<\/a><\/strong><\/em><\/p>\nA maior grandeza do HOMEM est\u00e1 em ser capaz de entender e admitir sua pequenez e insignific\u00e2ncia diante da magnitude do UNIVERSO. (Prof. Rodolpho Caniato)<\/strong><\/em><\/p>\n\u00a0<\/strong>Deste ponto de vista, nossa obsess\u00e3o com nacionalismo n\u00e3o aparece em evid\u00eancia. N\u00f3s somos muito pequenos.<\/em><\/strong> Na escala dos mundos, humanos s\u00e3o irrelevantes, uma fina pel\u00edcula de vida num obscuro e solit\u00e1rio torr\u00e3o de rocha e metal.<\/em><\/strong> (Carl E. Sagan)<\/em><\/strong><\/p>\nTalvez, n\u00e3o haja melhor demonstra\u00e7\u00e3o das tolices e vaidades humanas que essa imagem distante do nosso pequeno mundo. Ela enfatiza nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns aos ou<\/em><\/strong>tros, e de preservar e estimar o \u00fanico lar que n\u00f3s conhecemos: o p\u00e1lido ponto azul. <\/em><\/strong>(Carl E. Sagan)<\/em><\/strong><\/p>\nA espa\u00e7onave estava bem longe de casa. Eu pensei que seria uma boa ideia, logo depois de Saturno, faz\u00ea-la dar uma \u00faltima olhada em dire\u00e7\u00e3o de casa.<\/p>\n
De Saturno, a Terra<\/em> apareceria muito pequena para a Voyager apanhar qualquer detalhe, nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um “pixel” solit\u00e1rio, dificilmente distingu\u00edvel de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria: planetas vizinhos e s\u00f3is distantes, mas justamente por causa dessa imprecis\u00e3o de nosso mundo assim revelado, valeria a pena ter tal fotografia. J\u00e1 havia sido bem entendido por cientistas e fil\u00f3sofos da antiguidade cl\u00e1ssica que a Terra<\/em> era um mero ponto de luz em um vasto cosmos circundante, mas ningu\u00e9m jamais a tinha visto assim. Aqui estava nossa primeira chance e talvez a nossa \u00faltima nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas.<\/p>\nEnt\u00e3o, aqui est\u00e1 um mosaico quadriculado estendido em cima dos planetas e um fundo pontilhado de estrelas distantes. Por causa do reflexo da luz do sol na espa\u00e7onave, a Terra <\/em>parece estar apoiada em um raio de sol, como se houvesse alguma import\u00e2ncia especial para este pequeno mundo, mas \u00e9 apenas um acidente de geometria e \u00f3tica. N\u00e3o h\u00e1 nenhum sinal de humanos nessa foto. Nem nossas modifica\u00e7\u00f5es da superf\u00edcie da Terra<\/em>, nem nossas m\u00e1quinas, nem n\u00f3s mesmos. Desse ponto de vista, nossa obsess\u00e3o com nacionalismo n\u00e3o aparece em evid\u00eancia. N\u00f3s somos muito pequenos. Na escala dos mundos, humanos s\u00e3o irrelevantes, uma fina pel\u00edcula de vida num obscuro e solit\u00e1rio torr\u00e3o de rocha e metal.<\/p>\nConsidere novamente esse ponto. \u00c9 aqui. \u00c9 nosso lar. Somos n\u00f3s. Nele, todos que voc\u00ea ama, todos que voc\u00ea conhece, todos de quem voc\u00ea j\u00e1 ouviu falar, todo ser humano que j\u00e1 existiu, viveram suas vidas. A totalidade de nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religi\u00f5es, ideologias e doutrinas econ\u00f4micas, cada ca\u00e7ador e saqueador, cada her\u00f3i e covarde, cada criador e destruidor da civiliza\u00e7\u00e3o, cada rei e plebeu, cada casal apaixonado, cada m\u00e3e e pai, crian\u00e7as esperan\u00e7osas, inventores e exploradores, cada educador, cada pol\u00edtico corrupto, cada “superstar”, cada “l\u00edder supremo”, cada santo e pecador na hist\u00f3ria da nossa esp\u00e9cie viveu ali, em um gr\u00e3o de poeira suspenso em um raio de sol.<\/p>\n
A Terra<\/em> \u00e9 um palco muito pequeno em uma imensa arena c\u00f3smica. Pense nas infind\u00e1veis crueldades infringidas pelos habitantes de um canto desse pixel, nos quase impercept\u00edveis habitantes de outro canto, o qu\u00e3o frequentemente seus mal-entendidos, o quanto sua \u00e2nsia por se matarem, e o qu\u00e3o fervorosamente eles se odeiam. Pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, em sua gloria e triunfo pudessem se tornar os mestres moment\u00e2neos de uma fra\u00e7\u00e3o de um ponto. Nossas atitudes, nossa imaginaria import\u00e2ncia, a ilus\u00e3o de que temos uma posi\u00e7\u00e3o privilegiada no Universo, \u00e9 desafiada por esse p\u00e1lido ponto de luz.<\/p>\nNosso planeta \u00e9 um esp\u00e9cime solit\u00e1rio na grande e envolvente escurid\u00e3o c\u00f3smica. Na nossa obscuridade, em toda essa vastid\u00e3o, n\u00e3o h\u00e1 nenhum ind\u00edcio que ajuda possa vir de outro lugar para nos salvar de n\u00f3s mesmos. A Terra<\/em> \u00e9 o \u00fanico mundo conhecido at\u00e9 agora que sustenta vida. N\u00e3o h\u00e1 lugar nenhum, pelo menos no futuro pr\u00f3ximo, no qual nossa esp\u00e9cie possa migrar. Visitar, talvez, se estabelecer, ainda n\u00e3o. Goste ou n\u00e3o, por enquanto, a Terra<\/em> \u00e9 onde estamos estabelecidos.<\/p>\nFoi dito que a astronomia \u00e9 uma experi\u00eancia que traz humildade e constr\u00f3i o car\u00e1ter. Talvez, n\u00e3o haja melhor demonstra\u00e7\u00e3o das tolices e vaidades humanas que essa imagem distante do nosso pequeno mundo. Ela enfatiza nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros, e de preservar e estimar o \u00fanico lar que n\u00f3s conhecemos: o p\u00e1lido ponto azul.<\/p>\n
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Autoria de Carl Edward Sagan A maior grandeza do HOMEM est\u00e1 em ser capaz de entender e admitir sua pequenez e insignific\u00e2ncia diante da magnitude do UNIVERSO. (Prof. Rodolpho Caniato) \u00a0Deste ponto de vista, nossa obsess\u00e3o com nacionalismo n\u00e3o aparece em evid\u00eancia. N\u00f3s somos muito pequenos. Na escala dos mundos, humanos s\u00e3o irrelevantes, uma fina […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[9],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34530"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=34530"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34530\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":34554,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34530\/revisions\/34554"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=34530"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=34530"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=34530"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}