{"id":35604,"date":"2018-08-06T00:02:41","date_gmt":"2018-08-06T03:02:41","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=35604"},"modified":"2018-08-05T19:14:33","modified_gmt":"2018-08-05T22:14:33","slug":"toda-acao-humana-mexe-com-o-cosmo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/toda-acao-humana-mexe-com-o-cosmo\/","title":{"rendered":"TODA A\u00c7\u00c3O HUMANA MEXE COM O COSMO"},"content":{"rendered":"

Autoria do Prof. Herm\u00f3genes<\/strong>\"\"<\/a><\/p>\n

O Professor Herm\u00f3genes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a sa\u00fade f\u00edsica e mental.\u00a0 Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele nos <\/em><\/strong>mostra como nossas rea\u00e7\u00f5es interferem no Universo.
\n<\/strong><\/em><\/p>\n

Os psicanalistas poderiam fazer graves acusa\u00e7\u00f5es aos moralistas tradicionais, adeptos desta moral que Chauchard chama de “legalismo desencarnado”, cheia de “deve-se fazer” e “deve-se evitar”. Poderiam dizer: “Voc\u00eas moralistas est\u00e3o crucificando os indiv\u00edduos que, imbu\u00eddos de restri\u00e7\u00f5es e deveres, partidos de um superego <\/em>forjado pela religiosidade, pelos costumes, pelos conselhos dos pais, dos professores, dos mentores, entram em conflito interno com os impulsos naturais, ocasionando preju\u00edzos \u00e0 sa\u00fade. Ser\u00e1 que n\u00e3o arranjam uma forma um pouco menos perigosa de cumprir o dever, de pautar-se pelo bem e evitar o mal?” (Herm\u00f3genes, em Sabedoria).<\/em><\/p>\n

A moral que Chauchard e Teilhard reclamam e nisto t\u00eam a companhia dos psicanalistas \u00e9, posso dizer sem receio, a moral Yogui. “Por ter colocado seu eu ideal no eixo do Divino, o yoguin<\/em> situa-se assim, naturalmente, <\/em>no ponto de converg\u00eancia do \u00fatil pessoal com a lei moral. \u00c9 uma \u00e9tica de um psicanalista e n\u00e3o de um moralista, de um observador e n\u00e3o de um juiz” (Choisy opus cit). Por ser natural, inteligente, libertadora e n\u00e3o frustradora, \u00e9 que a moral yogui<\/em> \u00e9 considerada pela ilustre psicanalista Choisy “a que melhor conv\u00e9m aos disc\u00edpulos de Freud”. A moral yogui come\u00e7a com viv\u00eancia e sabedoria filos\u00f3fica, com o conhecimento do Universo, do indiv\u00edduo e desse em suas rela\u00e7\u00f5es com o Universo, consigo e com Deus.<\/p>\n

O fundamental n\u00e3o \u00e9 a no\u00e7\u00e3o do bem <\/em>e do mal. <\/em>As a\u00e7\u00f5es que o yoguin<\/em> evita s\u00e3o as que o afastam de seu s\u00e2dhana, <\/em>isto \u00e9, de seu caminhar para a Meta ou Realiza\u00e7\u00e3o Espiritual. Sua natureza essencial de ser humano e chispa divina predestina-o ao Encontro redentor (Yoga). Quando ele vive em harmonia com as leis pr\u00f3prias de sua natureza, isto \u00e9, quando cumpre seu dharma, <\/em>goza o bem, a sa\u00fade e a felicidade. Ao contr\u00e1rio, todos seus desvios (adharma) <\/em>representam o mal, o sofrimento, a servid\u00e3o e a doen\u00e7a. Se bem que haja tantos dharmas <\/em>quantos os homens existentes, a\u00ed a relatividade da moral, h\u00e1, no entanto, um dharma <\/em>ou lei universal <\/em>(bem absoluto) para todos os homens. Chama-se suddha dharma <\/em>ou san\u00e2tana dharma <\/em>e \u00e9 coerente com a natureza essencial e divina da esp\u00e9cie humana.<\/p>\n

O grande neurofisiologista Chauchard, dentro de sua forma de falar, tamb\u00e9m se refere \u00e0quilo que o Yoga<\/em> chama de suddhadharma <\/em>que, como vimos, consiste em viver em harmonia com a Lei natural, com a natureza essencial do ser humano. Ele acha que “\u00c9 falso pensar que cada um \u00e9 livre para inventar a pr\u00f3pria Moral, como se n\u00e3o houvesse valores comuns <\/em>que dependem do fato de que sendo como somos, seres humanos, devemos conformar-nos \u00e0 natureza humana”. A causa de adharma <\/em>ou dos desvios do caminho para o Absoluto \u00e9 o ego\u00edsmo, <\/em>mantido pela ignor\u00e2ncia, pela ilus\u00e3o de que somos t\u00e3o somente indiv\u00edduos separados uns dos outros, indiferentes aos outros, e buscando a felicidade mesmo \u00e0 custa da dos outros. A isto a moral tradicional chamaria de pecado. <\/em><\/p>\n

