fala sobre a posi\u00e7\u00e3o de jogador e a de torcedor:
\n<\/em><\/strong><\/p>\nNos esportes prefira, se puder, o papel de jogador ao de torcedor. Pratique as formas que:<\/p>\n
– empreguem racionalmente os m\u00fasculos;
\n– estimulem a circula\u00e7\u00e3o; deem prazer;
\n– eduquem o esp\u00edrito;
\n– treinem a coragem;
\n– n\u00e3o sejam interessantes somente pela \u00edndole competitiva;
\n– levem-no ao ar livre, \u00e0 luz do sol, finalmente \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o inteligente de suas energias; – contribuam para aliviar tens\u00f5es e inibi\u00e7\u00f5es; ensinem a controlar a agressividade com o respeito \u00e0s regras convencionadas;
\n– n\u00e3o concorra para gerar ansiedade, ultrapassar-se a si mesmo;
\n– n\u00e3o lhe esgotem os nervos e descontrolem o cora\u00e7\u00e3o e a respira\u00e7\u00e3o; n\u00e3o transformem voc\u00ea num bruto;
\n– n\u00e3o lhe acentuem o sentido de rivalidade;
\n– n\u00e3o o deprimam nas chamadas “derrotas”, nem lhe alimentem orgulho e a vaidade nas chamadas “vit\u00f3rias”;
\n– n\u00e3o lhe absorvam tanto a ponto de desequilibrar o emprego do tempo que a fam\u00edlia e a profiss\u00e3o esperam de voc\u00ea.<\/p>\n
Agora vamos considerar o esporte como fonte de emo\u00e7\u00e3o para quem est\u00e1 de fora. O torcedor \u00e9 aquele sujeito encarapitado na arquibancada ou pregado junto ao transmissor (r\u00e1dio ou televis\u00e3o) a acompanhar os lances de seu time ou de seu competidor preferido. Identifica-se inteiramente com um ou outro e goza ou sofre intensamente com o que se passa. J\u00e1 algu\u00e9m disse que a competi\u00e7\u00e3o desportiva \u00e9 uma guerra “de faz de conta”, envolvendo milh\u00f5es de seres humanos, n\u00e3o somente os contendores na \u00e1rea de luta.<\/p>\n
O torcedor \u00e9 um combatente que, empenhado na conquista da vit\u00f3ria, deixa-se tomar de profunda ansiedade e, na perspectiva da derrota, cai presa de raiva, ansiedade ou medo. Ansiedade, prazer, medo e desgosto se sucedem no psiquismo e nas v\u00edsceras de quem, como torcedor, assiste a uma partida. Enquanto os contendores, travando o combate na cancha ou no ringue, expressam-se fisicamente e exercitam-se no plano muscular, o infeliz do torcedor age somente com os nervos e gl\u00e2ndulas. Sua condi\u00e7\u00e3o \u00e9 deplor\u00e1vel: exerc\u00edcio f\u00edsico – nenhum; desgaste nervoso – tremendo. Imagine o que resulta da\u00ed…<\/p>\n
Em muitos casos, at\u00e9 a morte por um ataque das coron\u00e1rias tem acontecido. Milhares de pessoas perdem a calma, o gosto pela vida e at\u00e9 o autocontrole, pois tem havido casos de assassinatos por torcedores em pleno “sofrimento” da derrota de seu quadro. \u00c9 de supor que milhares de \u00falceras tenham origem nos “sofrimentos” dos torcedores esportivos. O futebol j\u00e1 desencadeou uma guerra internacional.<\/p>\n
H\u00e1 uma infinidade de raz\u00f5es para que se desenvolvam as competi\u00e7\u00f5es esportivas. Elas s\u00e3o eminentemente humanas. Os homens primitivos competiam. Os gregos criaram as olimp\u00edadas. As disputas internacionais, se bem que acentuem sentimentos nacionalistas \u00e0s vezes desmedidos, estabelecem v\u00ednculos de conviv\u00eancia, unindo os homens de todas as na\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
As lutas futebol\u00edsticas no Brasil, por exemplo, preenchem relevante papel social. O homem pobre que passa a semana num trabalho mon\u00f3tono e mal remunerado, cheio de problemas e dificuldades v\u00e1rias, na partida de domingo esquece as m\u00e1goas e descarrega algumas preocupa\u00e7\u00f5es. No entanto, as pessoas excitadas, os ansiosos, os chamados nervosos agitados, os muito sens\u00edveis, aqueles portadores de s\u00edndromes psicossom\u00e1ticas, os que j\u00e1 tiveram infartes do mioc\u00e1rdio, os de f\u00edgado sens\u00edvel, devem evitar as emo\u00e7\u00f5es do torcedor. Devem ficar \u00e0 margem das lides desportivas.<\/p>\n
Aos candidatos \u00e0s viv\u00eancias mais profundas e compensadoras do Yoga, a emocionaliza\u00e7\u00e3o industrializada \u00e9 nociva. O praticante de Yoga tem a seu alcance emo\u00e7\u00f5es de alta sublimidade, onde o gozo \u00e9 sereno e confortante. N\u00e3o resta d\u00favida que os tipos portadores de monoide\u00edsmo e introspec\u00e7\u00e3o patol\u00f3gicos, isto \u00e9, as pessoas centradas em si mesmas, autistas, doentiamente ensimesmadas, lucrariam se comparecessem a tais espet\u00e1culos e se integrassem na atmosfera competitiva, se sa\u00edssem de si mesmas e compartilhassem do entusiasmo dos outros. Tais tipos, no entanto, s\u00e3o raros e recalcitrantes.<\/p>\n
A maioria dos que lotam as arquibancadas no dia de jogo e, ainda nos dias subsequentes, desgastam-se em discuss\u00f5es iracundas, improdutivas e ruidosas, \u00e9 constitu\u00edda de pessoas a quem esta excita\u00e7\u00e3o ainda mais desarranja os nervos e agrava a ansiedade. A esta maioria, em nome de sua tranquilidade e consequente liberta\u00e7\u00e3o de fen\u00f4menos psicossom\u00e1ticos, eu diria que evitassem se apaixonar na torcida esportiva e que a substitu\u00edssem por divertimentos menos dopantes.<\/p>\n
*O livro \u201cYoga para Nervosos\u201d encontra-se em PDF no Google.<\/p>\n
Nota:<\/u><\/p>\n
Nota:<\/u> O Futebol<\/em>, obra de Jos\u00e9 Ram\u00f3n<\/p>\nViews: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria do Prof. Herm\u00f3genes O Professor Herm\u00f3genes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a sa\u00fade f\u00edsica e mental.\u00a0 Neste texto retirado de seu livro \u201cYoga para Nervosos\u201d*, ele nos fala sobre a posi\u00e7\u00e3o de jogador e a de torcedor: Nos esportes prefira, se puder, o papel de jogador […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[46],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/35666"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=35666"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/35666\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":35696,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/35666\/revisions\/35696"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=35666"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=35666"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=35666"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}