{"id":35796,"date":"2018-09-26T02:11:09","date_gmt":"2018-09-26T05:11:09","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=35796"},"modified":"2018-09-26T02:13:22","modified_gmt":"2018-09-26T05:13:22","slug":"os-desafios-impedem-a-estagnacao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/os-desafios-impedem-a-estagnacao\/","title":{"rendered":"OS DESAFIOS IMPEDEM A ESTAGNA\u00c7\u00c3O"},"content":{"rendered":"

Autoria do Prof. Herm\u00f3genes<\/strong>\"\"<\/a><\/strong><\/p>\n

O Professor Herm\u00f3genes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a sa\u00fade f\u00edsica e mental.\u00a0 Neste texto retirado de seu livro \u201cYoga para Nervosos\u201d*, ele nos <\/strong><\/em>fala sobre a import\u00e2ncia dos desafios.<\/em><\/strong><\/p>\n

\u00c9 raro encontrar entre as grandes figuras da arte, da ci\u00eancia, da literatura, da pol\u00edtica e da santidade aqueles que n\u00e3o tiveram uma longa vida de vicissitudes, necessidades e sofrimentos. Alfred Adler, psicanalista americano, defende a tese de que o “sentimento de ser inferior” \u00e9 o que move o homem a progredir e buscar vencer. S\u00e3o as insufici\u00eancias, as car\u00eancias desta ou daquela esp\u00e9cie que suscitam o esfor\u00e7o criador, o impulso para supera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Frequentemente pessoas sofredoras me pedem orienta\u00e7\u00e3o, apoio e conforto. Escuto em sil\u00eancio, com interesse, e quanto mais simpatia em mim v\u00e3o sentindo, mais intensamente esperam palavras de piedade. Tenho escutado relatos comoventes, descri\u00e7\u00f5es ansiosas de transes bem dram\u00e1ticos e at\u00e9 confiss\u00f5es de inusitados v\u00edcios. Tenho recebido confid\u00eancias e queixas que, de t\u00e3o horr\u00edveis, parecem fant\u00e1sticas. Fico perplexo diante das muitas carrancas que a dor apresenta.<\/p>\n

Quanto sofrimento neste mundo! H\u00e1 dramas e trag\u00e9dias, mis\u00e9rias e degrada\u00e7\u00e3o em tantos, que me recordo do princ\u00edpio budista de que \u201cbasta existir para ser presa da dor\u201d. Terminada a entrevista, sentindo-se um pouco melhor por ter aliviado a tens\u00e3o com a abertura das comportas, \u00e9 natural o confidente desejar express\u00f5es piedosas de condol\u00eancias ou a declara\u00e7\u00e3o de que “n\u00e3o existe quem sofra tanto quanto ele” ou palavras como “coitadinho”.<\/p>\n

Costumo frustrar esta expectativa, dizendo com a maior sinceridade: “Meus parab\u00e9ns!”. Se n\u00e3o adiantasse logo as raz\u00f5es de meu proceder, por certo mereceria ser chamado de “insens\u00edvel” ou mesmo debochado, pois n\u00e3o se deve fazer tro\u00e7a dos dramas do pr\u00f3ximo. Apresso-me em desmanchar a cara de perplexidade e de decep\u00e7\u00e3o do interlocutor, completando: Se seu sofrimento e dificuldades s\u00e3o t\u00e3o grandes, meus parab\u00e9ns, pois voc\u00ea conta com um dos fatores indispens\u00e1veis para progredir:voc\u00ea tem aquilo que pode levar a superar-se a si mesmo;<\/p>\n