A palavra pecado <\/em>n\u00e3o recebe custo na moral yogui<\/em>. O pecador \u00e9 apenas um ser interiorizado pela ignor\u00e2ncia e pela doen\u00e7a. O que se op\u00f5e ao pecado n\u00e3o \u00e9 a virtude, mas a sa\u00fade, a sabedoria ou a verdade. O castigo ao pecador \u00e9 o retardo ou recuo em seu caminhar redentor para a realiza\u00e7\u00e3o espiritual. O pecador n\u00e3o \u00e9 objeto de ressentimento, mas de comisera\u00e7\u00e3o e ajuda. E a melhor forma de ajud\u00e1-lo \u00e9 primeiro compreend\u00ea-lo, depois lhe dar tratamento e afinal ensin\u00e1-lo a libertar-se do ahamkara <\/em>(ego\u00edsmo). A liberta\u00e7\u00e3o \u00e9 cura. A cura \u00e9 um processo de torn\u00e1-lo mais santo e, portanto, mais s\u00e3o. A moral yogui<\/em> cuida do bem. Mas n\u00e3o se preocupa com o mal <\/em>ou com o diabo. <\/em>\u00c9 moral \u00e0 base da compreens\u00e3o que visa a restaurar a paz, a seguran\u00e7a psicol\u00f3gica do pecador, vale dizer – do sofredor.<\/p>\n

Nenhum de nossos pensamentos, desejos e a\u00e7\u00f5es, por mais insignificantes que nos pare\u00e7am, deixa de mexer com o cosmo. A toda hora, sem que o saibamos, estamos rabiscando as p\u00e1ginas do livro da Vida Universal e por isto somos respons\u00e1veis. Toda express\u00e3o nossa de vida \u00e9 karman <\/em>(a\u00e7\u00e3o sobre o cosmo) e por ela responderemos. Os resultados s\u00e3o infalivelmente nossos. Nosso karman <\/em>passado \u00e9 a causa do que hoje somos, do que hoje sofremos ou gozamos. As consequ\u00eancias de nossas a\u00e7\u00f5es nos alcan\u00e7am imediatamente ou depois, mas sempre nos alcan\u00e7am e n\u00e3o h\u00e1 lugar que nos esconda ou proteja. Voc\u00ea pode me perdoar um mal que eu lhe tenha feito, mas “a natureza, jamais nos perdoa\u201d, lembra John Kulmann. Esta \u00e9 a inflex\u00edvel lei do karma. <\/em><\/p>\n

A a\u00e7\u00e3o imoral \u00e9 aquela que nos faz sofrer. A a\u00e7\u00e3o moral \u00e9 a que nos torna mais chegados \u00e0 suprema bem-aventuran\u00e7a (Ananda<\/em>), ao pr\u00f3prio Deus. O adharma<\/em> (karman <\/em>que nos prejudica) n\u00e3o se refere propriamente ao mal, <\/em>no sentido comum do termo, mas \u00e0 a\u00e7\u00e3o impr\u00f3pria e desviada da Lei. <\/em>Ferir, mentir, roubar, difamar, trair \u00e9 t\u00e3o funesto como beber \u00e1gua contaminada. Pelas mesmas raz\u00f5es, perdoar, ajudar, amar, servir, fazer pelos outros aquilo que queremos que nos fa\u00e7am \u00e9 dharma (karman <\/em>positivo) – doador de vida, bem-estar, alegria, paz, seguran\u00e7a, liberdade, amplitude, plenitude e diviniza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

De tudo isto, podemos concluir que a moral Yogui <\/em>\u00e9 a mais terap\u00eautica e, embora vetusta em sua origem, \u00e9 de extraordin\u00e1ria atualidade, pois corresponde aos anseios da mais moderna psicologia profunda e da neurofisiologia mais rigorosamente cient\u00edfica. Ela n\u00e3o o condena pelas fraquezas, mas o ajuda a fortalecer-se; n\u00e3o o obriga a ser bom, quando suas condi\u00e7\u00f5es n\u00e3o lhe permitem, mas o ajuda a tornar-se bom e, assim, livrar-se de suas limita\u00e7\u00f5es, respons\u00e1veis por seus tormentos.<\/p>\n

*<\/strong>O livro \u201cYoga para Nervosos\u201d encontra-se em PDF no Google.<\/p>\n

Nota:<\/u> imagem copiada de icm teresina<\/em><\/p>\n

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