grandes tempestades de poeira, ventos fort\u00edssimos e baixas temperaturas passaram a assol\u00e1-lo. O Monte Olimpo, tido como o maior vulc\u00e3o do Sistema Solar, e tr\u00eas vezes mais alto do que o Everest, est\u00e1 a botar as unhas de fora<\/em>. A temperatura cai e, segundo os cientistas de l\u00e1, n\u00e3o tardar\u00e1 a ficar entre 10 e 140 graus negativos. Os marcianos sabem que n\u00e3o tardar\u00e3o a abandonar o navio<\/em>, se ali n\u00e3o quiserem abotoar o palet\u00f3<\/em>. \u00c9 necess\u00e1rio come\u00e7ar a abrir as ideias<\/em> para o futuro. Diante das catastr\u00f3ficas previs\u00f5es, seus governantes optaram por estudar a Terra, cujo ambiente assemelha-se ao deles. Dez indiv\u00edduos foram enviados ao nosso planeta, a fim de abrir caminho<\/em> para o estudo.<\/p>\nXandeco, j\u00e1 bem pr\u00f3ximo do planeta terrestre, viu um extenso e esverdeado pa\u00eds \u2013 Brasil \u2013 e escolheu-o para fincar barraca<\/em>. A vasta floresta Amaz\u00f4nica, situada ao norte, fez com que abrisse olhos grandes<\/em> diante de tanta exuber\u00e2ncia, n\u00e3o sabendo que, assim como seu planeta, ela est\u00e1 por um fio<\/em> para ser dizimada, n\u00e3o por ventos e baixas temperaturas, mas pela gan\u00e2ncia desenfreada que abala as estruturas<\/em> do pa\u00eds. O povo omisso se ausenta, abaixando a guarda<\/em> e fazendo ouvidos de mercador<\/em> diante de s\u00e9rias advert\u00eancias. Os governantes do pa\u00eds que ele escolheu est\u00e3o a abrir a torneira para o desmatamento<\/em>, a fim de agradar os grandes latifundi\u00e1rios e empresas, principalmente estrangeiras. Os corruptos \u2013 cuja grande parte jamais alisou os bancos da ci\u00eancia <\/em>\u2013 est\u00e3o a abrir o cadeado<\/em>, entregando tudo a pre\u00e7o de banana<\/em>. O povo precisa abrir o olho<\/em> antes que a vaca v\u00e1 para o brejo<\/em>, pois n\u00e3o adianta chorar o leite derramado<\/em>. Corruptores e corrupt\u00edveis est\u00e3o almo\u00e7ando, jantando e ceando<\/em>\u00a0 a na\u00e7\u00e3o brasileira.<\/p>\nA nave de Xandeco aterrissou no cora\u00e7\u00e3o doentio de seu novo pa\u00eds \u2013 Bras\u00edlia \u2013, onde ele logo assumiu a identidade humana, disposto a n\u00e3o abrir a boca,<\/em> at\u00e9 se assenhorear de mais informa\u00e7\u00f5es. Sabe que em terra estranha n\u00e3o se pode abrir a guarda<\/em>. E olhe que nem imagina em que boca de lobo caiu<\/em>. \u00c9 bom que coloque suas barbas de molho <\/em>e fa\u00e7a ouvidos moucos<\/em>. Quem ter\u00e1 coragem de abrir os olhos<\/em> do inocente marciano? Ele haver\u00e1 de entender com o tempo, que naquelas bandas se acende uma vela a Deus e outra ao Diabo. <\/em>A maioria daquela gente sempre age de m\u00e1 f\u00e9<\/em>, de olho no pr\u00f3prio umbigo, almo\u00e7ando na copa<\/em>. Enquanto os mandantes sempre acertam no milhar<\/em>, o povo s\u00f3 acerta na trave, aguentando a rebordosa, <\/em>como se tivesse alugado o passe<\/em>. Assim segue a carruagem<\/em>, ao deus-dar\u00e1<\/em>, sem alterar nem uma v\u00edrgula<\/em> em rela\u00e7\u00e3o aos desmandos, \u00e0 falta de \u00e9tica e ao descompromisso com a na\u00e7\u00e3o.<\/p>\nXandeco ainda n\u00e3o sabe que o povo brasileiro s\u00f3 faz aguentar as pontas<\/em>, enquanto \u201cos dominantes\u201d v\u00eam com a ladainha de sempre<\/em>, dizendo que tudo est\u00e1 melhorando. S\u00e3o ex\u00edmios fanfarr\u00f5es, apregoando seus cantos de sereia<\/em>. E, se contestados, viram cachorro doido<\/em>. Alguns poucos tentam abrir o jogo<\/em>, mas o povo continua aguentando pianinho<\/em>, adormecido \u00e0 sombra da bananeira<\/em>, sem se preocupar em ajustar os ponteiros<\/em>. Ent\u00e3o, que aguente o tombo<\/em>! O marciano n\u00e3o sabe que a democracia brasileira \u00e9 t\u00e3o forte que n\u00e3o aguenta um gato pelo rabo<\/em>, ou\u00a0\u2013 usando uma linguagem chula \u2013, n\u00e3o aguenta um peido<\/em>, mas os \u201cgrandes\u201d est\u00e3o sempre a ajuntar as camas<\/em>. Ainda assim, dizem eles \u2013 os mandachuvas \u2013 que todas as institui\u00e7\u00f5es est\u00e3o funcionando a contento, que est\u00e3o ajustando as contas<\/em> e outras baboseiras mais.\u00a0 Poucos de n\u00f3s est\u00e3o a alertar os gansos<\/em>. Brevemente Xandeco ir\u00e1 torcer para que o povo brasileiro\u00a0 levante com a av\u00f3 atr\u00e1s do toco<\/em> ou de chinelos trocados<\/em> e leve os dissipadores da p\u00e1tria brasileira a amarrar a \u00e9gua nos quintos dos infernos, <\/em>onde ter\u00e3o que amassar o p\u00e3o com o suor do rosto.<\/em><\/p>\n\n
Views: 0<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho O planeta vermelho, cujo nome originou-se de Marte, denomina\u00e7\u00e3o do deus mitol\u00f3gico romano da guerra, d\u00e1 vis\u00edveis sinais de destrui\u00e7\u00e3o. Grandes tempestades de poeira, ventos fort\u00edssimos e baixas temperaturas passaram a assol\u00e1-lo. O Monte Olimpo, tido como o maior vulc\u00e3o do Sistema Solar, e tr\u00eas vezes mais alto do que […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[47],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34478"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=34478"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34478\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47854,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34478\/revisions\/47854"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=34478"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=34478"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=34478"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}