<\/a><\/strong><\/p>\nO Professor Herm\u00f3genes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a sa\u00fade f\u00edsica e mental.\u00a0 Neste texto retirado de seu livro \u201cYoga para Nervosos\u201d*, ele nos <\/strong><\/em>fala sobre a necessidade do repouso ap\u00f3s o trabalho. \u00a0<\/em><\/strong><\/p>\nN\u00e3o s\u00f3 os pregui\u00e7osos adoecem. Os que, no extremo oposto sem no\u00e7\u00e3o de medida, n\u00e3o sabem o que \u00e9 descansar, tamb\u00e9m pagam por tal imprud\u00eancia. Deus, no “s\u00e9timo dia” descansou. Deu o exemplo. O repouso \u00e9 exig\u00eancia do organismo e da mente que se fatigaram no trabalho. Fadiga \u00e9 um sinal ao homem, a dizer-lhe que chegou o momento de suspender o esfor\u00e7o. \u00c9 um sinal amigo a que nunca dever\u00edamos desatender. \u00c9 um fen\u00f4meno universal a regular o ciclo trabalho\/repouso, atividade\/inatividade que preside o Universo inteiro e que somente o homem (em todo o Universo) tem a capacidade de violar e subverter. Por isto mesmo \u00e9 o \u00fanico ser sujeito \u00e0 surmenage, <\/em>esgotamento ou estafa, esta doen\u00e7a que anda martirizando milh\u00f5es de organismos e mentes que foram imprudentemente usadas. A fadiga muscular, quando ainda n\u00e3o excessiva, \u00e9 ben\u00e9fica. Induz um sono gostoso e \u00e9 de recupera\u00e7\u00e3o f\u00e1cil. O esgotamento nervoso, no entanto, \u00e9 um inferno. Desgra\u00e7a a unidade org\u00e2nica e todos os sintomas e sofrimentos assaltam o esgotado.<\/p>\nNos dias atuais, os homens de maiores responsabilidades, os que det\u00eam maiores poderes econ\u00f4micos, sociais ou pol\u00edticos, quase infalivelmente s\u00e3o v\u00edtimas da fadiga. Tenho tido, entre alunos, v\u00e1rios empres\u00e1rios ou pol\u00edticos esgotados. Contra eles conspiram: a falta de exerc\u00edcio saud\u00e1vel dos m\u00fasculos e o desgaste tremendo dos nervos. Autom\u00f3vel, elevador e mais outras coisas frustram o exerc\u00edcio sadio dos m\u00fasculos. Ao mesmo tempo, agora como nunca, \u00e9 tremenda a incid\u00eancia de “estresse”.<\/p>\n
M\u00fasculos que n\u00e3o trabalham, hipo ou hipertensos, corrompem-se e atrofiam. Sistema nervoso hipersolicitado, perde o controle por fim. O pobre homem superocupado est\u00e1 muito tenso e se sente deslizando para um abismo de onde \u00e9 dif\u00edcil sair. Ao mesmo tempo em que se sente devastado pela fadiga e tens\u00e3o, seus compromissos \u2013 feito tent\u00e1culos de polvo \u2013 agarram-no de maneira irresist\u00edvel e simultaneamente se refor\u00e7am e se multiplicam. Na tentativa de fazer mais, e cada vez mais assumir poder e juntar maior fortuna, ou travando luta para equilibrar o angustiado or\u00e7amento familiar, o homem vai se perdendo, escravo de novas fun\u00e7\u00f5es, neg\u00f3cios novos, compromissos e encargos novos que se v\u00e3o acumulando. \u00c9 no rolar para o abismo que, at\u00e9 certo ponto, ainda pode ser detido o desastre, que \u00e9 poss\u00edvel a recupera\u00e7\u00e3o. Passado este ponto, o processo de autodestruir-se, agrava-se aceleradamente.<\/p>\n
\u00c9 aconselh\u00e1vel tomar encargos, prestar servi\u00e7os, principalmente pessoas que, competentes e cheias de valor, t\u00eam o que dar. A comunidade pede sempre mais \u00e0queles cujas qualidades profissionais e tra\u00e7os de car\u00e1ter e personalidade fazem-nos necess\u00e1rios ao bem comum. Mas os m\u00e9dicos, engenheiros, carpinteiros, pintores, cantores, empres\u00e1rios, professores, pol\u00edticos, enfermeiros que, por suas virtudes humanas e profissionais, s\u00e3o solicitados em demasia, acautelem-se e saibam entender que todos que deles precisam, melhor ser\u00e3o servidos se eles souberem se manter com sa\u00fade, equil\u00edbrio e energia. Se n\u00e3o for por interesse pr\u00f3prio, pelo menos, em favor dos outros, as pessoas abnegadas devem se poupar, evitando trabalhar al\u00e9m de certos limites. \u00c9 preciso descansar. \u00c9 imprudente n\u00e3o reservar tempo para que o organismo e a mente se refa\u00e7am de seus desgastes. At\u00e9 mesmo as m\u00e1quinas precisam de repouso.<\/p>\n
Aprenda a descansar. N\u00e3o se iluda com sua resist\u00eancia aparentemente ilimitada. Se voc\u00ea mant\u00e9m esta imprudente ilus\u00e3o, cuide-se. Se j\u00e1 n\u00e3o est\u00e1 pagando doloroso tributo, fatalmente vir\u00e1 a faz\u00ea-lo. Defenda-se da fadiga cr\u00f4nica. \u00c9 est\u00fapido, por antinatural e perigoso, andar disfar\u00e7ando os sintomas\/aviso de seus excessos com o uso de divertimentos psicod\u00e9licos excitantes, com essas doses de \u00e1lcool e outras drogas, com essas farras onde os excessos s\u00e3o praticados a t\u00edtulo de “higiene mental”. Defenda-se da fadiga cr\u00f4nica declinando convites, nomea\u00e7\u00f5es e elei\u00e7\u00f5es que venham exigir mais de seus nervos e agravar o “estresse”. Se poss\u00edvel, liberte-se <\/em>de um ou mais de seus atuais encargos. De que vale ganhar os tesouros da terra em troca de ser condenado a um infernal sofrimento nervoso, que n\u00e3o lhe permite desfrutar os tais “tesouros”?<\/p>\n*O livro \u201cYoga para Nervosos\u201d encontra-se em PDF no Google.<\/p>\n
Nota:<\/u> Pastor, <\/em>obra de Vicente do Rego Monteiro<\/p>\nViews: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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