fala sobre o sentimento de inutilidade e o valor do trabalho.<\/em><\/strong><\/p>\n\u00c9 doen\u00e7a muito triste o sentir-se in\u00fatil e incapaz para o trabalho. Desde a inf\u00e2ncia me ensinaram que a “pregui\u00e7a \u00e9 a m\u00e3e de todos os v\u00edcios”. Quem se sente sem o que fazer de bom e criador, usa muito facilmente o tempo dispon\u00edvel para pensar, sentir e agir para o mal, isto \u00e9, viver contr\u00e1rio \u00e0 sa\u00fade e \u00e0 paz. Tempo vago \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o de mente impura \u00e9 um perigo para o indiv\u00edduo e para a coletividade. Ao contr\u00e1rio, quem n\u00e3o desperdi\u00e7a tempo, usando-o para pensar, sentir e fazer algo construtivo, n\u00e3o tem tempo para as doen\u00e7as e para o t\u00e9dio.<\/p>\n
Tenho conhecimento de pessoas que, aproveitando-se de direitos \u00e0 aposentadoria quando ainda mo\u00e7as e v\u00e1lidas, tornaram-se neur\u00f3ticas, gra\u00e7as ao vazio que tomou conta de suas vidas. Verdadeiramente ca\u00edram v\u00edtimas da corrup\u00e7\u00e3o da mente. Neste caso, o tratamento mais adequado \u00e9 a ergoterapia, isto \u00e9, tratamento pelo trabalho. Foi o que aconselhei a um amigo que, em v\u00e1rias oportunidades, lastimava-se dizendo que estava se aproximando o dia de aposentar-se e que se via amedrontado com a inutilidade e estagna\u00e7\u00e3o em que j\u00e1 vivia e que iriam aumentar. O t\u00e9dio j\u00e1 era insuport\u00e1vel. Falou-me em suic\u00eddio.<\/p>\n
Em resposta, disse a esse amigo que perderia o direito de fazer tantas queixas, de falar de sua ang\u00fastia, se, no dia seguinte, n\u00e3o come\u00e7asse a fazer algo. N\u00e3o por si mesmo, mas pelos outros. N\u00e3o com a atitude mental de quem toma uma po\u00e7\u00e3o amarga, mas fazer algo por algu\u00e9m necessitado e fazer tudo com ren\u00fancia de qualquer remunera\u00e7\u00e3o e com alegria \u00edntima, sem esperar compensa\u00e7\u00e3o, mesmo que fosse sua melhora, <\/em>sem esperar pagamento ou t\u00edtulo de benem\u00e9rito, nem da a\u00e7\u00e3o <\/em>ou Karma Yoga, <\/em>que significa uni\u00e3o com Deus, atrav\u00e9s do trabalho no mundo. A a\u00e7\u00e3o s\u00f3 \u00e9 redentora quando praticada num estado de n\u00e3o eu. <\/em>Sem visar os resultados. Com seva, <\/em>j\u00e1 o vimos. O Karma Yogui<\/em> n\u00e3o se julga o autor das obras. Vive como instrumento nas m\u00e3os do verdadeiro obreiro: Deus. Para uma pessoa aposentada, com uma boa pens\u00e3o e fam\u00edlia criada, n\u00e3o necessitada de remunera\u00e7\u00e3o, o Karma Yoga <\/em>n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil. Tal n\u00e3o \u00e9 o caso de quem precisa ganhar subsist\u00eancia.<\/p>\nA remunera\u00e7\u00e3o por servi\u00e7os profissionais \u00e9 direito de todos e n\u00e3o se pode rejeitar. Mas, mesmo os profissionais t\u00eam como, a certas horas e em certas circunst\u00e2ncias, prestar servi\u00e7os a Deus na pessoa do pr\u00f3ximo. E como isto \u00e9 terap\u00eautico! Como faz bem! Os que n\u00e3o veem na vida outro objetivo sen\u00e3o o trabalhar para satisfazer sua aquisitite <\/em>(doen\u00e7a que, obsessivamente, leva-nos a juntar sempre mais), aqueles que se matam para crescer, merecer, ganhar e mais ganhar, acabam adoecendo, n\u00e3o s\u00f3 por excesso de fadiga, mas adoecem tamb\u00e9m de traumatizante decep\u00e7\u00e3o, pois as riquezas, t\u00e3o esfor\u00e7adamente acumuladas, n\u00e3o o livram da decrepitude e da morte.\u00a0 Essas pessoas se esquecem de que mortalha n\u00e3o tem bolsos.<\/p>\nCome\u00e7amos esta conversa dizendo que a vadiagem \u00e9 causa de doen\u00e7a. Chegou a hora de dizer tamb\u00e9m que a exacerba\u00e7\u00e3o no trabalho profissional n\u00e3o o \u00e9 menos. O trabalho pode preservara sa\u00fade, pode curar, mas tamb\u00e9m enfermar. Tudo depende de como e quanto <\/em>se trabalha. Trabalhe muito, produza muito, mas sem se esgotar, nem comprometer o tempo destinado \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 recrea\u00e7\u00e3o e ao servi\u00e7o de Deus. Trabalhe com persist\u00eancia, gostando do que faz, sentindo a import\u00e2ncia do que faz. (Todo trabalho \u00e9 valioso e necess\u00e1rio.) Seja justo no pre\u00e7o e honesto na performance. Fa\u00e7a o melhor que puder, n\u00e3o importa que seu trabalho seja humilde. Trabalho nunca \u00e9 humilhante, a n\u00e3o ser aos olhos do ignorante. Quem \u00e9 mais credor de respeito e de gratid\u00e3o: o lixeiro perfeito ou o ministro corrupto?<\/p>\nNunca se desespere, se uma infeliz situa\u00e7\u00e3o o reduzir \u00e0 invalidez. Se n\u00e3o puder trabalhar, aproveite todas as horas de solid\u00e3o e medite, ou fa\u00e7a seus exerc\u00edcios espirituais, procurando a comunh\u00e3o com o Divino, seja pela ora\u00e7\u00e3o, seja pelo estudo. O \u00f3cio s\u00f3 chega a ser delet\u00e9rio para a alma imatura. Quem sabe da Onipresen\u00e7a, nunca se sente s\u00f3, mesmo que se encontre paral\u00edtico num hospital e esquecido dos amigos e abandonado pelos filhos e irm\u00e3os. Na solid\u00e3o, o s\u00e1bio cresce em poder espiritual. No \u00f3cio, o tolo se estiola e esvazia. Mas o s\u00e1bio sabe tirar do \u00f3cio a quietude e o sil\u00eancio necess\u00e1rios a escutar a voz de Deus. Trabalhe. Viva. Transforme-se. Enrique\u00e7a-se espiritualmente, cumprindo sua miss\u00e3o nesta vida. Nunca se contente com o parasitar.<\/p>\n
*O livro \u201cYoga para Nervosos\u201d encontra-se em PDF no Google (ver na p\u00e1gina 259 do livro a descri\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias t\u00e9cnicas de relaxamento).<\/p>\n
Nota:<\/u> O Lavrador de Caf\u00e9<\/em>, obra de C\u00e2ndido Portinari<\/p>\nViews: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria do Prof. Herm\u00f3genes O Professor Herm\u00f3genes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a sa\u00fade f\u00edsica e mental.\u00a0 Neste texto, retirado de seu livro \u201cYoga para Nervosos\u201d*, ele nos fala sobre o sentimento de inutilidade e o valor do trabalho. \u00c9 doen\u00e7a muito triste o sentir-se in\u00fatil e […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[46],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/35784"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=35784"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/35784\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":35827,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/35784\/revisions\/35827"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=35784"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=35784"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=35784"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}